Barreto Cardoso

*Publicado no Gutenberg de 30 de março de 1910.

Para Virgílio Guedes

Do trípide candieiro barato e colorido de verde, mas a mortiça luz iluminava a parca extensão do quarto de Reinaldo. Aposento desnudo e sombrio de estudante pobre. Punham unicamente um quase tom álacre às paredes caiadas, uns retratos de família, de inestimável valor e outros tantos cartazes, anunciando a supremacia da cerveja Brahma, bebida em largos haustos pela gulosa boca de um rechonchudo franciscano.

Do teto balançavam-se delgados fios de brancura duvidosa, destroços de uma teia de aranha que em tempos lá existira e em cuja extremidade o cadáver mumificado do...