Aldemar Paiva, o poeta que revolucionou o rádio nordestino

Aldemar Paiva nasceu em Maceió e consagrou-se no rádio pernambucano

Nasceu em 20 de julho de 1925 na capital alagoana e foi batizado como Aldemar Buarque de Paiva. Era filho de Mário Fortunato de Paiva e Maria Luiza Buarque de Holanda Paiva (D. Maroquinha). Sobre seu pai sabe-se que era funcionário público do Departamento de Viação e Obras Públicas e que, em 1930, levantou a planta cadastral de Palmeira dos Índios.

Teve três irmãos: Alberto, Aldo e Aldeir, e uma irmã, Albertina.

Estudou no Colégio Diocesano e Liceu Alagoano. Há registros de que teria iniciado o curso de Arquitetura.

Aldemar Paiva no Teatro Acadêmico da Faculdade Livre de Direito de Alagoas em 1944. É o primeiro no alto à esquerda, sem gravata

Em 1944, com apenas 19 anos, ajudou a criar e fez parte do Teatro Acadêmico da Faculdade Livre de Direito de Alagoas e do grupo Teatro de Amadores, em companhia de Linda Mascarenhas e Nelson Porto.

Ganhou notoriedade quando uma peça de sua autoria, “Obrigado, doutor!”, foi encenada no Teatro Deodoro pela Companhia do Mesquitinha (Companhia Nacional de Comédias). Foi o ator Evilásio Marçal quem chamou a atenção para esse seu texto.

Em 1948, se envolveu com a criação da Rádio Difusora de Alagoas, sendo indicado como seu primeiro diretor artístico quando ainda era um aspirante do Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva do Exército Brasileiro (NPOR). No dia da inauguração, em 16 de setembro daquele mesmo ano, sua voz foi uma das primeiras que foi ao ar pela “Pioneira”. Nesse mesmo dia recebeu o diploma de aspirante no 20º BC.

Além de participar do rádio teatro da emissora, criou o programa “Lendas da Pajuçara” e foi para ele que compôs “Pajuçara”, que teve como sua primeira intérprete Nilda Neves, a Rouxinol das Alagoas.

A Revista do Rádio de 16 de maio de 1950 anunciava que a “ZYO-4 (Rádio Difusora de Alagoas) prepara-se para iniciar a irradiação de ‘Milagre de Amor’, novela de Hélio do Soveral. Para isso, o diretor do teatro cego alagoano conta com os seguintes artistas: Aldemar Paiva, Ezequias Alves, Florêncio Teixeira, Jair Amaral, Arsênio Cavalcante, Haroldo Miranda, Sinay Mesquita, Vilma Campos, Vera Lúcia, Odete Pacheco, Zezé de Almeida e Marlene Silva”.

Palco da Rádio Difusora de Alagoas com o Elenco do Radio Teatro em 1949. Aldemar Paiva é o primeiro à direita, de calça preta

Com o sucesso alcançado pela rádio sob a sua direção, não demorou muito e foi convidado para trabalhar em Recife, na Rádio Clube de Pernambuco, a famosa PRA-8. Em entrevista a um jornal pernambucano em 2011, revelou como se deu a mudança:

“Eu vim para o Recife [em 1951] por causa de Chico Anísio. Ele recebeu uma proposta muito boa para sair daqui [ia para o Rio de Janeiro], só que o contrato dele tinha uma multa que ele não podia pagar. Ele estava apaixonado por Nancy Wanderley, sua primeira mulher, e queria ir de todo jeito. Arnaldo Moreira Pinto, da Rádio Clube, disse que liberava se ele encontrasse alguém para ficar no lugar dele”.

Quem o indicou à rádio pernambucana foi publicitário José Renato, que conhecia o trabalho de Aldemar Paiva em Maceió.

Em Recife, seu primeiro contato na emissora foi com Nelson Ferreira, que o orientou. Ficaram amigos e parceiros em várias produções.

Seu primeiro grande sucesso foi com “Dona Pinoia e seus brotinhos”,  onde atuou nas primeiras edições ao lado do próprio Chico Anísio, que admitiu em depoimento para o documentário de Brenno Costa sobre Aldemar Paiva, que a Escolinha do Professor Raimundo (transmitido em 1952 pela Rádio Mayrink Veiga como um quadro em A Cidade Se Diverte) foi inspirado na criação do radialista alagoano.

Dona Pinoia e seus brotinhos” era um quadro humorístico que Aldemar Paiva já tinha montado em Maceió, nos primeiros meses de funcionamento da Rádio Difusora de Alagoas.

Turbilhão de mudanças no rádio pernambucano

Aldemar Paiva na Rádio Clube de Pernambuco em outubro de 1952

Contratado pela Rádio Clube de Pernambuco a partir de 30 de junho de 1951, Aldemar Paiva deu início a transformações no rádio que o levariam a entrar para história desse veículo no Brasil.

