São José da Laje e a tromba d’água de 1969

A cidade de São José da Laje foi parcialmente destruída pela tromba d'água de 1969

Comerciante da cidade de São José da Laje, em Alagoas, Severino Francisco de Araújo acordou com o filho recém-nascido chorando. Olhou o relógio viu que passava da meia-noite e já estava vivendo os primeiros minutos do dia 14 de março de 1969. Estava se levantando para cuidar do menino quando ouviu gritos de uma mulher que corria assustada avisando a todos que o rio tinha transbordado e que vinha uma enchente.

Entulhos na rua em São José da Lage após a cheia de 1969

Padre Severino Brás, pároco local na época da tragédia, em entrevista ao Diário de Pernambuco lembrou dos detalhes dessa catástrofe, mas com horário de início diferente. “Tudo começou no início da tarde, com simples aviso de que as águas do Canhoto estavam crescendo de volume. A população não se alarmou, pois isso já era rotina. As chuvas aqui caíram normalmente durante todo o dia. Ainda celebrei o novenário de São José, nosso padroeiro. Às 3 horas e 15 minutos da madrugada, precipitou-se a tragédia e cinco minutos após a cidade estava devastada e meus fiéis apavorados”.

Foi o próprio padre Brás quem deu o alarme fazendo soar os sinos da nova Matriz. Ele lembra que após tocar os sinos, atravessou a rua correndo para sua residência e não conseguiu mais voltar à Matriz. De lá viu desabar a torre da outra igreja, a antiga.

São José da Lage submersa em 1969

Cidade de Murici, também em Alagoas, submersa em 1969

Há ainda o registro de que o primeiro aviso foi dado por rapaz que trabalhava na rede ferroviária. Ele recebeu um telefonema do chefe da seção da Usina Serra Grande avisando do rompimento da barragem, fato que provocou uma tromba d’água de aproximadamente 2,5 metros de altura.

Com a inundação, os moradores em pânico subiam às cumeeiras das casas tentando fugir da fúria das águas. Alguns escaparam, mas a maioria foi arrastada pela forte correnteza da tromba d’água. Só pela manhã é que a violência das águas diminuiu.

O Diário de Pernambuco de 16 de março assim descreveu São José da Laje vista de um avião do Aeroclube de Pernambuco: “Ali, às dez horas de ontem, as águas já haviam baixado, mas a marca da tragédia permanecia bem viva. Ruas de casebres completamente destruídas, pontes danificadas. Uma barra marrom indicava nas casas de alvenaria a impressionante altura atingida pelas águas. Filas de flagelados postavam-se ao rés das estradas ao que parecia aguardando socorro. Carros de boi transportando móveis e gêneros”.

Para informar sobre a tragédia, o Diário da Noite, do Rio de Janeiro, estampou a seguinte manchete: Cadáveres boiam nas ruas.

Naquela mesma noite caíram chuvas pesadas em Pernambuco, Paraíba e Ceará. No Vale do Mundaú foram atingidas as localidades de Barra do Canhoto, em Pernambuco, e São José da Laje, Rocha Cavalcante, Santana do Mundaú, União dos Palmares, Branquinha, Murici, Messias, Rio Largo, Satuba e Maceió.

Sobreviventes procuram seus bens entre os entulhos

Sobreviventes procuram seus pertences entre os entulhos

As águas vieram pelo Rio Canhoto, passaram em São José da Laje e um pouco abaixo receberam a contribuição do Rio Inhaúma. Depois foram se juntar ao Rio Mundaú em União dos Palmares, compondo um imenso volume d’água, que veio provocando destruição até a Lagoa Mundaú, em Maceió, que inundou algumas áreas do bairro do Trapiche da Barra.

Os técnicos avaliaram na época que o volume de água de 1969 foi inferior ao da cheia de 1962. Os danos teriam sido ampliados por causa da destruição da barragem da Usina Serra Grande, que provocou a tromba d’água, arrasando a cidade e a própria usina, que era considerada a segunda maior de Alagoas e sofreu perdas materiais superiores a 4 milhões de cruzeiros novos. Só de açúcar perderam-se 100 mil sacas.

As perdas maiores mesmo foram as centenas de vidas humanas. Até hoje não se sabe com precisão a quantidades de mortos daquela cheia. O levantamento do número de corpos encontrados ultrapassa os 400, mas pode ter sido maior.

