Lourenço Peixoto e o Modernismo em Alagoas

O pintor Lourenço Peixoto em seu ambiente de trabalho

Lourenço Peixoto e parte de sua obra

No dia 3 de julho de 1897, nasceu em Maceió Lourenço Mesquita Peixoto, filho de Lourenço Peixoto e de Ana Felícia de Mesquita Peixoto.

O pai

Seu pai era sargento do 26º Batalhão de Infantaria do Exército brasileiro, unidade estacionada em Maceió até outubro de 1895, quando foi transferida para Sergipe. Em contrapartida, o estado vizinho cedeu para Alagoas o 33º Batalhão de Infantaria. Lourenço Peixoto permaneceu em Maceió, trocando o 26º pelo 33º BC.

Estas duas unidades estiveram na Guerra de Canudos, na Bahia, que teve fim às 16 horas do dia 5 de outubro de 1897.

Lourenço Peixoto foi um dos mortos em combate. Não se sabe a data do seu óbito, mas é aceitável relacioná-lo entre os que pereceram nos últimos momentos daquele conflito, considerando que o jornal Gutenberg, de 10 de novembro de 1897, publicou na sua terceira página o convite para a missa “por alma do finado sargento do exército Lourenço Peixoto, e cabo Caetano de Mesquita Filho, ambos mortos em Canudos”, marcada para às 6 horas da manhã do dia 11 do corrente na igreja de São Benedito.

Pelas datas de nascimento de Lourenço Peixoto e da morte provável do seu pai, pode-se concluir que não se conheceram.

Sabe-se também que no ano seguinte sua mãe, viúva, encontrava dificuldades para sustentar o único filho, como revela o Jornal de Notícias, da Bahia, de 17 de fevereiro de 1898 ao divulgar que o Comitê Patriótico da Bahia havia recebido uma “petição da exma. sra. d. Anna Peixoto, de Maceió, pedindo auxílio do Comitê como viúva do bravo sargento do 33º batalhão Lourenço Peixoto, morto em Canudos”.

A mãe

Ana Felícia de Mesquita Peixoto era filha de Caetano José de Mesquita — um ferreiro e mecânico português que se estabeleceu na Rua do Comércio — e de Josepha Maria da Conceição.

Segundo sua irmã, Clara de Mesquita, em carta divulgada pelo Jornal do Comércio de 22 de fevereiro de 1916, Caetano José de Mesquita, em 1888, descobriu minas de petróleo em Riacho Doce em Maceió.

Dois anos depois, em sociedade com Manoel José Duarte e Manoel Eugenio Prado, Caetano conseguiu o contrato para iluminar a capital utilizando gás carbônico e para explorar xisto betuminoso em Riacho Doce.

Além de realizar prospecções em Riacho Doce, este intrépido pesquisador conquistou prêmios ao expor o resultado de suas pesquisas na Exposição Nacional no Rio de Janeiro em 1908. Faleceu em 1915.

O cabo Caetano de Mesquita Filho citado na missa realizada no dia 11 de novembro de 1897 em sua intenção e do sargento Lourenço Peixoto, provavelmente era um dos irmãos de Ana Felícia e de Clara Mesquita.

Lourenço Peixoto

O pintor Lourenço Peixoto em seu ambiente de trabalho

Devido as dificuldades financeiras da mãe, o jovem Lourenço Peixoto não conseguiu se manter estudando por muito tempo. Após dominar as primeiras letras, abandonou a escola para ajudar a aumentar a renda da família.

Como tinha habilidade manual e gostava das atividades artísticas, montou uma oficina em sua própria casa e lá passou a esculpir em madeira, dando formas as imagens sacras e recuperando outras.

Assim que teve condições, voltou a estudar. Foi aluno do Colégio Diocesano e do Liceu de Artes e Ofícios.

Em 1913, com 15 anos de idade, foi trabalhar na Litografia Trigueiros, do baiano Protásio Trigueiros. Fundada em 1885 e estabelecida na Rua do Comércio, nº 80.

Com estes recursos conseguiu pagar seus primeiros estudos sobre gravura e pintura com Karl Michael e Sigmund Gabad, alemães que estavam temporariamente em Maceió.