No dia seguinte ao da assinatura do contrato, um domingo, já estreava seu primeiro programa, o noturno “Jardim de Flores Raras”. Aldemar lembrou daquele momento em depoimento ao jornalista e radialista Jorge José: “Magistralmente musicado por Nelson Ferreira… propositadamente, foram minhas as falas do narrador, do declamador e do comediante… Vivi nessa noite uma das maiores emoções a minha vida, embalado pelos acordes da Grande Orquestra PRA-8. Às 23h, fui chamado ao telefone por Arnaldo Moreira Pinto (diretor da emissora), que me parabenizava pelo programa”.

Ainda em setembro de 1951, estreou na Rádio Clube o programa “Com a palavra Aldemar Paiva”. Em outubro, na Rádio Tamandaré (também das Associadas) estava no Boite Azul, com Sexteto Boite, Maria Celeste, Emanuel Silva, Comediantes A8. No final de dezembro, na PRA 8, era um dos comediantes do radiofônico “Humorismo etc e tal”, às terças a partir das 21h30.

Seu desempenho foi tal que em maio de 1952 assumiu a direção artística da Rádio Clube e começou as mudanças que iriam transformar radicalmente o rádio pernambucano.

Em março daquele ano esteve em Recife Paulo de Gramont, diretor artístico da Rádio Tamoio no Rio de Janeiro. Foi ele e Aldemar Paiva que traçaram o plano de mudanças que foi noticiada no Diário de Pernambuco como “sensacional ofensiva artística”.

Neste mesmo jornal, Aldemar Paiva dizia que confiava “no êxito absoluto de uma programação de características próprias, movimentada, sugestiva, de sabor eminentemente popular”.

A presença de Paulo Gramont em Recife ocorreu como parte da integração da Rádio Clube de Pernambuco às Emissoras Associadas, como eram tratadas as empresas que participavam dos Diários Associados liderados por Assis Chateaubriand.

O programa que demonstrava esta nova face era o Dona Pinóia e seus brotinhos, que ia ao ar aos domingos, depois das 20h30.

Produzido em auditório, contava com Aldemar Paiva, Vilma Campos (D. Pinóia), Jota Autregesilo, René Almeida, Rosely Mendes, José Santa Cruz e Fernando Silveira (Monsieur Carrossel). Em 1954, quem fazia D. Pinoia era a atriz Maria das Dores Braz.

Outros programas de 1952: “Com vai Dona Saudade”, “Rádio Boite”, “A vida que o mundo leva”, “Rádio Shortes” (em parceria com René Almeida) e “Festival à meia luz”. Foi nesse período que levou Setton Neto, o nosso eterno Rei Momo, para uma apresentação em Recife.

De Alagoas também levou a professora Maria José Carrascoza, que ensaiou o pastoril infantil como atração da Rádio Tamandaré, outra emissora associada. “Foi um verdadeiro delírio, no dia de ontem, no auditório da rua Barão de São Borja, por ocasião do sensacional e monumental lançamento do PASTORIL DA RÁDIO TAMANDARÉ, quando se registrou superlotação verdadeiramente surpreendente e um sucesso dos mais empolgantes”, comemorou o Diário de Pernambuco de 14 de dezembro.

No mesmo período, outro pastoril se apresentava na Rádio Clube com o mesmo sucesso. Este, ensaiado por Zezé Almeida, tinha a participação de Aldemar Paiva animando o cordão azul. Tavares Maciel era quem mobilizava o apoio ao cordão encarnado.

Rádio, disco e teatro em 1953

Em 4 de janeiro de 1953, o Diário de Pernambuco anunciou que finalmente a gravadora Mocambo entrava em atividade lançando seu primeiro disco, “Come e dorme…”, um frevo de Nelson Ferreira gravado pela orquestra “Jazz PRA 8”, sob sua batuta. Na outra face do compacto simples estava “Boneca”, frevo-canção de Aldemar Paiva e José Menezes, cantado por Claudionor Germano. A Mocambo pertencia aos irmãos Rozemblits.

Não era primeira música grava de Aldemar Paiva. No ano anterior, pela Odeon, Zé Gonzaga já havia lançado nos bolachões de 78 RPM “Não Quero Me Casar” (Zé Gonzaga/Aldemar Paiva).

Esse disco pioneiro da Mocambo, gravado para o carnaval de 1953, foi prensado no Rio de Janeiro, na Sinter, que depois passou a ser Universal Music. A inauguração da fábrica dos Rozenblits aconteceu somente em dezembro de 1954.

Aldemar Paiva e Lúcio Mauro no Rádio Teatro da Rádio Clube de Pernambuco

No início de março de 1953 entrou em cartaz no teatrinho de bolso do Sindicato dos Comerciários de Recife a peça “Vem aí o senador”, uma comédia em três atos de Aldemar Paiva. Entre os atores estava Lúcio Mauro. No mês seguinte subiu ao palco, também de Aldemar Paiva, “Dona Téca Quer Casar”.