São José da Laje, que na época tinha uma população de 20 mil habitantes, festejava seu padroeiro. A cidade recebia inúmeros visitantes nesse período, que se hospedavam nas casas de parentes. Isso aumentou o número de vítimas e dificultou a identificação dos desaparecidos.

Eduardo Barretto, em depoimento publicado numa rede social, lembra que nesse dia visitava seu tio internado na Santa Casa de Maceió: “da janela se avistava o imenso terreno baldio onde hoje funciona a Secretaria de Saúde do Município, o posto de gasolina e uns edifícios, na beira-mar da Av. da Paz. Do quarto víamos os helicópteros trazendo os corpos em redes para este terreno. Era a visão do inferno, jamais me esqueci!”.

Mais de 800 casas foram destruídas nas cidades do Vale do Mundaú

Mais de 800 casas foram destruídas nas cidades do Vale do Mundaú

No dia 20 de março, o secretário de Segurança de Alagoas, coronel Adauto Gomes Barbosa, informou à imprensa os números dos mortos até aquela data: União dos Palmares, 129; São José da Laje, 114; Murici, 3 e Branquinha, 2. Mais de oito mil desabrigados foram atendidos pelas equipes de socorro. Muitos dos corpos encontrados nos municípios rio abaixo vieram de São José da Laje. No dia 5 de abril esse número foi atualizado para 304 mortos no Estado de Alagoas.

A cheia destruiu aproximadamente 800 casas na região, a maioria em São José da Laje. O prefeito de então era Oscar Alves de Andrade e o govern0 do Estado estava sob o comando de Lamenha Filho. Com apoio da sociedade e do Governo Federal, mobilizaram ajuda para os atingidos.

Equipes da Polícia Militar foram deslocadas para os locais atingidos e logo começaram a chegar suprimentos e água, além de equipes médicas. Uma campanha de vacinação em massa foi iniciada imediatamente.

Edécio Lopes, em seu livro Vaias e Aplausos, dedica um capítulo ao episódio. Ele narra que as primeiras notícias sobre a cheia vieram de União dos Palmares por meio de um telefonema de Rubens Holanda no começo da manhã. Somente às 8h é que uma professora de São José da Laje entrou nos estúdios da Rádio Gazeta, desesperada, anunciando que a tragédia acontecia em seu município e que os acontecimentos em União dos Palmares eram consequências.

A reconstrução da cidade, em outro local, durou mias de 10 anos

A reconstrução da cidade, em outro local, durou mais de 10 anos

Com as comunicações por telefone interrompidas, as informações sobre São José da Laje passaram a chegar em Maceió por meio do radioamador Moacir J. Santos, que mantinha, a partir do local, contato com o helicóptero que sobrevoava as áreas destroçadas.

Edécio Lopes revela que foi Marcelo Barros quem se deslocou com uma equipe para montar uma estrutura de rádio no município para manter a capital informada sobre os acontecimentos no local da tragédia.

Ainda no livro, Edécio critica as providências governamentais e faz uma denúncia: “O Brasil inteiro e, ao que me parece, parte do mundo, mandou socorro para os sobreviventes. Infelizmente, houve tanto desvio de material, aconteceram tantos fatos escabrosos que nem vale a pena lembrar porque, também não seria o caso”.

Em abril de 1969, um plano coordenado pela Sudene foi apresentado ao Governo do Estado para a reconstrução da cidade. Os investimentos seriam na ordem de NCr$ 1 milhão, oriundo de crédito aberto pelo presidente da República por meio do Ministério do Interior. A primeira parcela no valor de NCr4 402 mil foi liberada no início de abril daquele ano. A nova cidade foi planejada para ser construída em uma área mais elevada. A reconstrução durou mais de 10 anos.

37 Comments on São José da Laje e a tromba d’água de 1969

  1. edvaldo pereira silva // 25 de janeiro de 2017 em 21:17 //

    Sou serra grandes e Lajense de corpo e alma,quando leio estas parabolas eu sinto a perda de todos os familiares e me orgulho muito desta terra querida!

  2. crutiane batista de araujo // 8 de fevereiro de 2017 em 22:37 //

    Nossa! A minha mãe é uma das sobreviventes desta tragédia e ela me contou essa história. Ela perdeu quase toda família que estavam comemorando a festa do padroeiro da cidade em um parque. Ela sobreviveu graças primeiramente a Deus e a uma roda gigante. Meu avô e um tio sobreviveram pq ñ foram a essa festa mais o resto da família infelizmente morreu. Muito triste.

