São José da Laje, a Princesa das Fronteiras

Vista parcial de São José da Laje nos anos 50

Usina Serra Grande em 1905

No dia 31 de março de 1839, o jornal O Sete d’Abril (RJ) publicou a mensagem do presidente da Província das Alagoas, Rodrigo de Souza da Silva Pontes, à Assembleia Legislativa, com o relatório do seu governo e as suas pretensões para o ano legislativo que se iniciava.

“Debaixo da gratuita direção do Coronel de Guardas Nacionais Domingos José da Costa Agra, foram abertas duas estradas, uma da Lage do Canhoto a serra de Cacicí, com seis léguas de extensão, e outra do Roçadinho à mesma serra, por igual distância”, informava Rodrigo Pontes.

“Nenhuma despesa se fez além da necessária para a ferramenta e sustento dos trabalhadores por isso que os moradores daqueles lugares se prestaram ao serviço por si ou com os seus escravos”, detalhou o governante.

Talvez esta seja a mais antiga citação em jornal do povoamento então conhecido como Lage do Canhoto, que surgiu oficialmente em 1810 com a lavratura da escritura de posse do Sítio Laje do Canhoto, no cartório de Atalaia.

Seus proprietários eram José Vicente de Lima e sua esposa Angélica de Mendonça. Foram eles que construíram o Engenho Esperança e 18 anos depois doaram uma porção de terra para São José a bem de suas almas. No ano seguinte à doação, em 1829, ergueram a capela ao mesmo santo, que também foi escolhido padroeiro do local.

O rápido desenvolvimento do povoado somente foi possível por suas terras serem férteis e irrigadas naturalmente por seus rios e riachos, permitindo a produção em grande quantidade de milho, feijão, mandioca e cana-de-açúcar.

Usina Serra Grande em 1915

Essas mercadorias atraíram os negociantes que realizavam expedições comerciais entre o litoral norte de Alagoas e alguns municípios do interior pernambucano.

O Correio de Maceió de 7 de novembro de 1850 anunciou a venda de “uma sorte de terras denominadas — Lage do Canhoto —, com meia légua de frente e légua e meia de fundo, na província das Alagoas, município da vila da Imperatriz, onde se acha situada a bela povoação igualmente denominada — Lage do Canhoto —”.

Continuou o jornal: “Este povoado, que recebe o nome de um rio que o divide em duas partes, é encantador pela sua bem escolhida localidade, e importante por uma feira semanal que o torna o depósito de um comércio todo grande e variado”.

E ainda: “As terras, fertilíssimas como são, produzem vantajosamente tudo quanto se deposita em seu seio; tem famosos logradores para se criar grande quantidade de gados”.

O anúncio informava também que a arrecadação dos foros era de anualmente “mais de um conto de réis, conforme a fiscalização que tiver; e há dentro da povoação tinha uma capela e um sobrado pertencentes ao proprietário”.

Não se sabe estas terras eram as mesmas do sítio inicial de José Vicente de Lima, mas há possibilidade de ser devido a informação da existência da capela.

Outra prova do crescimento do lugar surgiu nos jornais em 14 de junho de 1852, com a divulgação do decreto n° 992 criando, com oito companhias, o 11º Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional no distrito de Lage do Canhoto. O decreto n° 3.771, de 2 de janeiro de 1867, reduziu esse efetivo para seis companhias.

Posto de Profilaxia Rural em 1921

Em 1871, Tomaz Espíndola em seu livro Geografia Alagoana, descreve o povoamento à margem direita do Canhoto como tendo algum comércio, principalmente a feira aos sábados “a que concorre muito povo vindo até de Pernambuco, principalmente de Garanhuns, e trazendo, além de outros gêneros, muito algodão e gado”. Informava ainda que nestas feiras matava-se de 10 a 14 reses e quando havia festa, de 40 a 50.

“Contém somente uma rua com perto de 300 casas com fundos voltados para o rio, cujo leito é todo de lages, sendo mais de 100 casas de telha, das quais 12 de negócio, e uma pequena igreja de S. José; e conta duas cadeiras de primeiras letras, uma para cada sexo”, informou Espíndola.

Quatro anos depois, em 24 de abril de 1875, o presidente da Província, dr. João Vieira de Araújo divulgou a Resolução n° 681 determinando no seu artigo 8° o seguinte: “Fica transferida a sede da vila e freguesia da Imperatriz [atual União dos Palmares] para a povoação da Lage do Canhoto, que é elevada a vila com a denominação de S. José da Lage”.

Esta Resolução foi transformada na Lei n° 737 de 7 de julho de 1876, mas a transferência nunca chegou a acontecer e o ato legislativo foi anulado pela Lei n° 956 de 13 de julho de 1885.

A Lei n° 885, de 30 de junho de 1882, criou a freguesia sob a invocação de São José, dependente, porém, de aprovação canônica, o que somente aconteceu no dia 3 de maio de 1884. O primeiro pároco foi o padre Jacinto Francisco de Oliveira.

O município foi restaurado pela lei nº 896, de 28 de julho de 1886, quando o presidente da Província era Geminiano Brasil de Oliveira Góes. É esta a data comemorada pelos lajenses como de sua Emancipação Política.

