Por detrás dos véus da Maçonaria

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Texto escrito pelo advogado e teatrólogo Volney Leite em 1978. Cedido por seu filho Carlos Volney para o História de Alagoas. Volney Leite faleceu em 18 de novembro de 2001.

Volney Leite, MI:.

O maravilhoso sempre exerceu um fascínio sobre a acuidade mental do investigador arguto, estimulado pela constatação de revelações extraordinárias que lhe tragam notoriedade.

A Maçonaria, na sua marcha infinita através dos tempos, tem sido alvo da curiosidade de “Caçadores da Arca Perdida”. E, malgrado das cautelas adotadas, vez por outra pérfidos se introduzissem no meio da família da arte real para assenhorarem-se dos seus íntimos segredos. Como se eles fossem perceptíveis aqueles que adentram ao círculo com espírito de curiosidade ou desejosos de vantagens pessoais. Ledo engano. Somente ao Iniciado — limpo e puro na concepção maçônica — os mistérios são revelados pelo Grande Arquiteto do Universo. E os bem aventurados não os revelam a terceiros, daí permanecerem imarcescível, principalmente aos “profanos de avental”.

Volney Cavalcanti Leite nasceu em Bom Conselho, Pernambuco, em 5 de janeiro de 1930

Muitas vezes estes curiosos tornam-se aliados valiosos na difusão da doutrina da ordem. Por maior que seja o paradoxo do ingresso na ordem e não ter visto a LUZ — a iluminação do templo interior.

Dentre as inúmeras ocorrências nesse sentido, gostaria de evidenciar a de um sacerdote jesuíta que abandonou a batina e se dedicou a investigar os segredos maçônicos. Não deixa de ser uma casualidade — se é que existe —, ou talvez pela inquietude, adstrita a quem trabalha pela maior glória de Deus, tem correspondido aos jesuítas ser o setor católico mais aproximado da Maçonaria.

E, se não nos falha a memória, foi o padre Riquet o iniciador do diálogo deste neste século. Porém, houve um jesuíta húngaro que deu um passo muito mais além — o Dr. Tohotom Nagy, que publicou em 1963, em Buenos Aires, o seu livro Jesuítas e Maçons.

A notícia me chegou através de uma transcrição, em português pelo escritor José Fernando de Maya Pedrosa, da revista chilena “VEA”.

O autor da obra prefalada, assim se apresentou. “Sou padre jesuíta que professei os quatro votos solenes — ‘reductus ad statum laicalem’ (reduzido ao estado leigo), absolvido de minhas obrigações sacerdotais e religiosas, volto com permissão ao estado leigo, por meio de um decreto do Papa a mim concedido benignamente. Desde há muito tempo, vivia em mim uma inquietude e curiosidade por saber a verdade sobre os maçons. Inimigos da Companhia de Jesus.

Uma vez fora da ordem, resolvi satisfazer essa curiosidade e, ocultando minha identidade, me filiei à francomaçonaria, levado pela mais franca das intenções para descobrir a verdade.

Cheguei aos graus mais altos, disse Nagy, e agora que possuo uma visão clara e autêntica de ambas as instituições, baseada em experiências e através de longos anos, decidi romper meu silêncio e apresentar ao mundo a realidade do enigma.

Os antecedentes que tinha, conta Nagy, não eram tranquilizadores. Alguém já havia apresentado uma série de livros católicos que descreviam a Maçonaria como um conjunto de seres carregados de ódio contra a igreja e capazes de castigar com tremendas penas ao que usasse revelar seus segredos. Desde o início, pelo contrário, tudo resultou surpreendente. Os maçons apareciam como gente bastante normal, de aspecto precípuo e nada aterrador. Quando, depois de um período de provas, Tohotom Nagy foi iniciado, as cerimônias aparecerão espetaculares e carregadas de símbolos e segredos, porém muito diferentes dos horrores pintados.

O processo de iniciação está longamente discutido por Nagy. Consiste, essencialmente, numa série de cerimônias que iniciam com o integrante despojado de toda a vestimenta, porque “vai ter início uma nova vida”, com roupas novas.

Tohotom Nagy na sua obra, insiste em que, a seu entender, nada há de criticável, como o de qualquer religião. Não existe, na realidade, juntamente com isso, segredo algum. Tudo o que alguém queira saber sobre os maçons pode conhecer nas obras que se tem escrito. Além disso, no movimento jesuíta estava proibido de falar com os estudantes maiores.

“Hoje, quando a igreja revê suas antigas queixas com seus irmãos separados, está em tempo para que reveja suas questões pendentes com a Maçonaria. Será uma alegria no céu e na Terra se a humanidade der um passo a mais para que haja a paz universal, cuja realização depende mais de sua santidade, e o mundo seria mais belo e mais limpo, com um ódio a menos”.

Nos dias atuais, são notáveis os esforços de Jesuítas como Ferfer Benimelli, que já esteve no templo da VIRTUDE e BONDADE realizando uma conferência; Caprille, e no Rio Grande do Sul, o incansável Alberton, assíduo colaborador da revista maçônica A TROLHA, lançando luzes para a derrubada das bandeiras invisíveis, mas sensíveis, que persistem.

Volney Leite
Grão-Mestre de Honra do GOE/AL
Delegado de Honra do RC-REAA/AL

1 Comentário on Por detrás dos véus da Maçonaria

  1. Joao maria felipe da silva // 9 de março de 2023 em 08:48 //

    Muito bom, conheci esse grande irmāo wolney leite saudade.’.saudade.’.saudade. ‘.

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