Jayme de Altavila, o Anphilophio de Oliveira Melo

Jayme de Altavila discursando em cerimônia da Faculdade de Direito

Jayme de Altavila veio ao mundo no dia 16 de outubro de 1895 como Anphilophio de Oliveira Melo. Nasceu no Bom Parto, em Maceió, na residência do seu avô na Rua General Hermes. Esta casa viria a ser o Grupo Escolar Cincinato Pinto.

Seus pais eram Balbino Figueiredo de Mello e Deolinda de Oliveira Mello. Seu avô materno foi quem permitiu, mais tarde, a adoção do nome de Altavila. Felix Belli D’Olivieri era italiano de Nápoles, mas descendia de uma família de Altavila Silentina, Província de Avelino, região de Campânia.

Jayme de Altavila com seus pais e irmãos

Jayme de Altavila com seus pais e irmãos

Aos 15 anos, deu os primeiros passos no jornalismo literário escrevendo para um pequeno jornal do bairro do Poço, O Guarany. Em 1911, começou a participar do Congresso Lítero-Cívico-Alagoano e matriculou-se no Liceu Alagoano.

Jayme de Altavila casou-se a primeira vez, em 1914, com a alagoana Belmira Goulart, com quem teve a filha Duse Mello Hailer (nome de casada). Do segundo casamento, com a paraibana Emília Lustosa Cabral, deixou um filho, Jayme Lustosa de Altavila.

Em 1915, com 20 anos de idade, participou da reunião que nomeou a comissão responsável pela elaboração dos estatutos da futura Academia Alagoana de Letras, que só foi criada em 1º de novembro de 1919. Altavila foi presidente da AAL entre 1936 a 1937 e de 1961 a 1964.

Jayme de Altavila e Tavares de Figueiredo, parceiros em várias músicas, em 1923

Jayme de Altavila e Tavares de Figueiredo, parceiros em várias músicas, em 1923

No dia 31 de março de 1919, chegou ao Recife onde foi morar para estudar na Faculdade de Direito. Segundo depoimento seu, a matrícula só foi possível por ter vendido um cavalo que ganhou numa rifa.

Permaneceu na capital pernambucana por três anos, dividindo um quarto da Pensão Pernambucana com os irmãos Lydio Augusto e Mário Augusto Guerra Jucá. Neste período, escrevia para o Jornal do Recife.

Mesmo estudando em Recife, mantinha fortes relações com Alagoas, como indica a informação dando conta que era, em 1921, presidente da Liga Alagoana de Desporto, a LAD, instituição que em 1923 passou a ser a Coligação Esportiva Alagoana, CEA.

Essa vinculação aos clubes o levou a ser autor dos hinos de alguns deles, como o CRB e o Ypiranga.

Em 1922, transferiu o curso para a Faculdade de Direito do Rio de Janeiro e colou grau em Ciências Jurídicas e Sociais no dia 7 de dezembro de 1923. Retornou imediatamente para Maceió, onde desembarca do vapor Itapunhy no dia 18 de dezembro.

Embarque de Jayme de Altavila para o Rio de Janeiro em 1923

Embarque de Jayme de Altavila para o Rio de Janeiro em 1923

Neste mesmo ano, no dia 18 de março, foi aceito como membro do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, onde tomou posse no dia 11 de setembro.

Entrou para o serviço público em 31 de janeiro de 1924, nomeado como adjunto do 1º promotor público da Capital. Em seguida, no dia 6 de março, foi nomeado para o cargo de adjunto do Procurador da República. Nesse mesmo período era professor da antiga Escola Normal de Maceió, do Lyceu Alagoano e inspetor Federal de Ensino.

Com a renúncia do dr. José Moreira Silva Lima do cargo de prefeito da capital, Jayme de Altavila foi indicado pelo Conselho Municipal de Maceió para sucedê-lo.

Tomou posse no dia 1º de fevereiro de 1927 e ficou na Prefeitura até 7 de janeiro de 1928. Foi na sua administração que ocorreu a urbanização da Avenida da Paz com a construção e inauguração do Coreto. Esta área era conhecida como Aterro de Jaraguá devido aos investimentos ali realizados em 1919.

Da esquerda para a direita (sentados): Pontes de Miranda, Vinício da Veiga, Agripino Grieco e Théo Filho; em pé, da direita para a esquerda, Jayme de Altavila, Jorge de Lima, Raomeu de Avelar e Osman Loureiro

Da esquerda para a direita (sentados): Pontes de Miranda, Vinício da Veiga, Agripino Grieco e Théo Filho; em pé, da direita para a esquerda, Jayme de Altavila, Jorge de Lima, Romeu de Avelar e Osman Loureiro

No final de 1927, ainda no mandato de prefeito, candidatou-se e foi eleito deputado estadual para a 19ª legislatura (1928/30), que foi instalada no dia 21 de abril de 1928.

Renunciou ao mandato para ser nomeado, em 15 de fevereiro de 1929, adjunto de 1º promotor público da Comarca de Maceió.

Em 20 de setembro de 1932, deixou Maceió foi morar na Paraíba, onde assumiu a função de substituto de juiz federal. Foi lá onde casou-se pela segunda vez.

Participou, em 8 de julho de 1931, da fundação da Faculdade Livre de Direito de Alagoas, que veio a ser a Faculdade de Direito de Alagoas.

Nessa instituição de ensino foi empossado como professor catedrático de Economia Política e Ciências das Finanças em 11 de março de 1933.

Depois assumiu a cátedra de Direito Civil. Foi indicado como diretor desta instituição, já federalizada, em 2 de março de 1948. Lecionou ainda na Faculdade de Ciências Econômicas de Alagoas.

Em 1945, tentou voltar à política e disputou o mandato de deputado federal pelo Partido Republicano Progressista – PRP, mas não conseguiu êxito. Ficou como o terceiro mais votado do partido.

Jayme de Altavila, sua esposa Emília e seu filho Jayme Lustosa, em 1947

Jayme de Altavila, sua esposa Emília e seu filho Jayme Lustosa, em 1947

A partir de 18 de janeiro de 1950 passou a utilizar o pseudônimo Jayme de Altavila.

Em 1959, foi eleito para presidir o Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, cargo que ocupou até a sua morte em 1970. Era também membro do The Geografic Society de Washington DC, USA. Participava ainda de diversas Associações Culturais do Brasil e do exterior.

Escreveu várias obras, sendo a mais conhecida o livro Origem dos Direitos dos Povos, que já teve sete edições publicadas e é adotado por várias universidades.

Jayme de Altavila faleceu em Maceió no dia 26 de março de 1970, às 23 horas.

Fonte: Pesquisa de Jayme Lustosa de Altavila para o fascículo nº 12 de Memórias Legislativas, publicado pela Assembleia Legislativa de Alagoas em 1998.

Livro mais conhecido de Jayme de Altavila

Livro mais conhecido de Jayme de Altavila

3 Comments on Jayme de Altavila, o Anphilophio de Oliveira Melo

  1. José Guimarães da Silva // 12 de outubro de 2018 em 11:19 //

    Amigo, Ticianelli, seria possível a postagem do famoso livro do nosso Anfilofio, história da civilização das Alagoas?

  2. José Guimarães da Silva, alguns destes livros têm os direitos autorais com a família, o que nos impede de reproduzi-los.

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