Quando a Assembleia Provincial aprovou o Projeto n° 2, que passou a ser a Lei n° 896, houve festa em São José da Lage. “Às 8 ½ horas da noite em casa do abastado negociante Marcolino de E. Calado, foi servido um profuso chá e depois, em seguida, deu começo o sarau oferecido expressamente pelo sr. Calado e sua digna esposa ao capitão Lúcio Soares; dançando-se polcas, valsas, quadrilhas e lanceiros ao som da maviosa orquestra Filarmônica Lagense, reinando durante o festim, que durou até às três horas da madrugada, a maior harmonia entre todos os convivas, que em grande parte eram cavalheiros da seleta sociedade lajense”. Texto assinado por alguém que se intitulava o “Imparcial” e publicado no Gutenberg de 24 de julho de 1886.

Matriz de São José da Lage em 1921, mais conhecida então como Igreja do Galo

Em setembro deste mesmo ano, São José da Lage recebeu, também em festa, frei Caetano de Messina Sobrinho, “prefeito da Penha do Recife”, e frei Faustino de Grumez, que ali foram “abrir missões e trabalhar nas obras do cemitério e matriz da freguesia”, como informou o Gutenberg de 23 de setembro.

Este frei Caetano de Messina era o sobrinho do frei do mesmo nome que fez história no Nordeste como construtor de templos. Nossa Senhora da Penha era um Hospício em Recife.

Em 11 de outubro de 1893 foi eleito o primeiro prefeito, sendo escolhido Claudino da Costa Agra, proprietário do Engenho Roçadinho e reconhecido pelo seu enfrentamento, em 1844, ao revoltoso Vicente de Paula.

Votaram 502 eleitores, que também indicaram a Câmara de Conselheiros, constituída pelo presidente, Joaquim Monteiro, e pelos conselheiros José da Costa e João Camilo.

A sede do município de São José da Lage permaneceu como vila até 1920, quando foi elevada à categoria de cidade pela Lei Estadual nº 681, de 16 de junho. A lei estadual n° 873, de 21 de junho de 1920 autorizou o governador a prover o município de juiz de direito e promotor público.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município era constituído do distrito sede.

Em divisão territorial datada de 31 de dezembro de 1936, o município aparece constituído de três distritos: São José da Laje, Canastra e Piquete.

Em divisão territorial datada de 31 de dezembro de 1937, o município era constituído de dois distritos: São José da Laje e Piquete. Não figurando o distrito de Canastra.

Pelo decreto-lei estadual nº 2909, de 30 de dezembro de 1943, o distrito de Piquete passou a denominar-se Ibateguara.

No quadro fixado para vigorar em 1949-1953, o município era constituído de dois distritos: São José da Laje e Ibategura, ex-Piquete.

Pela lei estadual nº 2076, de 19 de novembro de 1957, foi desmembrado do município de São José da Laje o distrito de Ibateguara. Elevado à categoria de município.

Em divisão territorial datada de 1° de julho de 1960, o município é constituído do distrito sede.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

Ferrovia

A estação em dia de festa em 1950

Com a criação da The Alagoas Brazilian Central Railway Company Limited em 12 de janeiro de 1876, teve início a interiorização do serviço de transportes ferroviários em Alagoas, principalmente após a construção da estrada de ferro Maceió/Imperatriz (União dos Palmares).

As instalações dos 88 Km de trilhos tiveram início em 15 de março de 1882 e foram concluídas em 1884, mas somente inauguradas no dia 3 de dezembro do mesmo ano.

A importância desta via era tal que, mesmo durante a construção já existiam mobilizações políticas para que os trilhos fossem prolongados até São José da Lage.

Como parte dessa campanha, alguém que se dizia “patrono (na imprensa) desta florescente localidade [de São José da Lage]” e que se dirigia ao ministro da Agricultura e à Companhia Alagoas Railway, publicou no Jornal do Recife de 9 de outubro de 1887 informações importantes sobre a vila, valorizando o lugar para torná-lo merecedor dos benefícios ferroviários:

“A vila de S. José da Lage (antiga Lage do Canhoto, que assim chamava-se por tirar sua etimologia do rio que a banha, que corre à esquerda, e por ser o seu leito composto de lajes) acha-se situada em um amplo e ameno vale denominado — Várzea Bonita — à margem do rio Canhoto, que serpeia uma longa cordilheira e fertiliza uma zona, no seu percurso, de mais de 30 milhas de extensão, indo desaguar no rio Mundaú”.

“Sua zona, bastante temperada, é assaz produtora, contendo 30 engenhos de fabricar açúcar, sendo a maior parte deles movidos por água, afora muitos alambiques de cobre e barro que destilam aguardente; sobrando ainda terrenos devolutos que poderão conter, francamente, 40 ou mais engenhos, de primeira ordem, de futuro se venham estabelecer e adotam-se ainda para o plantio do café”.

“Sua edificação é antiga, mas tem aumentado progressivamente, contendo para mais de 3.000 habitantes”.

“Tem quatro ruas com 500 casas, todas de telhas, e entre estas algumas com frente à chinesa; uma coletoria de rendas gerais, uma agência de rendas provinciais, uma agência de correio, três cartórios, sendo dois de 1° e 2° tabeliães e outro de órfãos, ocupando o primeiro simultaneamente o ofício do registro das hipotecas; duas escolas primárias, uma do sexo masculino e outra do sexo feminino, um bom espaçoso cemitério de sólida construção, uma elegante matriz de estilo gótico; muitos estabelecimentos comerciais, onde se encontram completo sortimento de várias mercadorias, sobressaindo, dentre estes um sui generis, uma espécie de bazar com grande e variado sortimento de drogas, ferragens, quinquilharias, miudezas, calçados, secos e molhados”.

Ponte de cimento armado sobre o riacho Sujo

“Esta nascente vila foi criada pela lei provincial n° 737 de 7 de junho de 1876. É uma das mais florescentes que, atualmente, conta a província das Alagoas. Dista da capital, Maceió, 166 quilômetros. Foi ereta em freguesia desmembrada da Imperatriz [atual União dos Palmares], por lei provincial n° 901 de 14 de junho de 1883”.

