O empreendedor Tércio Wanderley
Comendador Tércio Wanderley
Natural de Bom Conselho, Pernambuco, onde nasceu no dia 8 de dezembro de 1900, Tércio Wanderley era filho de Lívio Wanderley e dona Francisca Santina de Albuquerque Wanderley. Seu pai era alagoano de Santana do Ipanema e, em Bom Conselho, foi um influente chefe político.
Tércio Wanderley e seus filhos Rubens, Victor e Vilma
Foi a atividade política do seu pai que fez com que a família fosse transferida para Palmeira dos Índios quando Tércio Wanderley tinha nove anos. A vitória de Dantas Barreto para o governo de Pernambuco, a quem Lívio Wanderley fazia oposição, provocou enfrentamentos violentos entre os grupos políticos locais.
Em Palmeira dos Índios, Tércio Wanderley recebeu orientação educacional do Monsenhor Lessa. Neste período, conviveu com Graciliano Ramos, participou do teatro local e escreveu em um jornal estudantil.
Mudou-se para Maceió em 1911 indo estudar no Colégio Diocesano e depois no Colégio São José, do professor Agnelo Barbosa. Na convivência escolar, conheceu o professor Guedes de Miranda, com quem estabeleceu uma longa amizade.
Ainda jovem, envolveu-se com o comércio e a indústria. A sua visão empreendedora o levou a constituir um dos grupos econômicos mais bem-sucedido em Alagoas.
Em setembro de 1918, instalou na Rua do Comércio a firma Wanderley & Mello, voltada para estivas em geral. Seu sócio era Antônio Pereira de Melo, que logo se afastou, deixando a firma somente com o nome Tércio Wanderley.
Negociava com estivas em geral. em depoimento, Tércio Wanderley lembrou que nesse comércio “vendia de tudo. Do charque ao palito… Tudo em grosso. Viagens cansativas pelo interior de Alagoas, e até de Pernambuco, marcaram a minha luta de comerciante“.
Tércio Wanderley deputado constituinte em 1947
Comprou, em 1925, uma fábrica de sabão ao empresário Gustavo Paiva e ele mesmo viajou o interior do estado para distribuir os seus produtos. Essa mesma indústria, logo passou também a fabricar velas, mas a Segunda Guerra Mundial fez desaparecer a matéria-prima, inviabilizando o negócio.
Dona Corália e o Comendador Tércio Wanderley na comemoração dos 89 anos
Na década de 1920, Tércio Wanderley chegou à presidência da Aliança Comercial dos Retalhistas. Nos anos 30 criou a Sociedade em Comandita Simples Tércio Wanderley & Cia. Também ocupou a vice-presidência da Associação Comercial de Maceió.
Em 1934, nasceu a firma Tércio Wanderley & Cia. Ltda e seus negócios foram ampliados com a aquisição em Neópolis, Sergipe, de uma fábrica de tecidos.
A principal aquisição ocorreu em 1941, quando comprou de José de Castro Azevedo a Usina Coruripe, que funcionava desde de 1925.
Graças ao bom desempenho da Usina Coruripe o grupo ampliou seus negócios e em 1961 criou a CIPESA – Comércio e Indústria de Postes e Engenharia S/A, uma empresa da construção civil que ganhou o mercado alagoano principalmente na fabricação e comercialização de postes para a eletrificação e de pré-moldados de concreto.
Em 1969 surgiu a Agropecuária Tércio Wanderley Ltda, que começou com um rebanho de apenas 350 reses e em pouco tempo manejava milhares de cabeças de gado.
A Destilaria de Camaçari foi implantada em 1978, anexa à usina. Chegou a produzir cerca de 50.000.000 de litros de álcool por dia.
No início dos anos 80 surgiu a empresa Sapucaia, Comércio e Transportes Ltda como desenvolvimento da transportadora criada em 1971. Respondia pelo transporte dos produtos sucro-alcooleiros, peças de reposição das indústrias, equipamentos agrícolas e materiais de construção.
Em 1986 foi instalada a Capiatã Aqüicultura, Comércio e Exportação, que produzia camarões gigantes da Malásia. A Usifértil começou a funcionar em 88, fabricando fertilizantes.
Família e Política
Tércio Wanderley recebeu em 15 de março de 1981 a Comenda da Ordem do Ministério do Trabalho do então ministro Murilo Macedo
Casou-se com dona Corália Montenegro Wanderley, com quem teve três filhos: Rubens, Victor e Vilma.
Em 1945, com a fundação do Partido Social Democrático e a presença do interventor Ismar de Goes Monteiro, Tércio Wanderley foi eleito deputado estadual constituinte com a 5ª maior votação (1.273 votos).
A Assembleia Constituinte só foi instalada em 10 de março de 1947.
O seu mandato foi voltado, principalmente, para a defesa da economia alagoana, sem se descuidar das questões sociais e políticas do governo.
Por desentendimentos com o governador Silvestre Péricles e por pressão da família, desistiu da política ao final do primeiro mandato de deputado estadual.
Fora da política, voltou-se para seus negócios, mas permaneceu como um líder do seu segmento e foi presidente da Cooperativa dos Usineiros de Alagoas de 1946 a 1960.
Faleceu em Maceió no dia 3 de janeiro de 1994, mas foi sepultado, a seu pedido, na Usina Coruripe.
Fonte: Pesquisa do professor João Azevedo para o fascículo nº 11 das Memórias Legislativas.
Usina Coruripe antes da modernização
Eu trabalhei nessa conceituada empresa de 1982 a 1994, Usina Coruripe e seus colaboradores não era simplesmente Empregador e empregados, mais sim uma grande familia
Gostaria de conseguir o livro do Comendador Tercio Wanderley, acredito quem no ano de 1994 foi lançado esse livro referente a Usina Coruripe S.A.
Tive a felicidade e o grande prazer de conhecer e desfrutar da amizade dessa enorme figura humana, simples mas inteligente como a peste (como se diz no nordeste), sempre acompanhado de uma das mulheres mais sensíveis e gentis que conheci, dna. Corália.
Tenho comigo – e com orgulho de dizer: autografado pelo próprio sr. Tércio – um livro escrito por outro grande admirador seu (e quem não era ?), João Azevedo, com o título “O Vale do Comendador”, publicado em 1982, em que narra toda a saga desse inesquecível personagem, até chegar à sua menina dos olhos, a Usina Coruripe.
Lembranças também muito prazerosas do convívio com os filhos Vítor e Rubens. Bons momentos e experiência de vida na minha querida Maceió
Boa tarde, alguém pode me ajudar?eu morei e estudei até 1995 , gostaria de saber o nome da escola de frente a praça . Era tércio Wanderley,ou Guedes de Miranda?
Boa tarde, em resposta a Jackeline, o nome da escola era Grupo Escolar Professor Guedes de Miranda
Conheci em 1982, esse tipo de ser humano tem que viver no mínimo 500 anos
Tenho o livro O VALE DO COMENDADOR – João Azevedo ( Comendador Tércio Wanderley )