Antônio Saturnino de Mendonça Júnior

*Publicado no livro Jornal de Alagoas de 1949.

Na manhã dominical, manhã azul, de um azul de porcelana, os sinos tangem. Lá embaixo, a lagoa cintila como um espelho caído. O pregão monótono do engraxador ressoa na rua: “quem tem sapatos para engraxar? Vai passando o engraxador”.

O pregão do engraxador é monótono como a música árabe, mas, ao ouvi-lo, a flauta encantada de um pastor vai tangendo o manso rebanho das lembranças ao longo dos meus olhos, como diria Aloisio Branco. Velhos pregões de Maceió ressuscitam na...