Foi com Gabad, que se tornou seu amigo, que aprendeu técnicas de pintura e a fabricar artesanalmente as diversas cores da tinta aquarela.

Voltou a ter contato com a pintura e o desenho em 1915, quando, no Liceu de Artes e Ofícios, foi aluno de Carlos Leão Xavier da Costa, professor da cadeira de Caligrafia e Desenho e que formava com Rosalvo Ribeiro e Virgílio Maurício o grupo o mais celebrado da pintura alagoana da época.

A partir de então, iniciou sua carreira de artista, passando a viver profissionalmente dos seus trabalhos e, surpreendentemente, por ser ainda muito jovem, também começou a ensinar pintura.

A excelente pesquisa de Carmen Lúcia Dantas sobre Lourenço Peixoto publicada no fascículo Memória Cultural de Alagoas da Gazeta de Alagoas, edição de 6 de outubro de 2000, revela que nesse período, além de pintar sobre tela e de esculpir em argila e madeira, também ornamentava carros alegóricos, decorava clubes carnavalescos e ampliava escudos e outros símbolos utilizados em festas cívicas.

Essa rápida projeção do seu nome no mundo artístico foi registrada, em agosto de 1919, pelo Jornal de Alagoas numa crônica do tenente Theotino Ribeiro. Destacou que o jovem pintor e escultor Lourenço Mesquita Peixoto, mesmo “sem um curso regular de estudos tem feito trabalhos admiráveis”.

O Jornal de Alagoas revelou ainda que eram obras dele o escudo da República na fachada da Enfermaria Militar, atual CSM, e um busto de Eça de Queiróz. Esculpia, à época, também um busto de Fernandes Lima.

Fim de tarde, óleo sobre tela de Lourenço Peixoto

No Diário de Pernambuco de 17 de setembro de 1922, em uma longa publicação sobre Alagoas, Moreno Brandão cita “Lourenço Mesquita Peixoto, que prima na escultura [e] tem belíssimos quadros. São eles: São Pedro, No rio das caças (2 paisagens do Rio Mundaú), Partida para Joazeiro, Saco da Lama, Mestiça, Sumauhma, Bom Conselho, A Ticonduba, A Mendiga e retratos do dr. Augusto Galvão, Van Dyck, auto-retrato, Tolstoi, Caetano Mesquita, Ricardo Wagner, Charles Cox, Felícia Mesquita, etc”.

Sua inserção no ensino das artes plásticas foi ampliada a partir de outubro de 1925 com a criação do Instituto de Belas Artes. Seria mais tarde o Instituto de Belas Artes Rosalvo Ribeiro. Ficava na então Avenida Presidente Bernardes, nº 362, atual Av. Moreira Lima. Um sobrado na esquina com a Rua Cincinato Pinto, atual Rua do Macena.

Foi este Instituto que promoveu vários salões de arte em Maceió no final da década de 1920. Participavam destes salões trabalhos de seus alunos, a exemplo das esculturas de Violeta Leite e Tarcila Pitanga.

Outros artistas alagoanos também tinham suas obras expostas nestas mostras. Obras de Zaluar de Santana, Moreira e Silva, Eurico Maciel, Luís Silva, Durval Honório, Calheiros Gomes, Cícero Leandro e do próprio Lourenço Peixoto foram admiradas na galeria do Instituto.

Em 7 de novembro de 1925, no Diário de Pernambuco, Moreno Brandão voltou a elogiar as esculturas de Lourenço Peixoto.

No artigo As artes plásticas em Alagoas, informou que o artista alagoano “dedicou-se à pintura em que não se elevou muito, e à arte modelar”. Entre suas pinturas, Brandão cita “os seguintes trabalhos de relativo merecimento: São Pedro; No rio das caças (trecho do Mundaú); Mestiça; Sumaúma; Bom Conselho, Rua Nova, e alguns retratos”.

Mas quando analisava a “arte modelar”, o historiador tinha outro olhar: ‘Escultor, Lourenço Peixoto, sem a lição dos mestres, tem criações magnificas e excelsas, que estadeiam, de modo bizarro, faculdades raras. Estas podem ser admiradas os seguintes lavores: Firmeza; A carta de alforria; Meditação; Justiça; Petulância; Mendiga Pery; Cecy; bustos de D. Anna Peixoto, Casimiro de Abreu, dr. Camilo Soares, Castro Alves, Eça de Queiroz, medalhões de Beethoven, Rodin, Emilio Bourdelle, etc”.

