Muniz Falcão, o governador mais popular de Alagoas

Muniz Falcão conversa com o coronel Lucena Maranhão em 1957

Sebastião Marinho Muniz Falcão era filho de Lídio Marinho Falcão (✭15-11-1888 ✟17-12-1983) e Floripes Muniz Falcão (✭30-10-1897, ✟11-07-1990) e nasceu em Ouricuri, Pernambuco, no dia 6 de janeiro de 1915.

São seus irmãos: Manoel Marinho Muniz Falcão (✭02-02-1917), Maria Alice Marinho Muniz Falcão (✭21-09-1918 ✟27-04-2015), Pedro Marinho Muniz Falcão (✭08-12-1921 ✟01-02-2009), Teodomiro Marinho Muniz Falcão (✭16-11-1924 ✟18-07-2000), Expedita Muniz Falcão de Alencar (✭03-01-1926), Felisberto Marinho Muniz Falcão (✭26-08-1926 ✟01-03-1989), Alcides Marinho Muniz Falcão (✭29-08-1930 ✟11-11-2020), Djalma Marinho Muniz Falcão (✭31-12-1933 ✟24-03-2017), José Marinho Muniz Falcão (✭15-09-1941) e Terezinha Marinho Muniz Falcão.

Estudante secundarista em Crato, no Ceará, Muniz Falcão ingressou na Faculdade de Direito do Recife, mas concluiu seu curso em 1947 na Faculdade de Direito de Alagoas, onde chegou em 1942.

Um militar não identificado, Muniz Falcão e a esposa Alba Mendes, seu pai Humberto Mendes, sua mãe Eurídice Mendes, a esposa do vice-governador Sizenando Nabuco e o vice-governador, e uma senhora também não identificada. Acervo de Marta Margareth Mendes

Advogado, jornalista e delegado regional do Trabalho nos estados de Alagoas, Sergipe e Bahia, sua carreira política teve início em 1950 quando foi eleito deputado federal pelo PST  com 3.894 votos, migrando depois para o PSP onde foi alçado à condição de vice-líder da bancada.

Reeleito deputado federal em 1954, foi eleito governador de Alagoas em 1955 para um mandato de cinco anos.

Logo após a posse, no início de 1956, Muniz Falcão iniciou o namoro com Alba Mendes, então funcionária do Palácio do Governo e filha do deputado estadual Humberto Mendes.

No dia 20 de agosto de 1956 foi anunciado o noivado e 19 dias depois, em 9 de setembro, o casamento foi celebrado unindo Muniz a Alba, e o pai desta às hostes governistas.

Luiz Carlos Prestes e Muniz Falcão

Como governador sofreu um processo de impeachment deflagrado em razão dos embates sangrentos entre aliados e opositores e por ter proposto a criação de taxas a serem cobradas aos usineiro.

Em 13 de setembro de 1957, durante a votação do impedimento, houve confronto armado, que deixou um morto e vários feridos.

A gravidade do fato levou o presidente Juscelino Kubitschek a decretar intervenção federal no Estado em 15 de setembro e no dia 18 os deputados estaduais aprovaram o impedimento do governador.

Seu substituto foi o vice-governador Sizenando Nabuco.

Inconformado, Muniz Falcão foi ao Supremo Tribunal Federal que o reconduziu ao cargo em 24 de janeiro de 1958.

Muniz Falcão dá entrevista ao Jornal de Alagoas

Muniz Falcão entrevistado pelo Jornal de Alagoas

Eleito deputado federal em 1962, foi o mais votado nas eleições para governador de Alagoas em 1965, porém como não atingiu o patamar da maioria absoluta estabelecido pela Emenda Constitucional nº 13, caberia à Assembleia Legislativa escolher quem seria o novo governador.

Como os deputados rejeitaram Muniz Falcão, o presidente Castelo Branco nomeou o General João Batista Tubino como interventor até que Lamenha Filho fosse escolhido para governar o estado.

Devido à imposição do bipartidarismo, Muniz Falcão foi para o MDB tendo falecido no exercício do mandato de deputado federal, em Recife, às 11h de 14 de junho de 1966, no Hospital Português.

Vinha tratando de um câncer descoberto no ano anterior. A doença, que atingiu o fígado e o pulmão direito, se agravou a partir de março de 1966, quando iniciou tratamento radioterápico. No final de abril daquele ano já não conseguia mais sair da cama.

Em maio, enviou carta ao seu seu irmão Djalma Falcão: “Fui passar o fim de semana em Teresópolis, mas tive que retornar às pressas. Fui acometido de forte acesso de náuseas e estou com febre alta e constante. Minha alimentação se resume a suco de frutas. Sofro dores terríveis e parece que o processo disseminou-se por outros órgãos. Acho que não resistirei por muitos dias. Estou reduzido a pele e ossos. Peço-lhe vir ao Rio com urgência”.

Após falecer em Recife, seu corpo foi levado para Maceió e ficou em câmara ardente da Igreja de N. S. das Graças, na Levada. No dia 15 de junho, 30 mil pessoas acompanharam o corpo até o seu sepultamento no cemitério de N. S. da Piedade.

Faixa contra o impeachment de Muniz Falcão na Rua do Comércio em Maceió

4 Comments on Muniz Falcão, o governador mais popular de Alagoas

  1. Marta Margareth Mendes // 6 de setembro de 2015 em 10:28 //

    Bom dia! Apenas uma correção ele faleceu no Hospital Português em Recife-Pe.

  2. Obrigado pela correção, Marta Margareth Mendes. Já providenciamos a alteração.

  3. Cesar Marques // 27 de abril de 2019 em 09:10 //

    Só faltou dizer qual foi a causa mortis desse ilustre pernambucano.

  4. Caro César Marques, ampliamos o texto com as explicações solicitadas. Abraço.

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