“Limita-se esta com a freguesia da Imperatriz, ao nascente, pelo riacho Bastiões até a sua nascença na serra do Bolão, e daí rumo direito ao outro lado da mesma serra na nascença do riacho Bolão, e por ele abaixo até fazer barra no riacho Seco; seguindo pelo dito riacho Seco até onde faz barra no rio Canhoto, e por este acima até onde faz barra o riacho Caruru seguindo por este riacho até encontrar os limites dessa província”.

“A população da freguesia é de mais de 12.000 habitantes. Igreja matriz sob a invocação de São José da Lage. Instituída canonicamente em 3 de maio de 1884. Vigário encomendado padre Francisco Joaquim da Costa Barbosa”.

“Possui esta freguesia três capelas filiais: — sendo das povoações de Caruruzinho, Roçadinho e Lagoa Nova. A capela de Caruruzinho sob a invocação de Nossa Senhora da Divina Pastora, a do Roçadinho sob a de Nossa Senhora da Conceição, a da Lagoa Nova sob a de Nossa Senhora do Rosário; afora duas em construção, sendo uma na povoação do Piquete e outra no pequeno povoado São Francisco da Tenda sob a invocação de São Francisco Xavier”.

“O seu estado de salubridade é o mais lisonjeiro; não se conhecendo aqui as epidemias de mau caráter que, de período em período, assolam o litoral da província”.

“Além do que levamos dito, tem esta vila uma boa feira semanal aos sábados, aquela é bastante concorrida por mercadores de várias povoações do município, e até mesmo d’essa província de Pernambuco”.

“É de imprescindível necessidade, que a companhia Alagoas Railway prolongue, por contrato outro com a província, de ferrovia central a esta florescente vila, já pelas imensas vantagens que hão de sobrevir à companhia, por este importante melhoramento, já por estar ela mui próxima da caudal estrada de ferro do Recife ao S. Francisco e já finalmente se se unir as duas empresas, que, quiçá, sejam o mais momentoso empreendimento do porvir, nas brasílias plagas!”.

A pressão fez efeito e no dia 22 de agosto de 1885, o Jornal do Recife publicou a seguinte nota: “Foi sancionada pela presidência das Alagoas a lei de 28 de julho, da Assembleia Provincial, concedendo à empresa Alagoas Railway Company Limited o privilégio exclusivo para a construção do prolongamento da ferrovia da Imperatriz até a vila de S. José da Lage, assim como para a construção dos dois ramais, sendo um direção à vila da Assembleia [Viçosa], passando próximo da Capela, no município de Atalaia, e outro que passe pelo distrito de Gitituba, com direção ao município de Camaragibe”.

A estação ferroviária de São José da Lage, após receber os trilhos da Great Western, foi inaugurada no dia 13 de maio de 1894, como parte da E. F. Sul de Pernambuco, que estendera sua linha do Glicério, atual Paquevira, (que também teve sua estação inaugurada no mesmo dia), até a Lage.

Em 30 de abril de 1925, o governo do Estado recebeu uma petição de vários moradores de São José da Lage apelando para que o trem diário que pernoitava em União dos Palmares passasse a fazer suas viagens a partir da estação da Lage ou da de Glicério (Paquevira).

O governador Costa Rego considerou justa a reivindicação “por ser a cidade de São José da Lage, apesar de seu comércio florescente, a única das de Alagoas, entre as servidas por linha férrea, que não tinha comunicação diária com a capital do Estado”.

A Superintendência da Great Western recebeu o pedido do governador e o trem voltou a circular diariamente.

Igrejas

Ponte Fernandes Lima em 1921, com a Igreja do Galo ao fundo

Sobre a igreja Matriz de São José, há a possibilidade de ter sido erguida entre 1886 e 1887, considerando que Tomaz Espíndola se refere em 1871 a existência apenas de “uma pequena igreja de S. José”; que em setembro de 1886 chegou por lá frei Caetano de Messina para trabalhar nas obras do cemitério e da matriz; e que em outubro de 1887 já existia “um bom espaçoso cemitério de sólida construção, uma elegante matriz de estilo gótico”.

A segunda grande igreja de São José da Lage começou a ser construída no centro da cidade em 17 de janeiro de 1923, por iniciativa do Coronel Carlos Lyra, então proprietário da Usina Serra Grande.

A obra era uma homenagem a São Carlos, santo protetor do senhor de engenho, que faleceu em 11 de junho de 1924. A construção teve continuidade sob a responsabilidade de sua esposa, D. Severina Lyra, e de seus filhos.

O templo, inaugurado em 17 de abril de 1929, tem estilo barroco e ostenta vitrais delicados retratando passagens de Cristo na terra. O sino e o órgão de tubo são do século XIX e foram trazidos da França pelo Cônego Benigno Pereira Lyra.

Igreja de São Carlos em São José da Laje

Em 25 de junho de 1940 o jornal A Noite do Rio de Janeiro publicou uma pequena nota informando que em São José da Lage “um velho templo situado no centro desta cidade ameaça ruir a qualquer momento. Os moradores das suas imediações fizeram um apelo às autoridades no sentido de ser tomada uma providência capaz de afastar o perigo”.

Mesmo com estes problemas, a Igreja de São José resistiu as enchentes de 5 e 6 de março de 1941, sobrevivendo com algumas avarias, mas não suportou a de 14 de março de 1969, quando a Igreja do Galo foi praticamente destruída, ficando de pé apenas uma parede.