Neste mesmo texto, sabe-se que Lourenço Peixoto era, em 1925, professor de desenho e pintura no Grupo Escolar Modelo Thomaz Espíndola.

Lourenço Peixoto em 1979

O mesmo Diário de Pernambuco, mas de 4 de junho de 1926, publicou informações datadas de 27 de maio, mostrando outra faceta do artista. Revelou que Lourenço Peixoto tinha acabado de “inventar um prodigioso aparelho mediante o qual uma pessoa pode aprender o desenho sem auxílio de mestre”.

“Com esse aparelho pode-se não só fazer qualquer cópia, mas também desenhar facilmente “d’aprés nature”, respeitando-se absolutamente as leis da perspectiva”.

“Com seu invento pensa o distinto e laborioso artista, que é um inteligente autodidata, cujos cabedais de instruções, dia a dia, se avolumam, ensinar a sua arte até por meio de correspondência”.

Nesta data era professor de desenho no Grupo Escolar Diégues Júnior e do Lyceu Alagoano, neste de forma interina.

Não foi possível identificar quem foi a sua primeira esposa, mas em 1931, casou-se, em segunda núpcias, com Humberta Queiroz Peixoto. Foi pai de cinco filhos: João Rubens, Maria da Conceição, Pedro Rubens, Ana Maruza e Maria José (Marilda).

O Modernismo e a Festa da Arte Nova

Convite para a festa da Arte Nova em 1928

Situando Lourenço Peixoto entre os que encabeçavam, em Maceió, o movimento de renovação artística iniciado em São Paulo e Rio de Janeiro nos anos 20, Carmem Lúcia Dantas avalia que “Lourencinho — como era carinhosamente tratado — é para o Modernismo, em Alagoas, o que Anita Malfatti representa para o mesmo movimento em termos nacionais”.

Considera que “ambos iniciaram as tendências de arte nova na pintura, com exposições revolucionárias: ela em São Paulo, em 1917, ele em Maceió, em 1928”.

Esse grupo alagoano contava, na literatura, com o envolvimento, entre outros, de Valdemar Cavalcanti, Jorge de Lima, Moreno Brandão, Emílio de Maya, Diégues Júnior, Aurélio Buarque de Holanda, Carlos Paurílio e Aluísio Branco.

Nas artes plásticas, despontava o empenho extremado de Lourenço Peixoto como artista e como professor de desenho e pintura. Essa dedicação foi reconhecida pelo ator, poeta, teatrólogo e diplomata brasileiro, Pascoal Carlos Magno, que de passagem por Maceió em 1929, registrou:

“Em todo o Norte do país que acabo de percorrer na mais bendita das missões, com a alma embriagada pelo esplendor tropicalesco de nossas auroras e de nossos crepúsculos, tudo quanto vi de mais belo foi a força de vontade que empolga este sonhador divino que é Lourenço Peixoto”.

Foi nesse ambiente de descobrimentos artísticos que se realizou a Festa da Arte Nova, no dia 17 de junho de 1928.

Segundo Mendonça Júnior, a iniciativa partiu do “Cenáculo Alagoano de Letras e com a colaboração do Instituto Rosalvo Ribeiro”.

Moacir Santana, filho de Zaluar Santana, cita no livro História do Modernismo em Alagoas que foi Mendonça Júnior quem propôs, no dia 27 de maio de 1928, a realização de uma Semana de Arte Moderna em Alagoas, “nos moldes da realizada em São Paulo, em fevereiro de 1922”.

O escritor Antônio Saturnino de Mendonça Júnior informa em seu artigo A Arte Nova em Alagoas, que do Cenáculo, além dele participaram Zeferino Lavenère Machado, Mario Brandão, Arnaldo de Farias, Eusébio de Barros, Emílio de Maia. Do Instituto Rosalvo Ribeiro estavam Lourenço Peixoto, Zaluar de Santana, Eurico Maciel, Luís Menezes e outros.