  3. Quem acordou minha família, foi eu, me acordei para ir ao banheiro, a casa estava alagada, gritei mamãe a caixa de água estourou, quando meu cunhado ouviu meus grito, pulou da cama e ouviu o barulho, o mesmo abriu a porta e água vinha derrubando tudo. Às vezes fecho os olhos e vejo àquela cena horrível. Ele fechou a porta e escorou com a máquina de costura e o sofá, saímos por trás, já tinha água por todo canto, subimos em uma escada, ficamos no telhado da casa vizinha até o dia amanhecer. Fomos puxado por cordas. Um detalhe, quando abrimos a porta tínhamos vários vizinhos aos gritos, todos entram na minha casa e ficaram no telhado. O restante da madrugada só ouvíamos os gritos de socorro, quando amanheceu a tristeza foi grande. Tivemos que lidar com a tristeza de perder familiares, amigos íntimos, conhecidos etc. 14.03 de 1969, foi uma data que deixou sequelas até hoje em minha vida.

  4. Ivanise Rodrigues de Oliveira // 28 de maio de 2017 em 12:59 //

    Um tia de minha mãe(tia Chiquinha),
    primos e primas residiam em São José da Lage e, graças ao Bom Deus,
    todos se salvaram subindo em cima de mesa, de telhados. Mas, um fato que chamou atenção, foi o de D. Zefinha, madrinha de uma das filhas de Tia Chiquinha, com mais de oitenta anos, que morava na mesma casa, ter sido encontrada com vida, ilhada em cima de uma pequena mesa rezando o Terço. Todos consideraram que fora um milagre por intercessão de Nossa Senhora. Nesta época eu tinha dez anos e morava em Maceió como até hoje.

  5. Reginaldo Lins // 28 de maio de 2017 em 19:36 //

    A Laje sempre nas manchetes.

  6. Ana Luiza // 29 de maio de 2017 em 08:54 //

    Muito triste, toda essa tragédia… Marluce Ferreira de Carvalho, você é a irmã da Tania, da Salete, filha de D. Anita? Sou Ana, filha da D. Rosinha. A Salete morava na Pajuçara na mesma rua . Como você está? Se for voce, quanto tempo que não vejo vocês é também sem noticias. Você tem face? Saudades de todos. Um grande abraço#

  7. jose firmino bastos // 4 de junho de 2017 em 09:10 //

    Nesta época eu trabalhava na trasportadora estrela do norte. Na rua Buarque de Macedo. Em frente a estação ferroviária em Maceió e fazia cobrança naquela cidade e conhecia muitos comerciantes

  8. Mauricio Malta // 28 de junho de 2017 em 21:21 //

    Depois dessa cheia, voltaram os lagenses a construir casa nos mesmos locais onde foram destruídas. Em 2010 nova cheia, desta vez não fez muitas vítimas porque a cheia foi pelo dia e o telefone celular livrou muita gente. Por fim após retirar pessoal da zona de enchente e leva-los para uma cidade nova, na margem da BR 104, muita gente voltou a construir na beira do rio e esperar a próxima cheia. e não são masoquistas, gostam de passar por risco. As autoridades não conseguem deter esta mania de fazerem casa na beira do rio Canhoto, que em várias oportunidades já mostrou que não brinca em serviço de destruição.

  9. carmem da silva // 18 de janeiro de 2018 em 15:53 //

    boa tarde gostaria de saber sobre documentos de batismo de casamento , se foi salvo eu me batizei nessa cidade 1961 sera que ainda tem esse documento na igreja . obrigado pela atençao

  10. Maria José monteiro // 14 de fevereiro de 2018 em 13:35 //

    Nasci na usina serra grande,e eu minha família somos também sobreviventes desta cheia de 69 ,eu tinha 7 anos e me lembro de tudo, morávamos na rua do cajá perto da usina serra grande, as casas da rua do cajá, me lembro que era uma Vila de casas, e ficava a beira do rio canhoto, escapamos por um milagre de Deus e ter usado nossa vizinha que acordou minha mãe e meu pai aos gritos e deu tempo de meu pai sair com todos os 4 filhos nos braços pela porta de trás da casa, imagine eu e minha irmã no ombro dele e os meus outros irmão nos braços dele imaginem a cena e com água chegando quase no pescoço a violência da correnteza não tava brava tava um pouco morta porque se não,nos não teríamos escapado,enfim foi um milagre de Deus,em ter usando um herói meu pai Manuel Francisco conhecido como Didi na usina serra grande.