Ainda em março levou ao ar um novo humorístico na Rádio Clube de Pernambuco. “Capital da Alegria”.

Nesse período, às noites de domingo, comandadas por Aldemar Paiva, que já contava com “Dona Pinóia e seus brotinhos”, às 21h, ganhou um pouco antes, às 19h, “Era uma vez…”, um programa infantil produzido pelo radialista alagoano e patrocinado pela Chichetes Adams. No domingo, 10 de maio de 1953, a história contada neste programa foi “O Palhaço o que é?”, de autoria do próprio Aldemar.

Nas terças-feiras à noite, no auditório da PRA 8, o sucesso era a Revista da Cidade, de Aldemar Paiva, com duração de duas horas. Apresentava 12 quadros. Em 19 de maio de 1953 os principais quadros apresentados no programa foram: “Pensão Paraíso”, de José Santa Cruz, com o patrocínio de Ottoni & Cia.; “Um chorinho pra você”, com o Conjunto de Ritmos, sob o patrocínio da Sorveteria Pérola; “Quem casa quer casa”, humorístico de Aldemar Paiva, patrocinado pela Livraria Alfa; “Nossa Canção Inesquecível”, quadro romântico de Moura Júnior, patrocinado pela Livraria Acadêmica, e “Boa Noite, seu Jacob”, numa cortesia de A Favorita.

Em junho de 1953, Aldemar Paiva lançou o programa Clube do Disco, sem maiores pretensões. Tinha o patrocínio de Milton Fotógrafo e em poucas semanas já batia o recorde de correspondência da Rádio Clube. Eram solicitações de músicas.

Dois meses depois, Aldemar Paiva trouxe de volta ao rádio o programa “Um violino toca para você”, de Milton Rodrigues, com James de Morais ao piano. O script e as legendas eram também de Paiva.

No programa de Fernando Castelão na Rádio Tamandaré, assinava o script do quadro “Parabéns pra você”.

Em outubro estreou “Quando Cantam as Cidades”, aos domingos, na Rádio Clube, a partir das 21h. Era uma revista radiofônica com o patrocínio do Governo do Estado e da Companhia de Seguros Ipiranga.

Ainda em outubro apresentava às sextas-feiras, a partir das 21h30, “Um Boêmio canta em Surdina”.

No dia 3 de dezembro de 1953, estreou a comédia de Aldemar Paiva “As pernas da Bibi” no teatrinho de bolso do Sindicato dos Comerciários de Recife, na Rua da Imperatriz. Foi ensaiada pela Companhia de Comédias Wilson Valença.

Calouros da Saudade”, programa de auditório para amadores maiores de 35 anos, teve sua primeira audiência em 6 de dezembro de 1953.

Pernambuco, você é meu

Os resultados obtidos por Aldemar Paiva para a Rádio Clube o levaram a ser indicado para também produzir os programas da outra Associada, a Rádio Tamandaré.

E continuou a produzir sucessos.

Aldemar Paiva e Carolina Cavalcanti em 1954 na Rádio Tamandaré

No final de janeiro de 1954 foi ao ar “Rapsódia Familiar Chiclets”, um musical aos domingos, 19h, patrocinado pela Chiclets Adams.

Nos primeiros dias de fevereiro entrou na programação da PRA 8 “Rei Momo Acorda Cedo”, audição carnavalesca com início às 7h15. Era uma mudança revolucionária para o Rádio, que definia rigidamente os programas nos períodos do dia. Programa de carnaval às 7h15 era impensável até Aldemar de Paiva fazer sucesso com seu Rei Momo no início da manhã.

Ainda em fevereiro ia ao ar “Noites Matutas”, com cantadores sertanejos e poesias regionais. Este foi um dos seus maiores sucessos. O programa existiu por muitos anos, sempre com grandes audiências.

Aos domingos, às 20h, tinha início na Rádio Clube o programa “Sete dias em trinta segundos”, focalizando os principais acontecimentos da semana, sob o patrocínio dos filmes Gevaert.

Durante os sábados de março de 1954, mês de aniversário da Rádio Tamandaré, inaugurou no horário das 21h o humorístico “Universidade do Amor”, apresentada como “Cursos intensivos para brotos, balzaquianas e viúvas, sob a orientação do mestre-escola Aldemar Paiva”.

Ainda em 1954, era o locutor das crônicas escritas por Mário Libânio para o “Palavras para Você”. Tinha o patrocínio da firma Lúcio de Sá Leitão.

No dia 1° de abril de 1954 foi transmitido na Rádio Clube de Pernambuco pela primeira vez o histórico “Pernambuco, você é meu”. Foi ao ar às 7h30 sob o patrocínio das Casas Costa Júnior. Estava na grade da emissora de segunda-feira até sábado e era voltado para os pernambucanos ausentes do seu estado.

