História da organização sindical dos jornalistas alagoanos

Congresso dos jornalistas em 1984, em Maceió

São raros os documentos e registros sobre a organização dos profissionais de imprensa em Alagoas até o início da década de 1930. Somente a partir da fundação da Associação Alagoana de Imprensa, em 13 de junho de 1931, é que surgem nos jornais da época as informações sobre a atividade dessa categoria.

O primeiro jornalista alagoano foi identificado como tal em 1832, quando o padre Afonso de Albuquerque Melo passou a editar o jornal O Federalista Alagoense, sucessor do primeiro jornal impresso em Alagoas, o Iris Alagoense.

Padre Afonso de Albuquerque Melo foi o primeiro jornalista alagoano

As primeiras experiências associativas envolvendo profissionais da imprensa alagoana não aconteceram entre os jornalistas. Foram os gráficos que conseguiram pioneiramente criar suas entidades representativas.

A Associação Tipográfica Alagoana de Socorros Mútuos é a mais antiga. Foi fundada em 14 de outubro de 1869 e existiu até 2 de agosto de 1896.

A Associação Tipográfica Alagoana é de 7 de novembro de 1897 e o Sindicato Gráfico Alagoano foi constituído em 22 de outubro de 1911.

No dia 26 de junho de 1932, surgiu um novo Sindicato Gráfico Alagoano.

O registro sobre as primeiras iniciativas associativas dos jornalistas foi publicado no jornal O Orbe de 25 de agosto de 1897. Uma carta circular do jornalista Guy de Presles, representante brasileiro no 4º Congresso Internacional de Imprensa, realizado naquele ano em Estocolmo, estimulava a formação de “Associações de Jornalistas e homens de Letras”. O objetivo era claro: fortalecer a representação brasileira nos congressos internacionais.

Associação Alagoana de Imprensa

Valdemar Cavalcanti foi um dos fundadores da AAI

Uma década depois, mas movido por outros motivos, o jornalista Gustavo de Lacerda encabeçou uma mobilização e fundou, em 7 de abril de 1908, a Associação Brasileira de Imprensa, ABI, que tinha objetivos assistencialistas.

Na verdade, seu fundador queria que a ABI fosse uma poderosa organização capaz de realizar campanhas contra os jornais-empresas, identificados como os pretendiam obter lucros para os seus acionistas.

Para Gustavo de Lacerda, os jornais deveriam ter uma missão social e funcionar como cooperativas de cujos interesses participassem todos os seus membros, dos diretores aos mais modestos colaboradores.

Em Alagoas, somente em 13 de junho de 1931 foi que surgiu a Associação Alagoana de Imprensa, quando o país vivia uma realidade política posterior à Revolução de 30, com incentivo do governo getulista ao associativismo classista.

A ideia de criar AAI partiu de um grupo de jornalistas onde se destacavam Craveiro Costa, Moreno Brandão, Luiz Silveira, Lima Júnior, Fulgêncio Paiva, Bernardes Júnior, Onofre Andrade, Álvaro Dória, José Lins do Rego, Barreto Cardoso, Jaime de Altavila e Valdemar Cavalcanti. O primeiro presidente da AAI foi Moreno Brandão, jornalista e historiador de renome.

Entre os poucos registros das primeiras atividades da entidade há uma nota informando que no dia 8 de março de 1932, no Cinema Ideal, foi realizada uma palestra de inauguração do projeto Universidade Popular, uma iniciativa da Associação Alagoana de Imprensa, então presidida por Luiz Silveira.

Moreno Brandão abriu os trabalhos e Sebastião da Hora falou sobre a Higiene Mental, “mostrando os fatores de iam de encontro à mesma: tabagismo, alcoolismo, misticismo excessivo e práticas espiritas”.

Jornalista e escritor Luiz Silveira

No dia 20 de fevereiro de 1933, após a renúncia de Luiz Silveira, assumiu a presidência o jornalista Armando Wucherer. Em março, houve alteração na diretoria e Manoel Onofre passou a dirigir a entidade.

No início de 1934, Mendonça Braga presidia a AAI. Em maio foi empossado Emílio de Maya na presidência. Se afastou um ano depois, em maio de 1935, por estar de viagem para o Rio de Janeiro.

Quem assumiu foi o jornalista Américo Mello, ex-deputado estadual.

De 1936 até 1939, a Associação foi presidida por Emílio de Maya, que morreu prematuramente dias depois de ser empossado para mais um mandato.

Américo Mello, o vice, assumiu por alguns dias até nova eleição, quando o jornalista Lafayette Bello foi escolhido como novo presidente.

Olavo Omena foi eleito presidente em 27 de abril de 1940 e, em maio de 1941, Américo Mello foi eleito e permaneceu no cargo por vários mandatos.

O Diário de Pernambuco de 18 de março de 1949 registrou a representação da Associação Alagoana de Imprensa no congresso nacional da categoria. Américo Mello e Igor Tenório foram os delegados de Alagoas.

