Breno Accioly
*Publicado no Diário de Pernambuco de 27 de agosto de 1950 sob o título Balões.
Chamava-os de mensageiros e sentia-me feliz vendo-os partir céleres ou lerdos, em busca de seus inexoráveis destinos. Sabia que eles viveriam algumas horas, talvez, nem isso; todavia em meu peito jamais faltou um coração sadio quando meu solhos se inflamavam, acompanhando a rota incerta dos balões de junho.
Dir-se-ia, naqueles instantes eu me esquecia das paulificantes lições de matemática, além da prisão do internato que iria me encarcerar, novamente, dentro de uma semana ou dos puxavantes que mamãe dava à minha orelha ao ver-me alheio às sentenças da predica das missas de domingo.



Deixe um comentário
Seu e-mail não será publicado.