  11. Geraldo Barbosa de Lima // 15 de abril de 2018 em 09:12 //

    Em 2016 estive visitando a Cidade onde nasci e encontrei a Parte da Cidade que foi atingida pela cheia do mesmo jeito as casas ainda sem a devida recuperação deu para ver o descaso do Poder Público com aqueles sobreviventes que contam só com os trabalhos do corte da cana oferecido pela Usina Serra Grande a Grande Mãe do Povo de São José da Laje, na parte mais alta está surgindo uma Cidade Nova espero que cresça e ofereça trabalho e renda para aquele povo sofrido.

  12. José Evaristo Gomes Lopes // 16 de maio de 2018 em 11:57 //

    Eu tinha 13 anos e presenciei o desmoronamento dessa igreja…momentos terríveis. Atualmente, baseando-se em narrativas, estima-se que morreram cerca de 1.200 pessoas, até porque, o cemitério local não comportava mais nenhum corpo e muitos foram sendo sepultados onde eram localizados. Só quem já presenciou uma grande tragédia, pode imaginar a comoção.

  13. Lembro perfeitamente desse dia..
    No dia 12 havia chovido muito, e no dia 13 as águas do rio subiram mas desceram (não totalmente) a chuva foi fraca, mas estava bem nublado.. Pela tarde passou uma uma nuvem escura e escureceu tudo, ficou tudo escuro e ninguem mais saiu de casa pelo dia. Só voltou a chover por volta de 10 da noite do dia 13, uma chuva rápida. Ninguém esperava que viesse uma enchente naquela proporção, já que na Laje não estava chovendo tanto..Foi triste

  14. A maior tragedia que vivenciei na minha vida aos 14 anos, hoje me lembro muito bem aquele dia, acordei com água no joelho e corri para janela pra ver a rua e com grande surpresa a água estava na altura da janela numa velocidade muito grande levando tudo que aparecia pela frente, carros, casas e muita gente. A minha mãe subiu na mesa da cozinha quebrou os caibros e colocou eu, meus irmãos e meu pai já de idade e adoentado para cima da casa e foi a última a sair da casa. Ao lado da minha casa morreu seu João Leal a esposa e fomos para casa onde morava o sargento do tiro de guerra que era de Laje e ficamos lá até as águas baixarem. Deve muito a minha mãe D. Maria Júlia Viana Portela pois ela foi a nossa Heroína.

  15. Só uma observação, os números de mortes divulgados pelo governo na época foram totalmente desproporcionais à realisado. É nítido que o número de mortes foi por volta de dois mil mortos, visto que só na cidade, deve ter ultrapassado mais de 500. Lembro que a rua do Rosário era uma rua grande, populosa, e só nessa rua, o número de mortos deve ter passado dos 500.
    E contando com a rua do cajueiro, Comércio e outras, facilmente chegou a 600 mortes. E ainda tem as centenas de mortos da Serra grande e dos sítios.

  16. Meu pai José Luiz da silva também foi sobrevivente ele meus avós e tios desta enchente, até hoje ele conta como eles sobreviveram desta tragédia. Ele tinha na época 10 anos até hoje chora quando conta para nos o que ele lembra e muito triste

  17. Aparecido J G Silva // 4 de fevereiro de 2019 em 20:26 //

    Neste sabado 02.02.19 estive com uma sra lajense D. NAZARÉ FRANÇA, a quem já visitamos na bela SJ da Laje e jamais imaginava que havia passado por tal catástrofe. Revivendo aqueles momentos, pelo acontecido agora em Brumadinho, fiz esta pesquisa e pelos relatos, certamente muito mais grave que os ultimos incidentes com barragens. Talvez pela epoca pouco divulgado.

  18. Minha tia é uma sobrevivente, dessa cheia em São José da Laje.

  19. Tinha Famílias Aí Que Nem Cheguei A Conhecê, Meu Pai Que Me Conta Que A Família Dele Morreram Todos Nessa Tragédia 💔💔💔💔💔💔

  20. Angeluza Maria dos Santos // 17 de março de 2019 em 00:55 //

    Moro em São Paulo, mas meu pai, Luiz Rodrigues dos Santos, sua mãe, Joana Vieira dos Santos e pai, Pedro Rodrigues dos Santos eram todos de São José da Laje. Tinha uma irmã do meu pai, Carminha. Desde que viemos para SP não tivemos mais notícias dos parentes de lá. Acredito que existem muitos primos que vivem na cidade e gostaria de notícias deles. Minha mãe era Angelita Leite de Albuquerque, apelido Géli. Meu pai era conhecido como Luizinho e era alfaiate.