Depois de Américo Melo, a AAI foi presidida por Jorge Assunção e, por várias gestões, pelo jornalista Genésio de Carvalho.

Quando foram presos os jornalistas Nilson Miranda e Renalvo Siqueira, do jornal A Voz do Povo, em 24 de novembro de 1957, a AAI emitiu nota em protesto assinada por Genésio de Carvalho.

Em setembro de 1967, no X Congresso Nacional dos Jornalistas em Brasília, a AAI credenciou os jornalistas Genésio de Carvalho, José Pedrosa de Medeiros e José Crispim de Oliveira.

A Associação Alagoana de Imprensa continua em funcionamento e nos últimos anos vem sendo presidida pelo jornalista Laurentino Veiga.

Sindicato dos Jornalistas

Pelo menos quatro Sindicatos dos Jornalistas foram fundados em Alagoas entre o final dos anos 30 e 50. O atual Sindjornal foi o que teve início em 1959.

Jornalista Ulisses Braga, presidente do primeiro Sindicato dos Jornalistas, criado em 1938

O primeiro sindicato (Sindicato dos Jornalistas, Gráficos e Classes Anexas de Maceió) foi criado no dia 27 de janeiro de 1938 em uma reunião realizada na redação do Jornal de Alagoas.

Dias depois o Diário de Pernambuco, de 2 de fevereiro de 1938, registrou em nota que o “Sindicato dos Jornalistas Cariocas dirigiu ao seu congênere de Alagoas um telegrama de felicitações pela sua fundação. O jornalista Ulysses Braga Júnior respondeu agradecendo. Também ao ministro Waldemar Falcão foi dirigido um telegrama comunicando a fundação desse órgão de classe”.

No domingo, dia 6 de fevereiro, o Sindicato foi citado novamente no jornal pernambucano por participar de uma romaria ao túmulo do poeta e jornalista Aloysio Branco.

Informou o Diário da Manhã (PE) de 13 de agosto de 1938, em nota datada de 11 de agosto pelo correspondente em Maceió, que no dia anterior (10) havia sido instalado o Sindicato dos Jornalistas, Gráficos e Classes Anexas de Maceió com a seguinte direção: Ulysses Braga Júnior, presidente; José de Maceió, secretário, e Waldevino Pereira Silva, tesoureiro. Segundo Moacir Medeiros de Santana no livro História da Imprensa em Alagoas, o dia da instalação foi 9 de agosto de 1938.

O jornal carioca A Noite também registrou a existência desta instituição ao informar, no dia 11 de janeiro de 1939, que o presidente do Sindicato, Ulysses Braga Júnior, foi homenageado com um jantar no Bar e Restaurante Porta do Sol, na Rua do Comércio de Maceió. Este jornalista era também redator-secretário do Jornal de Alagoas.

No dia 3 de janeiro de 1941, o Diário de Notícias, periódico do Rio de Janeiro, informou que “foi inaugurado um sindicato de jornalistas profissionais em Maceió”, e que tinham sido eleitos para a comissão executiva “os srs. Carvalho Veras, presidente; Manuel Valente, secretário; M. Barreto, tesoureiro. Para a comissão fiscal: srs. Luiz Lavenère, Hildebrando Lobo e Luiz Macedo”.

Não há informações sobre a continuidade das atividades destes sindicatos, mas em 1945, seis anos depois, surgiu a notícia no jornal Gazeta de Notícias de 17 de junho, que naquele dia, na sede da Associação Alagoana de Imprensa, haveria uma reunião para organizar o Sindicato dos Jornalistas de Alagoas. Também não se tem mais informações sobre esta iniciativa.

Houve ainda, em 2 de maio de 1953, como noticiou o Diário de Pernambuco do dia seguinte, uma reunião no Palácio do Trabalhador, em Maceió, entre jornalistas profissionais “com o objetivo de fundar uma associação de classe, oferecendo amparo social aos trabalhadores da nossa imprensa diária”.

A reunião foi presidida pelo jornalista José Batista dos Santos e, por sugestão do professor Antônio Santos, foi eleita por aclamação uma diretoria provisória da Associação Profissional dos Jornalistas Alagoanos.

Ficou assim constituída: presidente, Zadir Cassela; 1º secretário, Domingos Sávio Brandão; 2º secretário, José Carivaldo Brandão; tesoureiro, José Batista dos Santos; 2º tesoureiro, Antônio Santos; bibliotecário, Igor Tenório. Luiz Lavenère, Jurandir Gomes e José da Silveira Camerino compuseram o Conselho Fiscal.

Não se conseguiu informações sobre se houve desdobramentos desta iniciativa.

Sindjornal fundado em 1959

Jornalista José Carivaldo Brandão foi o fundador do Sindjornal em 1959

Ao que tudo indica, a demora na consolidação de um sindicato dos jornalistas se devia a representatividade da Associação Alagoana de Imprensa, que ofuscava qualquer iniciativa de surgimento de outra organização dos jornalistas em Alagoas.