“Realizamos uns ‘zépereira’ canalha para dar uma surra definitiva nos deuses do olimpo”, resumiu Mendonça Júnior, tentando reproduzir o texto ditado por ele e pintado na parede do Instituto Rosalvo Ribeiro em junho de 1928: “A Festa da Arte Nova é um Zé-Pereira canalha para dar uma vaia definitiva nos deuses do parnaso…”.

Pescaria, óleo sobre tela de Lourenço Peixoto

“Foi uma festa de alegria, de ruídos, de risadas, uma festa de meninos tontos e sem juízo, com muito chope jorrando e uma “jazz-band” fazendo algazarra dentro da noite, na cidade provinciana e tranquila”, resume o escritor.

Dias antes, Aurélio Buarque de Holanda havia externado suas expectativas para o evento: “Creio que a festa será brilhante. Escandalosamente brilhante. Creio porque não temos dirigentes acadêmicos – imortaloides com admiráveis cérebros de consistência… granítica. Quem está à sua frente, na parte literária, é gente moça. É gente que pensa e trabalha. Que tem alguma coisa na cabeça”.

“Uma coisa muito falada – por cuja posse endoidecem certos velhotes e rapazolas imbecis de 50, laureados pelos noticiaristas safados dos jornalecos e pelas academias de primeiras letras. Já todos sabem o que é. Talento. Haverá um baile, para remate de tudo. É bom. Mas muita gente não irá assisti-la. São os despeitados e ofendidos … Também não faz mal. Porque se fosse todo mundo, o prédio não caberia tanta gente”.

Dias depois, Valdemar Cavalcanti, ao avaliar o evento, afirmou que Lourenço Peixoto foi “o inventor do modernismo na arte em Alagoas”, o que “teve a coragem de botar nas suas telas o atrevimento dos traços e as cores espalhafatosas”.

Os quadros expostos por Lourenço Peixoto foram: Corista, Negra Fulô e Almocreve. Valdemar Cavalcanti considerou Corista como o melhor quadro: tinha “um jogo de ângulos e losangos que (punha) uma nota de originalidade no conjunto”.

Considerada por Aurélio Buarque de Holanda, como “um afluente da Festa da Arte Nova”, foi lançada em 29 de setembro de 1928 a revista Maracanan sob a direção artística de Lourenço Peixoto, que também cedeu o Instituto Rosalvo Ribeiro para funcionar como redação.

Foi editado um único número, impresso pequena tipografia São José, no centro de Maceió.

Para Carmen Lúcia Dantas, a publicação foi importante por contribuir na “divulgação de artigos e notícias sobre a renovação dos valores artísticos e literários em nosso meio, além de ter ficado como registro do impulso realizador dos jovens da época”.

As xilogravuras de Lourenço Peixoto foram destaques na revista. “Escultor talentoso, demonstrou também suas habilidades no corte das pranchas de madeira, com um talhe seguro, de pleno domínio técnico”, reconhece a museóloga Carmen Dantas.

Paralelismo

Lourenço Peixoto em seu sítio na Santa Amélia

Ainda em 1928, no clima da Festa da Arte Nova, o Instituto Rosalvo Ribeiro inaugurou a Exposição Anual de Artes Plásticas no dia 15 de dezembro. Durante alguns anos foi o principal evento deste segmento em Alagoas.

Solange Lages Chalita, que via Lourenço Peixoto como um artista dinâmico e audacioso, afirmou que era essa audácia que mais a agradava. Foi essa ousadia artística que o levou a ser, em 1958, o primeiro pintor alagoano a contrariar os padrões da arte tradicional, criando um estilo de pintura: o Paralelismo.

“Pelo tratamento angular, por barras paralelas que cortam as figuras no sentido vertical e horizontal, Lourencinho foi confundido, por alguns comentaristas de sua época, como mais um adepto da estética cubista. Na verdade, seu estilo não se identificava com o de Picasso na busca da terceira dimensão, nem no uso de curvas e contracurvas para conseguir a fragmentação das figuras”, explica Carmen Dantas.