Esse programa foi pioneiro em tocar frevo o ano inteiro, fugindo ao que ocorria tradicionalmente, quando o frevo aparecia no rádio somente no período carnavalesco. Permaneceu no ar até 1977. Em sua última fase, pela Rádio Jornal do Comércio.

Em junho escrevia o script do “Clube das Solteironas”, um humorístico da Rádio Tamandaré.

O Diário de Pernambuco de 27 de junho informava que Aldemar Paiva havia criado e comandaria o programa a “Festa do Varandão”, e que para maior brilhantismo havia contratado, por indicação do apresentador, um “Isquenta Muié” de Alagoas. Esta foi outra criação consagrada de Aldemar Paiva.

Em julho de 1954, a Companhia de Wilson Valença apresentava a quarta peça de Aldemar Paiva, “Dona Bela é uma bola”, uma sátira do futebol pernambucano.

Neste mesmo mês, no dia 30, lançou o musical humorístico “Romance Matuto” na PRA 8.

No dia 1° de agosto, na Rádio Tamandaré, era um dos três apresentadores da revista radiofônica “Folias”. Dividia o microfone com Nelson Ferreira e Otávio Vampré. Foi lá que surgiu o “Mantenha sua Linha”, “Ruim por ruim… vote em mim!” e “Onde está o Jugeginho”.

Pioneiro na TV pernambucana

Anúncio da primeira transmissão de TV em Pernambuco

No sábado à noite, a partir da 20h30 de 23 de outubro de 1954, as “Emissoras Associadas” transmitiram em fase experimental o primeiro programa da história da televisão pernambucana. Fazia parte das festas aniversárias da Rádio Clube de Pernambuco.

Foi utilizado um equipamento portátil da TV Tupi do Rio de Janeiro, que transmitiu imagens capturadas em um estúdio montado exclusivamente com esse fim para alguns poucos receptores colocados sobre ônibus na “pracinha” do Diário.

O programa teve uma duração de duas horas e também foi transmito pela Rádio Clube de Pernambuco para todo o Brasil. Os diversos quadros apresentados foram escritos e dirigidos por Otávio Augusto Vampré, Joel Pontes e Aldemar de Paiva. Em um dos anúncios deste evento, Nelson Ferreira também é citado como diretor deste espetáculo.

Aldemar Paiva esteve diante das câmeras nos quadros: Dona Pinoia e seus brotinhos; É o amore; O Granfa da esquina da Serta e Sebastiana.

Em novembro de 1954, viveu um cego em “Tá faltando energia”.

O Diário de Pernambuco de 20 de novembro de 1954, ao noticiar que as Lojas Paulistas haviam assinado contrato para a irradiação do Pastoril Infantil da PRA 8, destacou que esse folguedo “já está se tornando uma tradição entre nós na época natalina” e que se deveria “frisar que Aldemar Paiva foi quem trouxe o Pastoril dos modestos tablados de pontas de rua para o palco-auditório das estações de rádio”.

Na verdade Aldemar Paiva e Haroldo Miranda foram pioneiros em levar o pastoril para o rádio de Alagoas em 1949. Quem de fato levou o pastoril pela primeira vez para o rádio pernambucano foi Haroldo Miranda em 1950, na Rádio Jornal do Comércio.

No domingo, 28 de novembro de 1954, após quatro meses de sucesso foi ao ar a última edição de “Folias” na Rádio Tamandaré. O programa que o substituiu foi “Clube do Bom Humor”, mais uma criação de Aldemar Paiva.

No início de dezembro de 1954, levou o sucesso do rádio para o teatro com a peça “Pernambuco, você é meu”, encenada no Teatro Almare pela Companhia Carioca de Teatro Musicado. Vampré também assinava o texto e a música era de Nelson Ferreira.

Elegia a Augusto Calheiros

Aldemar Paiva interpretando o famoso Ceguinho numa cena com Clóvis Prates em 1957

Nos primeiros dias de janeiro de 1955, Aldemar Paiva colocou no ar, pela Rádio Clube, “Música e Romance”, nas noites da segunda-feira.

Em fevereiro, durante as prévias carnavalescas participou do concurso promovido pelo Café Mundial, inscrevendo o frevo “Pernambuco, você é meu”, em parceria com Nelson Ferreira.  Ficou em terceiro lugar. Esse frevo foi gravado em 1956, na Rozenblit, por Raimundo Santos.

Após o carnaval daquele ano, estreou na Rádio Tamandaré o seu programa humorístico “Creche da Fuzarca”.

Em junho de 1955, apresentou dois grandes sucessos para a Rádio Clube: “Que Família”, às 20h30 das quintas-feiras, e aos sábados, às 21h, “A vida tem dessas coisas”.

No mês seguinte estreava aos domingos “Clube de Gente Bem”, às 21h. “Almanaque para todos”, era apresentado às sextas-feiras a partir das 20h. Ambos na Rádio Clube.

