Tororó do Rojão, o Chaplin do Forró

Batizado como Manoel Apolinário da Silva, Tororó do Rojão nasceu no povoado de Bateria, em Matriz do Camaragibe, Alagoas, em 1936. Começou a trabalhar na usina ainda criança, limpando cana e colocando na esteira.
Perdeu o pai e veio morar em Maceió, quando ainda não tinha 10 anos de idade. Quem trouxe ele para a capital foi d. Nadir Pantaleão, que o viu jogando bola na rua e lhe perguntou se não queria vir para a capital trabalhar na casa dela.
Sua mãe concordou e ele acompanhou d. Nadir e foi morar na residência dela, na Rua Barão de Penedo, 298, Centro, próximo à Praça Deodoro.
Como um dos seus trabalhos era levar todas as tardes as cadelas da dona da casa para passear na Praia da Avenida, recebeu o apelido de “Mané das Cachorras”, apelido que odiava e era motivo até para brigas.
Em Maceió, teve os primeiros contatos com as letras, mas só conseguiu terminar o primário. Gostava mesmo era de futebol, esporte onde chegou a se destacar jogando pelo Sport Clube Alagoas, de Maceió.
Já adolescente, soube que sua mãe estava vivendo de esmolas em sua cidade natal. D. Nadir ficou compadecida, alugou uma casa e a trouxe para viver em Maceió. Nesta época, o jovem Manoel trabalhava em um posto de gasolina. Depois ainda trabalhou como servente, mecânico e assistente. Depois, ingressou na Petrobras, de onde só saiu aposentado.
Música
Seu primeiro contato com a música foi ainda menino em Matriz de Camaragibe, escutando sua mãe cantar coco.

Em 1978, Edécio Lopes produziu o Festival Alagoano da Canção Nordestina. No show final, com Luiz Gonzaga e Carmélia Alves, Tororó do Rojão é o tocador de triângulo. Ao seu lado Osvaldinho, na sanfona
Começou a cantar nos programas de calouro da Odete Pacheco, na Rádio Difusora de Alagoas, onde ganhou o apelido que lhe acompanhou pelo resto da vida: Tororó do Rojão.
Gostava tanto do forró que encontrou uma maneira de trabalhar para Luiz Gonzaga. Era o motorista da camionete Rural do “Rei do Baião” em suas andanças pelo Nordeste. Mas como tinha talento musical, logo estava tocando triângulo em alguns dos shows.
Gravou o primeiro “compacto” no final dos anos 60. No disco, contou com ajuda de Osvaldinho e Nelson do Acordeom. Depois gravou e lançou o disco Segura Menino, em 1981.
Em 2000 lançou o seu primeiro CD O Povo Não Quis Acreditar, com destaque para Seu Cuca é eu. Seu último registro fonográfico, o CD Sem Retoques, foi em 2006 lançado no Teatro Deodoro.
Segura Menino, o CD, foi relançado em 2009. Era um presente do seu amigo e produtor Marcos Sal. Em 1993, durante uma apresentação especial dedicada aos músicos da Orquestra de Câmara de Moscou, ganhou uma denominação dos russos: Chaplin do Forró, devido a sua desenvoltura no palco.
No dia 4 de junho de 2011, Tororó do Rojão foi internado na Santa Casa com AVC Hemorrágico. Não saiu mais. Faleceu no dia 7 de julho do mesmo ano. Foi enterrado no Cemitério São José, no bairro do Trapiche, em Maceió.
Fonte principal: Balaio de Fatos do jornalista Keyler Simões.
Neste tempo eu era feliz e não sabia, Grande Tororo do Rojão
O povo é ingrato. No seu sepultamento, não tinha uma dúzia de pessoas,
Discordo ! tinha bastante pessoas sim !
Ouça aqui no link o Album O povo nao qui acreditar
http://bairrosdemaceio.net/web-radio-maceio/771
Quando o artista sai de cena por velhice ou doença, por geral a sociedade lhe devolve com uma pá de cal. Principalmente por políticos que não os usarão para seus palanques cata votos.