  21. Rosimar Lima // 26 de julho de 2019 em 16:59 //

    Ola, estou fazendo uma busca para uma membro da familia e vi que alguem chamado OSCAR PEREIRA CARDOSO deixou uma mensagem e possivel que ele seja parente.
    Ou qualquer outro membro dessa familia
    Por favor, OSCAR PEREIRA CARDOSO entra em contato comigo eis meu email
    roselima@email.com

  22. Minha sogra Maria jose da Conceição tem parentes aí sempre procurei por eles mas ao saber dessa tragédia creio que nem irmãos infelizmente deva ter ainda
    Por favor se alguém conheceu Josefa Maria Quitéria e esposo Sérgio referino ou Zeferino me avisem eles tinham filhos lembro o nome de um que minha sogra disse q se chamava Manoel queria tanto encontrar algum familiar dela

  23. Abelardo Ricardo de Oliveira Filho // 6 de outubro de 2019 em 21:56 //

    Eu morava na usina serra grande,hoje moro no Rio de janeiro foi muito triste.

  24. Junior Cavalcante // 19 de outubro de 2020 em 07:52 //

    Eu sou filho de Erivaldo Baptista Cavalcante e morava-mos na cabeceira da ponte ao lado da usina serra grande, sei sei como escapamos ficamos com água no pescoço a nossa salvação foi a barragem ter estourado.

  25. Edjane Araújo barbosa // 27 de janeiro de 2021 em 20:45 //

    Meu pai: Abílio Barbosa e minha mãe: Maria do Socorro Araújo Barbosa são sobreviventes dessa catástrofe.

  26. Gostaria de Saber sobre Alzira Neves e Luiz da Neves. Meus Avós maternos. Minha mãe conta histórias dessa Usina Serra Grande, mas nunca soube nada a fundo sobre minha família.

    Se puderem ajuda,
    Gratidão!🙌🏻🌻🪴🌻

  27. Marcilio Arruda Pereira // 27 de abril de 2021 em 20:16 //

    Triste lembranças da velha Laje, saí de lá dias antes da tragédia, ficava na casa da minha Tia Edite Araújo, Rua da Igreja Matriz, vizinha da Mansão dos Lyra. Felizmente todos da minha família sobreviveram

  28. Minha mãe e sobrevivente desse desastre Creusa María Vicente

  29. Minha irmã Angeluza postou um comentário anteriormente perguntando sobre a familia do meu pai Luiz Rodrigues dos Santos pois não temos nenhum notícia de parentesco vindo do lado dele

  30. Nilcea Clara Cardoso // 1 de agosto de 2021 em 15:13 //

    Gostaria de saber se existe algum familiar da famila de Valdevino Cardoso. A maioria das filhas Natalia , Julieta, Nem eo filho Agenor (ja falecido) estao no Rio há muito tempo.

  31. Minha mãe e meu pai estão agora aqui contando como foi pois .inha mãe falou que na época trabalhava de gonvernate na casa de dona Lourdes na usina serra grande e salvou a vida doa patrões e.seu dois filhos, e.hj está lembrando e chorando. Mas graças a Deus conseguiu salvar a vida de 4 pessoas e a sua própria vida🙌

  32. George Robson Castelo Branco Araujo // 28 de maio de 2022 em 19:29 //

    Também sou dessa época e tinha 14 anos. Meu pai #mais conhecido com Sr. Araujo, era chefe dos correios e nós nascemos e morávamos lá.
    Graças a Deus a água não chegou mas chegou próximo a linha férrea que ficava a aproximadamente 50m dos correios.
    Até hoje, tenho trauma de escuridão.

  33. Orlando Salvador de Lima // 6 de julho de 2022 em 20:28 //

    No dia 14 de março de 1969
    estava completando 26 anos. Funcionário de carreira do Banco do Brasil em União dos Palmares, fui trabalhar normalmente. Dia de sol. A partir das 10 horas, chegam notícias que o Rio Canhoto está subindo violentamente penetrando nas casas ribeirinhas na direção de União. No bifurcamento com o Rio Mundaú, começa a invadir a Loja do comerciante José Cardoso, tio de minha esposa, Márcia Cardoso, e irmão de outro comerciante da cidade, Antônio Cardoso.
    Daí em diante, a referência era com a cheia anterior que cobrira a bomba de gasolina do posto do Sr. José Cardoso.