E continua: “Em Lourenço Peixoto ocorre a divisão proporcional em cortes paralelos que insinuam um movimento plástico à composição. O pintor não propõe a deformação da figura, mas a originalidade dos cortes intensifica a expressão e imprime um ritmo dinâmico à pintura, que chega a lembrar o impacto do vento na figura humana e na natureza”.

Dias depois de Lourenço Peixoto apresentar este novo estilo na exposição de dezembro de 1958, Carlos Moliterno informou em sua coluna Notícias de Maceió, na revista Leitura, do Rio de Janeiro, que as mais de cem telas demonstravam que o autor era “um artista atualizado”, que orientou sempre a sua arte “no sentido da evolução das novas correntes estéticas”.

“Sem dúvida, verifica-se que o artista conseguiu uma expressão própria, inconfundível e que assinala uma mutação bem profunda na sua longa carreira de pintor provinciano”, constatou Moliterno, destacando que Lourenço estava apresentando a sua nova escola, o paralelismo, e que segundo o próprio pintor, era “a reação de um artista que ficou cansado de trabalhar com a arte dos outros”.

Oração. Xilografia de Lourenço Peixoto

Lourenço se envolveu com o Paralelismo por certo tempo, mas terminou por optar pelo figurativismo com suas pinceladas soltas e colorido vibrante.

Em junho de 1974, quando o governador Afrânio Lages anunciou a implantação do Parque Histórico Estadual de Zumbi em União dos Palmares, o prefeito João Sampaio comunicou que estava desapropriando uma área em Maceió onde será erigida uma estátua de Zumbi, “uma concepção artística do prof. Lourenço Peixoto, com sugestões contidas em trabalho do historiador Jayme de Altavilla”, registrou o Correio Braziliense de 15 de junho de 1974.

Lourenço Peixoto, que passou a viver da arte e para a arte a partir de 1915, quando tinha 17 anos de idade, permaneceu trabalhando até pouco antes do seu falecimento em 27 de março de 1984, quando tinha 86 anos de idade.

Segundo Carmen Dantas, esse trabalho lhe rendeu “um relativo patrimônio que lhe proporcionou uma vida tranquila e digna…”. Quando morreu por problemas cardíaco, estava em seu sítio no bairro de Santa Amélia.

14 Comments on Lourenço Peixoto e o Modernismo em Alagoas

  1. Parabéns pelo trabalho de resgate da história do nosso Estado de Alagoas, mestre Edberto.
    Um abraço.

  2. Josete C.Santos // 29 de junho de 2020 em 22:16 //

    Maravilhoso tomar conhecimento dessas noticias que enriquecem a historia alagoana!

  3. Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros // 30 de junho de 2020 em 13:24 //

    Ticianeli, Solange Lages Chalita e Carmem Lúcia Dantas- um TRIO BRILHANTE das Alagoas! Vocês me devolveram aos anos 1954/1957, quando fazia o Curso Ginasial no Instituto de Educação, depois Colégio Estadual Moreira e Silva, hoje CEPA.
    O professor Lourenço Peixoto (Professor Lourencinho)- risonho, amabilíssimo, descontraído, nos convencia, até a mim, de que éramos capazes de DESENHAR, pintar e esculpir, o que nos cativava em suas aulas, além das narrativas sobre a história de grandes artistas alagoanos, brasileiros, e do mundo inteiro. Levava quadros para as alunas apreciarem, e jamais nos desconcertou com um comentário como os que ouvíamos de “certos professores”. Ele era um mestre, entre os mais queridos e competentes, como dona Heliônia Ceres (ensinando História da América) e nos pondo para ler, no Tabajara Pedroso, o poema de Olavo Bilac “O Caçador de Esmeralda. Também entre os prediletos estava o professor Trigueiros com sua flauta, nas aulas de música nos incentivando com o canto “Minha sabiá, minha zabelê, toda meia noite, eu sonho com você. Se você duvidar, eu vou sonhar pra você ver!!!! A parte mais feliz de minha vida era o tempo vivido no melhor colégio feminino de Alagoas.