Assim, a partir de 1969, São José foi levado a dividir a igreja de São Carlos, que passou a abrigar o padroeiro da cidade e a ser talvez a única no país a ter dois santos, ficando denominada como Igreja Matriz de São Carlos/São José.

Desenvolvimento

Em 1920, São José da Lage tinha as seguintes povoações: Piquete (futura Ibateguara), Canastra, Roçadinho, Serra Grande e Caruaruzinho. Tinha ainda seis escolas públicas, quatro na sede, uma em Canastra e uma em Piquete.

Neste período podia-se encontrar na Rua do Comércio a loja de Julio Figueiredo & Cia vendendo armarinho e ferragens. Ainda nesta via estavam localizados os estabelecimentos de Joaquim Alves de Oliveira, um armazém de compras de cereais e um descaroçador de algodão. Arthur Neves atendia na Farmácia Farol da Medicina; Cyrillo Coelho vendia fazendas e miudezas e seu concorrente, Salomão Nutels, também oferecia ferragens e estivas.

Entretanto, as principais atividades econômicas do município eram desenvolvidas pela Usina Serra Grande, instalada no município em 1894 pelo Coronel Carlos Benigno Pereira de Lyra, e pela Usina Apolinário, que a partir de 1911 também passou a pertencer a razão individual Carlos Lyra e, anos depois (1922), se constituíram no Grupo Carlos Lyra & Cia.

O empreendimento se destacou ao investir em equipamentos modernos para a época, a maioria importada da Inglaterra, e em técnicos e gestores experientes, de origem alemã, francesa, italiana, polonesa, entre outras. (Veja mais detalhes AQUI).

Fábrica de Usga

Quinze anos depois, assumiu a gerência o filho do coronel Carlos Lyra, Dr. Salvador Pereira de Lyra, que havia estudado na França. Nascido na usina em 21 de outubro de 1894, foi ele quem implantou a primeira Usina Hidroelétrica do Estado de Alagoas, proporcionando autonomia energética à região. (Veja mais detalhes AQUI). Salvador Lyra foi casado com Conceição Sepúlveda Diniz de Lyra, com que teve os seguintes filhos: Carlos Lyra, João Lyra, Fernando Lyra, Margarida de Lyra Pessoa de Melo (esposa do industrial Fernando Pessoa de Melo) e Lúcia de Lyra Brito (esposa de Paulo Didier de Brito).

O grupo era proprietário ainda, em Jaraguá (Maceió), de grandes armazéns e três pontes cobertas de embarque. Essa estrutura era conhecida como Trapiche Novo. Acumulava 200.000 litros d’água em suas duas enormes caixas, como prevenção no combate aos incêndios.

O Trapiche Novo, em 1924, era dirigido por Levino David Madeira, genro de Carlos Lyra e morador da Avenida da Paz em palacete que depois veio a ser o Hotel Atlântico. Permaneceu na gerência até julho de 1931.

Também foi deste grupo o pioneirismo na fabricação e comercialização do álcool como combustível bioenergético a partir de 1927. Foi patenteado, em 1944, como USGA, numa referência à Usina Serra Grande.

Explorava ainda a criação de gado bovino e vacum, principalmente da raça Zebu. Estas criações ficavam nas Fazenda Guzerat, Várzea Bonita e no Mostruário Ypiranga.

Mas a empresa tinha problemas para resolver com o meio ambiente. Em 30 de abril de 1925, o Jornal do Commercio (AM) informou em sua coluna “Os Estados” que “Estão completamente inaproveitáveis as águas do rio Mundaú devido a calda das usinas situadas na ribeira deste rio. Desde São José da Lage até Muricy as águas estão completamente contaminadas para nada servindo atualmente”.

Esse problema, que por muitos anos tantos prejuízos trouxe para os rios, riachos e lagoas das Alagoas, foi resolvido ainda na década de 1930 pela Usina Serra Grande, que passou a utilizar a vinhaça (tiborna) como adubo orgânico em suas áreas de plantio.

Em 1933 foi constituída a sociedade anônima Usina Serra Grande S/A com um capital integralizado de 9.954:000$000 em bens e 46:000$000 de entradas em dinheiro, que foram divididos em 10.000 ações nominativas.

O depoimento de um ex-trabalhador da Usina Serra Grande ao jornal carioca Voz Operária de 1952 revelava que esta empresa, mesmo sendo uma das mais modernas do Estado, pagava baixos salários aos seus operários, como qualquer outra do Nordeste.

José Soares da Silva disse ao jornal que “pobre não vive em Alagoas. Só quem aguenta é usineiro e fazendeiro. São José da Lage, de onde vim, vai ficar sem povo. Uma cuia de farinha custa 40 cruzeiros. O dr. Ariz Ponte Lira, da Usina Serra Grande, precisa de braços para o canavial. Mas para trabalhar de sol a sol paga 10 cruzeiros por dia para homem e somente 5 para as mulheres. Assim, escondido dele, fugimos e andamos oito léguas a pé, à noite, para ir apanhar o ‘pau de arara’ fora das terras da usina”.

Ponte Fernandes Lima

Além da ferrovia e das suas usinas, São José da Lage também começou a ser beneficiada por estradas de rodagens no início do século XX.

Em 22 de fevereiro de 1924 foi inaugurada a estrada entre São José da Lage e Leopoldina, com 54 Km, e uma ponte sobre o Rio Canhoto (Ponte Fernandes Lima), que foram entregues com a presença do governador Fernandes Lima e outras autoridades.