Em novembro de 1955, sabendo que o cantor alagoano Augusto Calheiros, o “Patativa do Norte”, estava doente e internado em um hospital no Rio de Janeiro, sem meios de sobrevivência, Aldemar Paiva iniciou imediatamente uma campanha de arrecadação de fundos utilizando o seu programa Pernambuco você é meu e conseguiu em poucos dias enviar para a família do enfermo 20 mil cruzeiros.

Em dezembro lançou “Domingueira” programa transmitido nas noites de domingo.

Com a morte de Augusto Calheiros em 11 de janeiro de 1956, Aldemar Paiva e Nelson Ferreira decidiram gravar uma “Elegia a Calheiros” pela Mocambo, na voz de Rubem Cristino. Os direitos autorais da música foram doados à viúva de Augusto Calheiros.

Mal começou o ano de 1956 e o inquieto Aldemar Paiva já estava movimentando a grade do rádio pernambucano com “Getê em sua casa” e, em março, com “Serenata em sua casa”, este pela Rádio Tamandaré.

Em abril, com “A Noite é Nossa” pela Tamandaré, nasceu a parceria com Fernando Castelão. Eram os dois maiores do rádio regional. O programa de auditório ia ao ar às segunda-feira no horário das 20h30 na Tamandaré.

No mês seguinte estreava “Serenata em Família” pela Tamandaré.

Em junho de 1956, levou para a Rádio Tamandaré “A vida tem dessas coisas”, que passou a contar com o patrocínio da Colgate-Palmolive. Ia ao ar diariamente às 12h25.

A partir de setembro de 1956, Aldemar Paiva passou a ocupar o cargo de Chefe do Departamento de Promoção e Planificação de “Broadcasting” das Emissoras Associadas do Nordeste.

No final daquele ano, lançou “Calouros Getê” e “Sua Majestade o Garçom”.

O Céu é o Limite

Aldemar Paiva em uma rara foto em que aparece cantando

Em janeiro de 1957 começou a preparar o clima de carnaval com “Rei Momo paga o pato” (parceria com José Santa Cruz) e “Folias Valisere” na Rádio Clube, e “Revistinha Carnavalesca” na Tamandaré, aos domingos à noite.

Em julho, levou ao palco a peça “A felicidade também faz chorar”. Sucesso absoluto.

Em 2 de setembro de 1957 foi ao ar um dos maiores sucessos do rádio brasileiro daquela época. “O Céu é o Limite”, um programa que premiava quem tinha conhecimentos sobre determinado assunto e enfrentava uma bateria de perguntas.

Em Recife, foi apresentado por Aldemar Paiva na Rádio Tamandaré. Tinha o patrocínio do Consórcio Real-Aerovias-Aeronorte.

No final de junho de 1958, com o selecionado brasileiro se sagrando campeão mundial de futebol, Aldemar Paiva e Nelson Ferreira compuseram a marcha-hino gravada na Mocambo pelo coro daquela gravadora.

Em agosto de 1958, como ator, Aldemar Paiva participou do grupo “Teatro de Arte”, ao lado de Lucio Mauro, Arlete Sales, Mayerber de Carvalho e outros. Ensaiavam “Ratos de Esgoto”.

Em setembro sua peça “Esse chão é da gente” concorria ao prêmio estipulado pelo Grupo Cênico “Os Comediantes do Recife”. Conseguiu o primeiro lugar. Abordava a temática do petróleo e foi encenada no Teatro Princesa Isabel no ano seguinte.

No rádio, estreava o programa “Carrossel”, nas tardes de sábado pela Tamandaré.

Em 20 de outubro de 1958, a versão novelística de “Guerra e Paz” livro clássico de Leon Tolstoi, começou a ser irradiada pela Tamandaré. Aldemar Paiva viveu o papel do espadachim boêmio e satânico Dolokhof.

Em novembro de 1958 gravou na Mocambo o “Monólogo do Pracinha” e “Monólogo para Papai-Noel”. Tinha fundo musical de Nelson Ferreira ao piano.

No ano seguinte, em julho, assumiu a direção geral das emissoras associadas em Pernambuco. Permaneceu no cargo até outubro de 1960.

Naquele ano, participou ativamente da campanha de Miguel Arraes à prefeitura de Recife.

Ainda em 1960 se tem registros de sua participação em programas de televisão. Em 30 de julho, o Diário da Noite (RJ) estampava anúncio convocando o público para assistir no dia seguinte às 19h (domingo), na TV Tupi canal 6 o show “Desta Vez, Vamos”, em ritmo de frevo, abordando a obra de Nelson Ferreira. Teve a participação de Genival Lacerda, o senador do rojão, e da campeã do passo, Elizabeth.