  4. Ronaldo de Andrade // 30 de junho de 2020 em 15:02 //

    Por duas vezes estive pessoalmente com Lourenço Peixoto: no primeiro fiquei deslumbrado naquela “sala/ateliê” situado a Av. Moreira Lima. A profusão de esculturas em diversos materiais, em cores cruas, e as telas com imagens a exigirem habilidade para serem discernidas fizeram-me arder no prazeroso fogo da sensibilidade; a segunda oportunidade, alguns poucos anos depois da incandescente primeira foi lá no sítio na Santa Amélia. Ambiente bucólico, luz do sol filtrado pelas folhas das fruteiras gorducha, um deleitoso ambiente. Deste encontro, revejo com nitidez o gesto do Professor Lourenço desprendendo do caderno de seus estudos de desenho três páginas e presentear-me com afeto. E lembro de sua alta reflexão em voz alta: “Nada tenho a reclamar da vida. Só tenho alegrias e agradecimentos a minha esposa e meus filhos. Mas aprendi que o artista não deve casar”. Aquela frase vez por outra ecoa na minha memória. Saí enriquecido e elevado pela emoção. Estávamos naquele encontro eu, Zé Márcio Passos e Dario Bernardes. Os “Meninos da Linda” trabalhando em prol do projeto FUNDAÇÃO LINDA MASCARENHAS. Obrigado História de Alagoas.

  5. André Soares // 1 de julho de 2020 em 21:14 //

    É sempre muito bom ler esses trabalhos. Parabéns!

  6. Ana Peixoto // 11 de agosto de 2020 em 20:00 //

    Fiquei emocionada com essa homenagem ao meu avô. Agradeço o resgate da memória desse grande artista!

  7. Jacqueline Peixoto // 11 de agosto de 2020 em 20:12 //

    Parabéns
    Lindo resgate histórico de meu avô
    Agradeço a todos pela belíssima reportagem

  8. Estela Peixoto Amaral // 11 de agosto de 2020 em 20:24 //

    Obrigada pelo carinho ao ídolo da minha vida, meu avô, meu professor dos meus primeiros traços, meu professor da vida. Sou neta com tanto orgulho desse amado professor!!!

  9. Fernando Peixoto Amaral // 11 de agosto de 2020 em 22:10 //

    Meu avô sem dúvida foi sensacional. Contribuiu muito com a arte em Alagoas, Brasil e no Mundo. Obrigado a todos que fizeram essa bela homenagem.
    Nos familiares estamos nos organizando para sair outro trabalho que retrata a vida dele, tão belo e honroso quanto este que acabo de lê. Um grande artista de Alagoas para o Mundo.

  10. João Pedro Peixoto Costa // 12 de agosto de 2020 em 09:30 //

    Belíssima reportagem sobre meu bisavô, nunca o conheci, mas sei que era um grande homem

  11. Manuela Maria Peixoto Campos Melo // 12 de agosto de 2020 em 13:48 //

    Um exímio artista Lourenço Peixoto, o inesquecível nas artes e nas famílias alagoana. Antecipou com sua capacidade até mesmo a física quântica. MEU AVÔ É UM GÊNIO NAS ARTES (O IMORTAL). PARABÉNS EDBERTO POR ESSA HONROSA HOMENAGEM. NOSSOS AGRADECIMENTOS TAMBÉM AO MEU AVÔ POR TUDO QUE FOI E O LEGADO QUE DEIXOU PARA TODOS. DEUS E NOSSA SENHORA ESTEJAM SEMPRE CONTIGO NESTA MORADA QUE COM A GRAÇA DE DEUS SERÁ DE TODOS NÓS. MANUELA SUA NETA QUE CONVIVEU POUCO APENAS UM ANO DE IDADE, ANA MARUZA SUA FILHA, (Em Memória J. DAGOBERTO) E FAMÍLIA.

  12. Luiz rubian // 19 de janeiro de 2021 em 20:00 //

    Minha mãe , helenilda. , foi uma grande amiga de seu avô. Tb era artista e com ele aprendeu muito . Ela se foi agora em dezembro e deixou pra nos algumas obras dele . Lindas .

  13. Mostrando apenas um pequeno equívoco: O texto menciona um “Instituto Rosalvo Lobo”, suponho que seria “Ribeiro”, heheh

  14. Perfeito, Anderson. Agradecemos pela indicação do erro. Já corrigimos.

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