Os Sete Coqueiros da Pajuçara e da Ponta Verde

Sete Coqueiros nos anos 60

Até a década de 1940, os coqueiros que ficaram famosos como os Sete Coqueiros de Maceió eram 14 divididos em dois tufos, um com oito e outro com seis. Ainda nessa década o de oito foi reduzido a sete, surgindo a denominação do lugar.

Sete Coqueiros antes da urbanização da Pajuçara

Mas um local com esse nome não era uma novidade para os maceioenses.

Já havia existido na capital outra praia com essa denominação, como informou o jornal Gutenberg de 21 de agosto de 1896 ao noticiar a presença em Maceió de engenheiros franceses responsáveis por estudos para as obras do porto de Jaraguá. Eles tinham pesquisado os arrecifes e a “natureza do solo que margina a praia desde a enseada da Pajussara até os sete coqueiros“.

A praia dos Sete Coqueiros em Maceió voltou ser citado no Jornal do Recife de 21 de julho de 1918 como o local de um assassinato.

Dois anos depois, em fevereiro de 1920, outro cadáver encontrado enterrado na Praia de Sete Coqueiros, em Maceió, trouxe novamente o local para as páginas dos jornais.

Sete Coqueiros nos anos 50. Foto de José Assunção

A Praia dos Sete Coqueiros ficava atrás do prédio onde funcionou o Quartel do 20º BC e depois a Faculdade de Medicina. Era um trecho da atual Praia do Sobral.

O jornal A Província, de 22 de setembro de 1928, ao noticiar o pouso forçado de um avião, revela precisamente onde se situava: “O avião 25, da Latécoère, pilotado pelo aviador Cheme, em companhia do mecânico Septfons, ao chegar aqui pela madrugada do domingo último, não tendo conseguido aterrissar no respectivo campo, desceu na praia dos Sete Coqueiros, ao fundo do quartel do 20 de caçadores, ficando muito avariado”.

Sete Coqueiros no início dos anos 60. Foto tirada da casa da família Mafra

Em outros estados nordestinos, localidades praieiras também receberam esta mesma denominação.

Jornais de Recife do ano de 1934 registraram a existência de um local denominado Sete Coqueiros, próximo à Praia dos Milagres em Olinda, Pernambuco.

No litoral cearense, em um registro de 1952, existiu, ou existe, a Vila Mundaú, que estava ameaçada pelo soterramento por areias das dunas. Lá também havia uma área conhecida como Sete Coqueiros.

Os Sete Coqueiros de Maceió

O primeiro registro encontrado por esta pesquisa sobre os Sete Coqueiros é de agosto de 1942. É uma foto publicada na revista carioca Vida Doméstica, que divulgava as belezas de Maceió e da Praia da Pajuçara. No texto, não há nenhuma referência ao local fotografado como tendo a denominação de Sete Coqueiros.

Nesse período, tratando-se de coqueiros como atração turística, pontificava o Gogó da Ema, que ficava a algumas centenas de metros, na curva da Ponta Verde. Talvez este fato justifique a permanência no anonimato por algum tempo dos Sete Coqueiros.

Derrubada dos Sete Coqueiros em 2002

Em 1951, finalmente eles foram citados como atração turística no Tribuna de Imprensa do Rio de Janeiro.

No ano seguinte, o pintor Pierre Chalita expôs um quadro cujo tema foi o novo ponto turístico da capital alagoana.

Nos anos da década de 1960, após o Iate Clube Pajussara construir nas proximidades sua sede social, o local passou a ser mais frequentado e, nos anos 70, atingiu seu auge quando aquela praia passou a ser a mais procurada da cidade.

Sete Coqueiros nos anos 70

Félix Lima Júnior registrou que na sessão realizada no dia 2 de abril de 1965 na Câmara Municipal de Maceió, foi autorizada a construção da Praça dos Sete Coqueiros no Largo da Vitória, antigo Largo dos Sete Coqueiros.

Como a Lei que autorizou a construção não foi incisiva quanto à nova denominação, dias depois surgiu um Projeto de Lei propondo que a urbanização ali realizada fosse nominada como Praça Dr. Alberto Mário Mafra. Aprovada a proposta, passou a ser a Lei nº 1.224, de 18 de maio de 1965.

Entretanto, mesmo com denominação oficial garantida por Lei, o local não deixou de ser o Sete Coqueiros e assim permanece até os nossos dias.

Em 2002, os coqueiros inclinados atingiram altura e idade que comprometiam a sua estabilidade e passaram a ser observados como uma ameaça à segurança dos frequentadores.

Foram derrubados e naquele mesmo ano mudas de coqueiros foram plantadas no lugar.

O local continua como referência na cidade, mas com o replantio perdeu sua importância como uma obra da natureza. Atualmente os Sete Coqueiros denominam a praia próxima e serve como limite entre os bairros da Pajuçara e Ponta Verde.

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