Novos tempos

Aldemar Paiva em 1955

Com o surgimento da TV em Pernambuco, no início da década de 1960, o rádio sofreu algumas perdas e Aldemar Paiva passou a investir em outras atividades, mas sem se afastar da comunicação de massas.

Na TV Rádio Clube foi diretor de teleteatro e na TV Jornal do Commercio, foi apresentador.

Há registros nesse período do lançamento da peça “Uma pedra no sapato”, em abril de 1967.

Em cartaz durante o segundo semestre de 1968 e o primeiro de 1969, o show “Chico Anísio… Só” foi o maior sucesso daquela temporada. Além do consagrado humorista, o espetáculo tinha o acompanhamento do grupo Tempo Cinco. O texto era de Chico Anísio, Ziraldo, Arnaud Rodrigues, Aldemar Paiva e Marcos César.

No início da década de 1970, foi presidente da Empresa Metropolitana de Turismo de Recife (69-70) e Diretor da TV Associada em Pernambuco. Também presidiu a Empresa Cearense de Turismo. Foi diretor, em Recife, do Museu Murillo Lagreca.

Depois transferiu-se para o Rádio e TV Jornal do Commercio, onde se aposentou 13 anos depois.

Em janeiro de 1975, apresentava a peça “Mundo Submerso em Luz e Som”.

Neste período era um dos mestres de cerimônia mais contratado do Nordeste. Realizou inúmeras palestras-shows em eventos especiais. O show “Criador de Causos” foi eleito o melhor espetáculo de 1988, com apresentações em diversas capitais

Na televisão, além da sua atuação na TV Tupi e TV Jornal, participou ainda como produtor e ator dos programas Som Brasil, Praça da Alegria e Chico City, da Rede Globo.

Foi, como jornalista, assessor de Imprensa do Tribunal de Justiça, Chefe do Departamento de Comunicação Social do Metrorec (Metrô de Recife). além de Diretor do Departamento de Arte e Cultura do Colégio Santa Maria. Lecionou a História do Rádio e TV no Senac.

Recebeu a cidadania recifense e pernambucana, além das Medalhas do Mérito Cidade do Recife e Joaquim Nabuco (classe ouro), bem como a láurea de Memória Viva do Recife.

Era membro da Academia de Artes e Letras de Pernambuco, sócio honorário da Academia Maceioense de Letras e compositor filiado à União Brasileira de Compositores.

Trabalhou até os últimos anos de vida. Escrevia uma página de humor para o Fatorama que circulava em Brasília, Rio e São Paulo e depois foi para a internet. Atuou como redator na Golden Publicidade, quando esta era a principal agência de publicidade em Pernambuco.

Bom humor

Show musical no Centro de Maceió ao lado da Casa Costa Júnior. Aldemar Paiva (encostado na grade do caminhão), dr. Eduardo Cebolinha (advogado) e o Coronel Grozela, em 3 de dezembro de 1955

Como todo bom humorista, Aldemar Paiva seguia a máxima de que é preferível perder um amigo que perder a piada.

No excelente documentário “Pernambuco, Você é Meu – A trajetória do Multimídia Aldemar Paiva”, produzido por Brenno Costa, seus amigos revelam um episódio em que o genial radialista alagoano exerceu esta opção.

Se valendo a imensa audiência do programa “Pernambuco, Você é Meu”, resolveu brincar com seu amigo Capiba, que gostava de gatos e criava uns três.

Anunciou pelo rádio que tinha uma pessoa interessada em criar gatos e que estava aceitando a doação destes animais. Em seguida deu o endereço do Capiba, mas sem citar seu nome.

No dia seguinte, como lembrou Claudionor Germano, “uma enxurrada de gatos” infernizava a vida do consagrado compositor de frevos.

Quando soube que o responsável pela brincadeira tinha sido Aldemar Paiva, rompeu relações de amizade com ele e somente se referia ao ex-amigo por palavrões.

Quando se encontravam em público, não se falavam. Isso durou até que num encontro destes Capiba chegou perto dele e disse: “Você é um cabra safado! Você merecia uma surra!”. E voltaram à velha amizade.

Família

Casou-se dias antes de 20 de junho de 1954 com a pedagoga e escritora Angelita Souza de Paiva. Foram morar na Rua Monte Castelo, 197, na Bela Vista, Recife.

Apelidado de “Barão de Setúbal“, foi pai de três filhos: da médica Mônica de Paiva Santos (nasceu em Recife no dia 15 de junho de 1955), da arquiteta Carla Paiva (nasceu em Recife no dia 4 de março de 1959) e do engenheiro mecânico Aldemar Paiva Filho (nasceu em Recife no dia 5 de janeiro de 1963).

São seus netos: Flávia, Conrado, Maria Eduarda, Drance, Aldemar Paiva Neto, Arthur e Adriano.

Aldemar Paiva faleceu no dia 4 de novembro de 2014, no Recife. Tinha 89 anos e estava internado no Hospital Jayme da Fonte, nas Graças, Zona Norte.