    Até então não sabíamos da tragédia, em toda sua extensão, que já passara a cidade de São José da Laje.

    Com o passar do tempo, foram chegando notícias de tromba d’ água, rompimento de barragem pras bandas da Serra Grande e da tragédia da Laje.

    Diante da da situação de calamidade, que já era evidente, o Banco do Brasil criou um comitê de ajuda para levar mantimentos e remédios à cidade. Fui um dos voluntários. Mas, com estradas interditadas, não tivemos como chegar a ela no mesmo dia. Somente conseguimos acesso no dia seguinte, ou seja, em 15/03/1969.
    Minha primeira impressão era que o local tinha sofrido um bombardeio aéreo, como na Segunda Guerra Mundial. Um cheiro de causar náusea pairava sobre os ares. Na rua que margeava o rio, apenas o prédio do Clube Gente Nossa manteve-se de pé. Relatos de pavor eram-nos contados. Atos de heroísmo também.

    Dirigimo-nos à residência do Sargento César, comandante do Tiro de Guerra local, para entregar os mantimentos. Em seu relato, o sargento disse que escapou por pouco, pois subiu no telhado de sua casa que aguentou as forças das águas, mas muitos dos seus vizinhos não tiveram a mesma sorte.

    Conhecia quase todos os comerciantes e empreendedores da cidade, pois somente existia o Banco do Brasil naquela jurisdição e, por isso mesmo, quase todas as semanas eles iam a União tratar de seus negócios pessoais. Deste bom relacionamento, surgiam convites para festas e competições esportivas. Uma delas, pouco de seis meses antes da cheia, na quadra de futebol de salão local, no meio da rua. Lembro-me que tinha um alambrado que protegia a casa do nosso anfitrião. Seu depoimento sintetiza o horror:
    “Subi com minha esposa e filha ao teto da frente da casa, que desabou, minha esposa perdeu-se na enxurrada e eu e minha filha ficamos amparados pelo alambrado; mas a força da água era tanta que ela escapou-me somente ficando fios de seus cabelos em minhas mãos”.
    (Depoimento do Zadir, em prantos).

    Acho que a história da cheia da Laje merece um estudo mais profundo, um livro que conte todos os detalhes da tragédia, as falhas, as lições daí decorrentes.
    Muitos sonhos foram destruídos na madrugada do dia 13 para 14 de março de 1969 na cidade.
    A cidade não sabia do risco que corria com a barragem? Não havia um sistema seguro de alerta contra catástrofe?

    Eis, pois, um tema que ainda hoje pode render uma boa literatura sobre o assunto, inclusive de aventura, ação e paixões.

    Orlando Salvador de Lima
    trabalhou em União dos Palmares de 1964 a 1973. Atualmente, 06/07/22, reside em Maceió.

    Até a

  34. Minha mãe trabalhou na usina tmb me relatou tudo isso ela trabalhou entre 1970 a 1980 veio para o RJ morou na rua Camaratuba seus pais se chamavam Noemia e Pedro já falecidos, tinha irmãos
    Nome da minha mãe Nair Alves da Silva…se alguém conheceu ou conhece algum familiar e possa me ajudar…hj minha mãe e falecida a 9 meses…obrigada

  35. Meu pai era ferroviário, e na época ele foi trabalhar na reconstrução da ferrovia e passou 90 dias sem voltar para casa, eu tinha 9 anos e lembro ele contando o que viu e chorava de tristeza, hoje ele tem 95 anos e ainda se emociona quando lembra!!

  36. Um grande amigo, chamado Oseas, vivia lá e disse que Deus acordou sua mãe, dona Rosa. Ela ouviu a seguinte ordem: “Tire seus filhos daqui”. Ela e o marido pegaram seus cinco ou seis filhos (não lembro com certeza agora) e saíram gritando para avisar os vizinhos.

  37. Benedita Lira // 4 de abril de 2024 em 13:57 //

    Eu sou uma sobrevivente dessa tragédia, na época eu tinha 9 anos, hj estou com 64, porém a imagem de ver o desespero de todos nao sai da minha mente. Foi muito triste ver o desespero de todos e ver tantos corpos de adultos e crianças sendo levado pela enchente.

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