O artista autodidata Carlos Leão Xavier da Costa

Nasceu em Maceió no dia 8 de junho de 1881. Era filho de Francisco Xavier da Costa e de Segismunda Leão Xavier da Costa.
Estudou as primeiras letras com o professor Camilo Costa e o secundário no Colégio Dois de Outubro, do professor Antônio Correia de Lima Rocha. Prestou exames preparatórios no Liceu Alagoano, em novembro de 1896 —, mas não cursou faculdade.
Carlos Leão tinha apenas 16 anos de idade, em novembro 1897, quando expôs pela primeira vez em Maceió. A mostra ficou na Sociedade Montepio dos Artistas, onde também estavam as obras de João Povina Filho, 2º secretário daquela instituição. Atendendo a pedidos, a exposição se estendeu por mais de uma semana.
Em 7 de setembro de 1905 expôs novamente seus retratos e quadros de paisagens no Café Colombo, na Rua do Comércio. Lá estavam as obras: Marinheiro, Camponesa, Inverno, Farol de Maceió e os retratos de Victor Hugo e Allan Kardec — estes sobre madeira. Foram mostradas mais duas paisagens, além de alguns quadros dos seus alunos do Liceu de Artes e Ofícios.
Dois anos depois, em 6 de setembro de 1907, exibiu para um jornalista do Gutenberg “um novo gênero de pintura de sua invenção, o qual consiste em desenhos de figuras, flores e paisagens, a óleo, sendo esses trabalhos feitos pelo lado interno de seus frascos, aliás pequenos”. O jornalista também informou, na edição do dia seguinte, que o artista pretendia “requerer ao governo do País uma patente de invenção e enviará esses trabalhos para a exposição nacional a realizar-se na capital da República”.
E assim ocorreu entre 11 de agosto e 15 de novembro de 1908, quando foi um dos concorrentes à Exposição Nacional do Rio de Janeiro. Suas pinturas na parte interna de frascos de vidro conquistaram a medalha de prata.
Ainda em 1907, expôs, no dia 16 de setembro, nos salões da Sociedade Perseverança e Auxílio.
Em 11 de outubro de 1907, Carlos Leão pediu exoneração do cargo de professor do Liceu de Artes e Ofício. Foi atendido. Era Praticante nos Correios desde 1900. Seu irmão, Luiz Leão Xavier da Costa, chegou a ser chefe de secção. Seu pai, Francisco Xavier da Costa, foi contador dessa mesma instituição por muitos anos. A partir de 1913, Carlos Leão passou a ser Amanuense dos Correios em Maceió.
Voltou a ser nomeado professor da cadeira de Caligrafia e Desenho do Liceu de Artes e Ofícios ainda em 1907. Foi ainda professor do Colégio Diocesano e de outros estabelecimentos de Maceió.
Entre os dias 27 e 31 de outubro de 1916, expôs no Liceu de Artes e Ofícios, ao lado das obras dos seus alunos.
Em 1917 também concorreu à Exposição Comemorativa do Centenário da emancipação política de Alagoas. O destaque foi para um grande quadro alegórico: Para o Exílio. Era a figura da paz sobraçando um livro manchado de sangue e tendo à mão esquerda o símbolo da Paz.
Outros quadros pintados pelo artista: Passagem de Cocorobó, trecho da Guerra de Canudos; Alto do Jacutinga; Um vigia na Estrada de ferro da Alagoas Railway; Perdonate, Domini; Visão de Dante; Velho Marinheiro; Banhista; À tona d’água; Cemitério; Entrada da Barra; Retrato de criança; Mártir da Escravidão; Cristo na Cruz; Trecho do Rio Mundaú; Antes do Baile (atualmente no IHGAL), Êxtase e Paisagem de Inverno.
Entre os seus retratos estão os de Rosalvo Ribeiro, Stanislau Wanderley, Barão de Rio Branco, padre Procópio, Francisco Xavier da Costa, d. Segismunda Costa, Carlos Gomes, Baptista Accioly, Gabino Besouro e Euclides Malta.
Quando faleceu em Maceió no dia 11 de novembro de 1918, vítima da “Gripe Espanhola”, ainda era Amanuense dos Correios. Tinha 36 anos de idade.
Lamentavelmente não encontramos nenhuma fotografia dos seus trabalhos, mas esperamos que após essa publicação apareça alguma.
Muito grato, prezado Ticianeli. E Feliz Novo Ano para todos nós, abençoado por Jesus.