O contratado pelo governo para executar a obra foi o industrial Carlos Lyra. A estrada, que custou 401:716$666 em 1923, ficou sem manutenção e em 1929 estava intransitável, como constatou o governador Álvaro Paes.

Nesse período, o prefeito adquiriu 101.000 paralelepípedos para o calçamento da cidade, concluiu a construção do Mercado Público e comprou na Alemanha 60 postes de aço para reformar a iluminação elétrica da cidade.

A prefeitura, instalada em prédio próprio, tinha os seguintes funcionários: um secretário (era também o escriturário e secretário do Conselho Municipal), um fiscal e dois auxiliares da arrecadação.

No dia 28 de agosto de 1929 o governo do Estado concedeu isenção de impostos por cinco anos à firma Araújo Bugarim & Cia para a instalação de uma empresa de abastecimento d’água nos municípios de União e São José da Lage. (Jornal do Recife).

Foi o prefeito Mário Guimarães, em 1937, que construiu a Ponte Cruz Verde. Coube a ele ainda a demolição das ruínas do antigo mercado público e a construção de um novo.

Nesse período, pelo menos dois jornais funcionavam em São José da Lage.

O jornal recifense O Tacape, de setembro de 1928, parabenizou o jornal lajense O Guarany, que naquela data comemorava o seu primeiro ano de existência. Cita que o exemplar de aniversário tinha “trabalhos literários e sobre o atual momento político brasileiro, estacando-se ‘Paz ou Revolução’ de J. Cavalcanti sobre a fulgurante personalidade de Carlos Prestes, cuja fotografia se ostenta em relevo ao centro da página”.

Em 11 de junho de 1930 foi lançado o primeiro número do jornal “Lage-Folha”. Seu diretor era o padre Elpídio Cotias.

Nos anos 50 existia o Correio Lagense.

O serviço telegráfico dos Correios e Telégrafos de Alagoas em São José da Lage foi inaugurado em 14 de novembro de 1941 e em janeiro de 1943 a cidade passou a contar com o serviço de distribuição de correspondência domiciliar.

Lage na Copa de 1938

Rua do Comércio em 1921

Depois dos péssimos resultados nas Copas do Uruguai (1930) e Reino da Itália (1934), o Brasil levou uma seleção competitiva para o torneio realizado na França em 1938.

Após vencer a Polônia no dia 5 de junho em Strasbourg, o Brasil empatou em 1 a 1 com a Tchecoslováquia em Bordeaux (12 de junho), placar que foi mantido após a prorrogação, forçando a realização de uma partida extra.

Esse novo enfrentamento com a Tchecoslováquia, no dia 14 de junho, entrou para a história como a Batalha de Bordeaux, devido a extrema violência utilizada pelos jogadores. Foram expulsos três (Zezé Procópio e Martim Silveira do Brasil, e Jan Ríha da Tchecoslováquia). Cinco atletas saíram de campo lesionados (os tchecos František Plánička e Oldřich Nejedlý foram internados em um hospital).

O selecionado brasileiro venceu por dois tentos a um e o correspondente do Diário de Pernambuco registrou na edição de 23 de junho como em São José da Lage os torcedores reagiram a este último jogo.

“Em diversos pontos da cidade foram instalados possantes aparelhos receptores. Viam-se os ‘endinheirados’ formando apostas pelo triunfo das cores nacionais”.

Rua do Comércio em São José da Lage

“Ao começar o primeiro tempo, os radiouvintes silenciosamente aguardavam o eco triunfal de nossos representantes e não foi pequena a confusão quando o speacker anunciou o 1° gol dos tchecos. Mas, minutos após, já no segundo tempo, vivas entusiásticos foram erguidos com toda pujança e altivez”.

“O Cardoso do Colombo não achava lugar, indo e vindo, preocupado com a situação do selecionado branco [tchecos]. Contudo, ninguém demonstrava desilusão pelos embaixadores esportivos que, àquela hora, defendiam heroicamente as nossas tradições”.

“Ao terminar o jogo, aos ser anunciada a vitória do Brasil, repetidos vivas foram ouvidos em todos os pontos da cidade”.

“Quando o interestadual alcançou a gare da Great Western, ‘urras’ foram desdobrados por todos os recantos, proclamados pelo que ali se achavam aguardando a recepção das últimas notícias e detalhes minuciosos da referida pugna”.

Lamentavelmente, o Brasil perdeu o jogo seguinte para a Itália e os lajenses, claro, culparam “a atitude parcial do juiz que nos privou de uma vitória certa”.

Cheia de 1941

A primeira cheia a provocar grandes estragos em São José da Lage aconteceu no dia 5 de março de 1941.

Por volta de uma hora da manhã, as sirenes da Usina Serra Grande foram acionadas avisando aos moradores que havia algum problema grave.

A Usina foi alertada que o Rio Canhoto havia acumulado muita água em seu leito proveniente das fortes chuvas caídas em Garanhuns, São Bento e Canhotinho, e que estas engrossavam de forma assustadora em vários trechos do seu curso.

Rua do Comércio em São José da Lage

Na Lage, um grupo de moradores ficou em alerta, mas sem saber a razão das sirenes. Somente minutos depois souberam por um mensageiro que a Usina Serra Grande havia sido inundada. Procuraram os padres para que tocassem os sinos, mas não conseguiram convencê-los.

A solução foi procurar os maquinistas da Great Western para que acionassem o apito do trem. Alguns automóveis também utilizaram suas buzinas para despertar a população. Mas nem todos deram atenção a estes alarmes e a maioria dos moradores foi acordada mesmo pelas águas que invadiram a parte ribeirinha da cidade.