Livros

Aldemar Paiva era membro da Academia de Artes e Letras de Pernambuco

O caso eu conto – EBGE; Monólogos e outros poemas – CEPE; A chegada de Nelson Ferreira ao céu – Ed. Massangana / Gráfica Rozenblit. 1982; O encontro de Capiba com Nelson Ferreira – Fiepe; Gilberto Freyre, descobridor do Brasil; e Saga do 44° Espada Dágua e outros causos e mais causos, de 2005.

Com a poesia Monólogo da Chuva, participou do livro A Poesia das Alagoas, Recife: Edições Bagaço, 2007, Carlito Lima/Edilma Bomfim (orgs.), p. 14-15.

Com o conto Zé da Pinga, participou do livro O Conto das Alagoas, Recife:  Edições Bagaço, 2007, Carlito de Lima/Edilma Bomfim (orgs.), p.20-23.

Teatro

Sua primeira peça conhecida foi “Obrigado, doutor!”, encenada no Teatro Deodoro pela Companhia do Mesquitinha (Companhia Nacional de Comédias) nos anos 40.

Em Recife apresentou:

Em março de 1953, “Vem aí o senador”. No mês seguinte, “Dona Téca Quer Casar”. Em julho de 1954, “Dona Bela é uma bola”. Em dezembro de 1954, “Pernambuco, você é meu”. Em julho de 1957, “A felicidade também faz chorar”. Em setembro de 1958, “Esse chão é da gente”. Em abril de 1967, “Uma pedra no sapato”. Em janeiro de 1975, “Mundo Submerso em Luz e Som”.

Em 1989, “Crônica de Um Natal Caipira” no disco “Resposta do Jeca Tatu”, interpretado por Rolando Boldrin, da gravadora RGE.

Escreveu ainda o “Auto do Batizado”, um especial para a Rede Globo sobre a Inconfidência Mineira.

Música

Foi autor de mais de 70 composições. Eis algumas delas:

Pajuçara” (1959), teve como primeira intérprete Nilda Neves. Ouça aqui na voz de Leureny Barbosa.

 

Não Quero me Casar” (1952), gravado por Zé Gonzaga na Odeon. A música tem também a parceria de Zé Gonzaga.

Boneca” (1953), frevo-canção em parceria com José Menezes, cantado por Claudionor Germano e gravado na Mocambo. Foi regravado em 1978 por Claudionor Germano na Cactus.

Aldemar Paiva foi autor de mais de 70 composições musicais

Elegia A Calheiros” (1956), parceria com Nelson Ferreira, foi gravada por Felinho/Rubens Cristino na Mocambo.

Pernambuco, Você É Meu” (1956), parceria com Nelson Ferreira, gravado na Mocambo pela Orquestra Tamandaré / Raimundo Santos. Foi regravado 1959 por Claudionor Germano na Mocambo.

Tem Jeito Sanfona” (1956), parceria com Nelson Ferreira, gravado por Creusa Cunha na Mocambo. No ano seguinte foi gravada por Elizeth Cardoso na Copacabana. Em 2002, voltou a ser gravado, desta feita por Gonzaga Leal, pela Via Som Music.

Brasil Campeão Do Mundo” (1958), parceria com Nelson Ferreira, gravado pela Orquestra e Coro Mocambo / Os 3 Boêmios, na Mocambo. Foi regravado em 1962 por Claudionor Germano.

Forró da Dorotéa” (1958), gravado por Mêves Gama na Mocambo. Faixa do disco Viva São João.

Advinhação” (1960), gravado por Mêves Gama na Mocambo.

Caiu a Sopa no Mel!” (1960), parceria com Nelson Ferreira e Sebastião Lopes.

Frevo do Futucado” (1961), gravado por Carmélia Alves na Mocambo.

Me Abufelei” (1961), em parceria com Aguinaldo Batista, gravado por Aguinaldo Batista / Banda do 14º Regimento de Infantaria, na Mocambo.

A fogueira do Bombinha” (1961), gravado por Bombinha na Mocambo.

Xem Em Em no Varandão” (1961), gravado pelo grupo “Os 3 Boêmios”, na Mocambo.

Saudade” (1962), gravado por Alcides Gerardi na CBS. Regravado em 1978 por Claudionor Germano na Cactus.

O Homem da Granja” (1963), parceria com Gilvan Chaves, gravado pro Gilvan Chaves na Musidisc.

Por que mudou” (1963), gravado por Mêves Gama na Mocambo.

Dor de cotovelo” (1964), gravado pelo o Trio Menura na Mocambo.

Aquela” (1964), gravado por Wilson Duarte / Banda da Base Aérea do Recife, na Mocambo.

Baião da Saudade” (1965) em parceria com Inaldo Vilarim e interpretado por Luísa de Paula, gravado na Mocambo.