Graças a iniciativa de alguns homens, foi formado um grupo de socorro aos moradores ilhados em suas casas. Eles foram de casa em casa e amarrados por cordas retiravam um por um, diminuindo os números da tragédia.

Genésio Carvalho, correspondente do Diário de Pernambuco na cidade, assim descreveu essa ação: “Os srs. Octávio Pino, Eulálio Lyra, Pedro Baptista Albuquerque, etc. organizaram imediatamente uma turma de salvamento, espalhando cordas em todo o perímetro inundado, a fim de salvar as famílias”. O prefeito Mário Guimarães esteve à frente de todas as ações de salvamento.

Segundo o jornal A Noite de 10 de março daquele ano, a área comercial da Lage foi uma das mais atingidas. “No roldão das águas as mercadorias, móveis e outros objetos também desapareceram”.

Quando as águas começaram a baixar, desabaram as casas comerciais de Clarício Valença Neves e Pedro Baptista. O estabelecimento de Enésio Cruz perdeu a parte traseira, deixando as águas levarem todo seu estoque de querosene.

A Usina Serra Grande teve um prejuízo de mais de 2 mil contos e além de paralisar suas atividades por alguns meses. O governo calculou em 50 os mortos nos vários municípios atingidos, a maioria era de trabalhadores da Usina Serra Grande.

A forte correnteza das águas também destruiu cinco pontes sobre o Rio Canhoto.

Na madrugada seguinte, às 3 horas, a cidade foi novamente avisada pela Great Western, que o açude São João em Garanhuns havia rompido e que vinha levando tudo que escapara da cheia da madrugada anterior.

Os alarmes foram soados (desta feita os padres aceitaram tocar os sinos) e toda a população foi levada para o Cruzeiro, no alto da rua da Matança.

Rua do Comércio em São José da Lage

Essa segunda inundação foi muito mais devastadora que a primeira. O furor das águas levou ao desabamento dos estabelecimentos de Enésio Cruz, José Vieira da Silva, José C. Theobaldo, Sebastião Agra, Manoel Luiz de França, Eustáquio Silva, Severino Martins, etc. Seus estoques foram levados rio abaixo.

Do prédio da “Phenix Club” sobrou somente a parede frontal. “Postes de iluminação, cofres fortes, café, milho, algodão em fardos, etc. tudo se foi no ímpeto com que as águas enfurecidas ameaçavam destruir totalmente a ‘Rainha das Fronteiras’ como é chamada em Alagoas a cidade de São José da Lage”, detalhou Genésio Carvalho para o Diário de Pernambuco de 13 de março daquele ano.

Dias depois, a cidade começou a ser reconstruída, mas somente em janeiro de 1943 foi concluída a obra mais esperada: um cais de proteção à margem ribeirinha do Rio Canhoto. “Reina, por esse motivo, geral regozijo”, anotou A Noite (RJ) de 3 de janeiro de 1943 ao informar que a inauguração seria em breve.

Em fevereiro foi inaugurada a nova cadeia da cidade. Os jornais se referiam a ela já como penitenciária. A população comemorou, mas imediatamente passou a cobrar também a instalação de um posto de higiene, como eram conhecidos os atuais Postos de Saúde. Este foi inaugurado somente em março de 1947.

Novas árvores foram plantadas na Avenida Carlos Lira em maio de 1943. Essa arborização substituía as velhas árvores ali existentes e foram distribuídas segundo um “traçado mais moderno”.

Ainda em 1943 ocorreu uma nova catástrofe no município provocada pelas águas. Segundo o Diário de Pernambuco de 14 de março, o “Impressionante desastre em Alagoas” teria acontecido dois dias antes com o desabamento da “barragem de reforço do Açude [Capeana] da represa do Rio Canhoto em terras da Usina Serra Grande. Verificou-se até agora a morte de sete trabalhadores, estando cinco gravemente feridos, parecendo haver ainda outras vítimas”.

Cheia de 1969

São José da Laje nos anos 60

Severino Francisco de Araújo acordou com o filho recém-nascido chorando. Olhou o relógio viu que passava da meia-noite e já estava vivendo os primeiros minutos do dia 14 de março de 1969. O comerciante ainda estava se levantando quando ouviu gritos de uma mulher que corria assustada avisando a todos que o rio tinha transbordado e que vinha uma enchente.

Padre Severino Brás, pároco local na época da tragédia, em entrevista ao Diário de Pernambuco lembrou dos detalhes da catástrofe. “Tudo começou no início da tarde, com simples aviso de que as águas do Canhoto estavam crescendo de volume. A população não se alarmou, pois isso já era rotina. As chuvas aqui caíram normalmente durante todo o dia. Ainda celebrei o novenário de São José, nosso padroeiro. Às 3 horas e 15 minutos da madrugada, precipitou-se a tragédia e cinco minutos após a cidade estava devastada e meus fiéis apavorados”.

Foi o próprio padre Brás quem deu o alarme fazendo soar os sinos da nova Matriz. Ele lembra que após tocar os sinos, atravessou a rua correndo para sua residência e não conseguiu mais voltar à Matriz. De lá viu desabar a torre da outra igreja, a de São José.

Há ainda o registro de que o primeiro aviso foi dado por um rapaz que trabalhava na rede ferroviária. Ele recebeu um telefonema do chefe da seção da Usina Serra Grande avisando do rompimento da barragem, fato que provocou uma tromba d’água de aproximadamente 2,5 metros de altura.

O Diário de Pernambuco de 16 de março assim descreveu São José da Laje vista de um avião do Aeroclube de Pernambuco: “Ali, às dez horas de ontem, as águas já haviam baixado, mas a marca da tragédia permanecia bem viva. Ruas de casebres completamente destruídas, pontes danificadas. Uma barra marrom indicava nas casas de alvenaria a impressionante altura atingida pelas águas. Filas de flagelados postavam-se ao rés das estradas ao que parecia aguardando socorro. Carros de boi transportando móveis e gêneros”.

Os técnicos avaliaram na época que o volume de água de 1969 era inferior ao da cheia de 1962. Os danos teriam sido ampliados por causa da destruição da barragem da Usina Serra Grande, que provocou a tromba d’água, arrasando a cidade e a própria usina, que era considerada a segunda maior de Alagoas e sofreu perdas materiais superiores a 4 milhões de cruzeiros novos. Só de açúcar essa perda foi de 100 mil sacas.

Até hoje não se sabe com precisão a quantidades de mortos vítimas daquela cheia. O levantamento do número de corpos encontrados ultrapassa os 400, mas pode ter sido maior.

Prefeitura Municipal São José da Laje

São José da Laje, que na época tinha uma população de 20 mil habitantes, festejava seu padroeiro. A cidade recebia inúmeros visitantes nesse período, que se hospedavam nas casas de parentes. Isso aumentou o número de vítimas e dificultou a identificação dos desaparecidos.

No dia 20 de março, o secretário de Segurança de Alagoas, coronel Adauto Gomes Barbosa, informou à imprensa os números dos mortos até aquela data: União dos Palmares, 129; São José da Laje, 114; Murici, 3, e Branquinha, 2. Mais de 8 mil desabrigados foram atendidos pelas equipes de socorro. Muitos dos corpos encontrados nos municípios que ficavam rio abaixo vieram de São José da Laje. No dia 5 de abril esse número foi atualizado para 304 mortos no Estado de Alagoas.

A cheia destruiu aproximadamente 800 casas na região, a maioria em São José da Laje. O prefeito de então era Oscar Alves de Andrade e o governado do Estado estava sob o comando de Lamenha Filho, que trataram de mobilizar a ajuda para os atingidos.

Em abril de 1969, um plano coordenado pela Sudene foi apresentado ao Governo do Estado para a reconstrução da cidade. Os investimentos seriam na ordem de NCr$ 1 milhão, oriundo de crédito aberto pelo presidente da República por meio do Ministério do Interior. A primeira parcela no valor de NCr4 402 mil foi liberada no início de abril daquele ano. A nova cidade foi planejada para ser construída em uma área mais elevada. A reconstrução durou mais de 10 anos. (Mais detalhes AQUI).

O beato de Riacho Seco

Prefeito Mário Guimarães de São José da Lage em 1936. Era um médico baiano

Segundo a Gazeta de Notícias de 1° de março de 1943, surgiu no povoado de Riacho Seco em São José da Lage um cidadão de nome Manuel Pereira se intitulando como o “santo” do lugar e alardeando que transformava jumentos em fogosos corcéis, verdadeiros cavalos de corrida.

Sua pretensão era criar em São José da Laje uma “sucursal” do céu, inspirado em Juazeiro do Padre Cícero. Queria ainda lançar um livro que seria a Bíblia de sua doutrina. Como não sabia escrever, ditou para um auxiliar os seus mandamentos, onde anunciava o fim do mundo, para não fugir à regra.

A polícia, orientada para reprimir o fanatismo, prendeu Manuel Pereira e com ele os manuscritos do livro e seus poucos discípulos. E assim, “os jumentos voltaram a pastar tranquilamente, na relva verde, sem mais aquela possibilidade de se verem transformados dum momento para outro, em garbosos corcéis”, informou o jornal carioca.

De Lage para Laje

Desde os primórdios, quando ainda era a Lage do Canhoto, que se grafava a denominação do lugar com “g”.

Essa foi a forma adotada no Brasil até meados do século XX, permanecendo depois apenas nos sobrenomes de várias famílias, a exemplo em Alagoas da família Lages.

O “g” em Lage provavelmente foi adotado no país para evitar o uso do “j”, que no latim tem sempre o som de “i”.

Lavanderia e banheiros públicos em São José da Laje

Há ainda a possibilidade de laje ter tido origem na palavra em latim hispânico lagena que, por sua vez, poderá ter origem numa palavra celta que se refere a pedras, o que também justificaria a forma gráfica inicial lage.

A primeira vez em que se discutiu no Brasil a possibilidade de modificar a grafia das palavras foi durante a Reforma Ortográfica de 1911. O Relatório da Comissão encarregada de fixar as bases ortográficas que seriam adotadas nas escolas e documentos oficiais informa, por exemplo, que a maioria da Comissão votou pela “manutenção do h inicial, do ge, gi, mediais de vocábulos, em concorrência com je, ji, e todos os valores atuais dados à letra x…”.

Entretanto, como esta pesquisa encontrou a primeira citação de Laje no lugar de Lage na Brasil Revista de dezembro de 1943, que relacionava os municípios brasileiros, pode-se suspeitar que a modificação foi adotada a partir da divulgação do Formulário Ortográfico de 1943, aprovado em 12 de agosto daquele ano.

Mesmo com a adoção da nova grafia, o município continuou a ser grafado como São José da Lage por muitos anos, não se sabendo quando e nem por qual instrumento normativo se oficializou a alteração para São José da Laje.

21 Comments on São José da Laje, a Princesa das Fronteiras

  1. Matéria fantástica. Uma narrativa com riquíssimo conteúdo. Adorei . Parabéns . Sem palavras.

  2. Joatas Balbino // 11 de novembro de 2019 em 21:45 //

    Amei ler parte da História na nossa querida princesa das fronteiras.