Ronda das Sombras” (1966), em parceria com Inaldo Vilarim. Gravado por Luiz Bandeira na RGE.

Frevo da Saudade” (1968), parceria com Nelson Ferreira e gravado pelo Coral Feminino e Orquestra de Pau e Corda na Mocambo. Gravado recentemente por Zeca Baleiro.

 

Evocação Nº 6” (1969), em parceria com Nelson Ferreira e gravado na Mocambo. Neste mesmo disco (Evocação do Recife), Aldemar Paiva canta “Evocação do Recife”, de Manuel Bandeira. “Evocação nº 6” foi regravada no ano seguinte pela Mocambo, com a interpretação de um Coral Feminino e Orquestra de Pau e Corda.

Para Não Lembrar Você” (1969), Orquestra e coro não identificados, gravado pela RCA Victor.

Se é Tempo de Frevo” (1970), em parceria com Nilton Fonseca, gravado pela Orquestra e Coro RCA, na RCA Camden.

Advinhação” (1972), gravado por Marinês em disco Entré/CBS.

Ademar Paiva com Carlito Lima e Cidinha Madeiro em Maceió

Frevo de Saudade” (1973), em parceria com Nelson Ferreira, gravado na Passarela/Rozenblit.

Frevo pra você” (1974), gravado por Getúlio Cavalcanti na Passarela/Rozenblit.

Massarico” (1975), em parceria com Gilvan Chaves, gravado por Gilvan Chaves.

Bloco da Ilusão” (1980), em parceria com José Xavier De Menezes, gravado na Cactus.

Frevo de Maceió” (1981), gravado por Claudionor Germano na RCA Camden.

Caiu a sopa no mel” (2002), em parceria com Nelson Ferreira, gravado por Claudionor Germano na Revivendo.

Ninguém segura este Recife” (2002), em parceria com Nelson Ferreira, gravado por Expedito Baracho pela Revivendo.

É Você” (?), em parceria com Édson Rodrigues e gravado por Jovelino/Ray Miranda na Dó-Ré-Mi Som

Forró de Branco” (?), em parceria com Sam Rios, gravado por Siluca na Mocambo.

Monólogo de Papai Noel” (?), gravado pelo próprio Aldemar Paiva na Mocambo, para o LP “Presentes sonoros de Natal”.

Votos de Papai Noel” (?), em parceria com Nelson Ferreira e gravado por Ernâni Dantas na Mocambo, para o LP “Presentes sonoros de Natal”.

Se me viste chorar” (?), bolero em parceria com Nelson Ferreira.

Monólogos” (1998), disco com a apresentação de Chico Anísio e apoio da Secretaria de Cultura de Recife e do Hospital Redenção.

Cinquenta por cento”, samba em parceria com Ibys Maceioh.

Massarico” (1975), em parceria com Gilvan Chaves, gravado por Gilvan Chaves.

8 Comments on Aldemar Paiva, o poeta que revolucionou o rádio nordestino

  1. Alagoas precisa urgentemente redescobrir este genial artista

  2. Carlito Lima // 28 de outubro de 2019 em 20:42 //

    Muito honrado em estar numa fotografia ao lado de Aldemar Paiva, um dos artistas alagoanos que mais merece honrarias nas artes e culturas das Alagoas. Tive o prazer de ser amigo íntimo nos 10 últimos anos de sua vida. Me sinto feliz nessa perfeita biografia de meu querido amigo no site Histórias de Alagoas de Edberto Ticianeli.

  3. Marco Aurélio // 28 de outubro de 2019 em 23:52 //

    Pra mim , foi uma satisfação ler Aldemar Paiva, que eu ja conhecia, pois ele era amigo de mamãe Gedalva Lins de Alencar. eu sou Marco Aurélio de Alencar

  4. Tenho o livro “Pernambuco você é meu” autografado por ele

  5. Roberto Brandão // 29 de outubro de 2019 em 06:32 //

    Conheci aldemar Paiva através de meu pai José Brandão da drogaria Oswaldo Cruz. Foi no clube fênix.

  6. Paulinho Muniz // 21 de junho de 2020 em 13:01 //

    Excelente esse trabalho sobre essa magistral figura da cultura brasileira, em particular para os alagoanos e pernambucanos. Fiquei encantado. A melhor coisa que aconteceu nesse domingo, primeiro dia do inverno de 2020, em plena tragédia da pandemia.

  7. Sempre tive curiosidade de saber se o Almar Paiva que Chico Anísio sempre falava seria o mesmo que eu ouvia no rádio Pernambucano na minha adolescência,e pra minha supres fiquei sabendo pela internet que sim,era o mesmo.Com isso li sobre a magnífica carreira artística dela,fiquei orgulhoso de saber que ele fez tanto sucesso em Pernambuco.

  8. A mãe dele é uma Buarque de Holanda. Qual o parentesco com Aurélio e Sérgio?

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