  3. Jurandir dos santos miranda // 12 de novembro de 2019 em 18:24 //

    Parabéns pra esses relatores que contaram a história da nossa querida São José da Laje.

  4. Alexandre Lyra // 13 de novembro de 2019 em 00:19 //

    Muito bom saber mais da história da Laje, terra da minha família e amigos.

  5. Amei ver tudo isso! Relembrar é viver!

  6. LAVINIA GUIMARAES // 15 de novembro de 2019 em 23:19 //

    São José da Laje, cidade onde meu avo Mario Guimarães foi prefeito!! Amei ler essa história!!

  7. Kleiner de oliveira ramos // 16 de novembro de 2019 em 11:18 //

    Mais uma vez, Ticianeli, parabenizo pelo belo trabalho. Na Laje vivi bons momentos de minha adolescência, por ser a terra da minha avó Ignez Santiago.
    Ainda mantenho contato com parentes e amigos lá residentes, Esses, certamente, estão eufóricos por seu trabalho tão bem elaborado e pela justa homenagem à cidade

  8. A trajetória da minha Laje (Lage) foi mais ou menos esta.
    Ainda poderia ser acrescida mais alguma coisa.
    Para quem quer conhecer está ótimo.

  9. Amei esta reportagem.
    Sou lagense mas muita coisa da cidade eu não conhecia.
    Obrigada.

  10. Patrícia Barbosa // 20 de outubro de 2020 em 21:44 //

    Amei ler a historia, mas procuro alguem da família da professora Amália Barbosa da decada de 1930

  11. Noemi Celerino // 27 de dezembro de 2020 em 00:41 //

    Estou a estou a procura de meu bisavô Antônio Celerino da Fonseca.

  12. Carlos (Guto) // 6 de março de 2021 em 21:22 //

    Minha familía é toda da Laje minha mãe foi pra União só pra mim nascer mas nunca morei lá meus primeiros anos de vida foi na Laje, com cinco anos me mudei para São Miguel dos Campos onde moro até hoje, sempre que posso visito a familía mas o que tenho mais saudade é da festa de fim de ano na usina antigamente era muita boa marcou a minha infância.

  13. André Luiz de Albuquerque Alves // 14 de março de 2021 em 07:30 //

    O comerciante Pedro Baptista de Albuquerque citado no texto, provavelmente é meu trisavô. Muito bom o texto, parabéns.

  14. Anália Ferreira // 26 de outubro de 2021 em 14:31 //

    Muito bom texto! Parabéns! Vim conhecer um pouco da história da terra do meu bisavô e da minha trisavó. É difícil encontrar localidades como esta em livros de história. Tenho até uma pergunta: entre 1810 e 1884, ano da aprovação canônica, onde eram batizadas as crianças? Em Imperatriz (União dos Palmares)? Lembranças de São Paulo aos alagoanos!

  15. Adorei a publicação. Me fez viajar no tempo. Meu avô Brasiliano Amaro da Silva nasceu em São José da Laje, infelizmente ele fugiu de casa ainda novo, então nunca soubemos muito sobre a cidade ou sobre a família dele. Espero um dia visitar a cidade.

  16. José ferreira da Silva
    Procuro pessoas que sejam parentes dele
    Seu filho José Inácio da Silva
    Por favor se alguém souber de alguma coisa me avise minha avó gostaria de te ver suas irmãs

  17. Cidade onde nasceu meu pai Anísio e meus avós Miguel Ferreira de Oliveira e Maria Isabel de Jesus

  18. IVANIA PONTES DOS SANTOS CORURIPE // 5 de julho de 2022 em 09:12 //

    Amei conhecer a história com tão ricos detalhes de Lage ou Laje. Não conheço a cidade mas…. …. Foi uma passeio ótimo pela história q da vontade de conhecer esses lugares falados. Parabéns

  19. Cirilo faria // 1 de fevereiro de 2023 em 07:35 //

    [29/1 15:12] Tia Neide: BENEDITO MORAIS DE LIMA
    [29/1 15:13] Tia Neide: Ele era caminhoneiro
    [29/1 15:17] Tia Neide: Cidade que ele mora são JOSE DAS LAGES,filho de SUNITA, a irmã dele TEREZINHA, tem uma usina Serra Grande, perto são jose das Lajes.

  20. Afrânio Godoy, neto do Pedro Batista citado no texto. // 27 de maio de 2023 em 13:36 //

    Excelente pesquisa e narrativa, mas tem algumas poucas informações que são equivocadas. Tenho 71 anos de idade, nasci em 1952, mas sempre gostei de conversar com pessoas bem mais velhas, e também sempre pesquisei a história de nossa São José da Laje. Mas de qualquer forma, parabéns a pessoa ou pessoas que realizaram as pesquisas.

  21. Arlete Lins de Barros // 1 de setembro de 2023 em 06:20 //

    Hoje acordando às 04:00hs não conseguindo dormir, me bateu a curiosodade de rever o lugar onde morei de 1939 à 1944. Muito interessante rever tanta coisa., desde seus primórdios. Em 1941 estava com 3 anos de idade e tenho memórias desta data. Lembro da cheia, da igreja onde minha irmã fez a primeira comunhão. da sorveteria no centro à beira do rio, onde os picolés eram em cubos de gelo.da festinha de fim de ano quando eu ia no carrocel…morava no final da rua perto da ladeira do Ipiranga onde subíamos para linha ferrea. por lá também iamos até o Km. 110 apanhar agua potável.

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