Esse obstáculo somente foi superado quando a categoria se dividiu na disputa pela direção da Associação Alagoana de Imprensa, no final da década de 1950. Genésio Carvalho e Carivaldo Brandão, duas fortes lideranças da categoria, romperam a unidade até então existente entre eles e seguiram caminhos diversos.

Percebendo que não haveria espaço na AAI para o seu grupo, Carivaldo liderou alguns jornalistas e criou o Sindicato. A fundação ocorreu oficialmente no dia 5 de agosto de 1959.

Sua primeira diretoria, empossada em novembro de 1959, segundo o Diário de Pernambuco de 22 de novembro daquele ano, foi assim constituída: Carivaldo Brandão, presidente; Oseas Sarmento Rosas, secretário; Teófilo Lins, tesoureiro; e os suplentes Edson Neves, Otávio de Sousa Lima e José Aldo Ivo.

Em abril de 1960, o Sindjornal já estava filiado à Federação Nacional dos Jornalistas, Fenaj.

Em 31 de maio de 1960, o jornal Correio Braziliense divulgou uma nota informando que o governador e jornalista Muniz Falcão estava na delegação dos jornalistas alagoanos que iria a Manaus participar do IV Congresso Nacional dos Jornalistas promovido pela Fenaj.

Na mesma nota, o jornalista revelou ainda que o governador tinha desapropriado recentemente um prédio “situado numa das ruas mais centrais da capital para doar ao Sindicato de nossa classe, o primeiro assim, em todo o País, a contar com sede própria”.

Luta por democracia

Etienne Pires de Melo foi preso nos primeiros dias do Golpe Militar de 1964

Com a renúncia de Jânio Quadros, em agosto de 1961, foi imposta censura aos órgãos de comunicação em todo o país.

Em Alagoas, no dia 31 de agosto, o Sindicato dos Jornalistas, presidido por Carivaldo Brandão, publicou nota oficial manifestando “o seu pleno desacordo contra quaisquer medidas ou soluções atentatórias à vigência do regime democrático“.

Além disso, exigiu o cumprimento dos artigos 78 e 79 da Constituição e repudiou a censura aos órgãos de divulgação. O Sindicato entrou em sessão permanente enquanto durou a censura.

Fortalecido e reconhecido por sua firme atuação em defesa da democracia, o Sindicato passou também a acumular conquistas trabalhistas para a categoria.

No dia 13 de fevereiro de 1963, o jornal Última Hora informou que em uma reunião entre jornalistas, gráficos e proprietários de jornais em Alagoas, havia se chegado a um acordo para que o reajuste salarial fosse de 30%.

Para suceder Carivaldo Brandão na direção do Sindjornal, houve eleições no dia 23 de novembro de 1963. Disputaram Zadir Cassella e Etienne Pires de Melo.

Este último foi vencedor, ficando com a maioria dos votos dos 150 jornalistas aptos a votar. Tomou posse em fevereiro de 1964.

Ettiene era repórter lotado na Sala de Imprensa do Governado Estadual e estudante de Economia. Sua ficha policial informa que ele era funcionário da Secretaria de Saúde e que foi um dos organizadores do 1º Seminário Operário Estudantil Camponês, que contou com a presença de Miguel Arraes.

Sindjornal e o Golpe Militar

Valmir Calheiros durante uma Assembleia do Sindjornal em maio de 1980

Valmir Calheiros, jornalista que viveu as mobilizações políticas dos anos 60 em Alagoas, ao depor na Comissão da Verdade dos Jornalistas Alagoanos, forneceu informações importantes sobre as condições políticas do período em que Ettienne Pires de Melo presidiu a entidade.

Revelou que quando houve o Golpe Militar, em 31 de março de 1964, a categoria estava em greve e o Ettienne foi preso.

A paralisação acontecia em conjunto com os gráficos e reivindicava melhorias salariais. “Era uma greve conjunta de jornalistas e gráficos, porque sem apoio dos gráficos era impossível fazer greve nas redações. O sindicato terminou conseguindo um aumento de 70% sobre os salários, dividido em duas parcelas: a primeira, de 40%, foi paga em abril de 1964, e a segunda foi paga a partir de outubro do mesmo ano”. A paralisação envolveu até o governo do Estado nas negociações.

Valmir lembrou ainda que nesse período o Sindicato sofreu intervenção. “O interventor foi o companheiro José Correia Lima, jornalista da velha guarda. Ele fez uma administração tão democrática, que, apesar de ter sido indicado pelos militares e pela Delegacia do Trabalho, em seguida foi eleito de forma direta para presidir a categoria”. José Correia Lima foi eleito para o mandato de 1965 a 1968.

Ettienne Pires de Melo faleceu algum tempo após ser posto em liberdade. Havia a suspeita na época que sua doença fora adquirida na prisão por falta de condições de higiene. Depoimentos de alguns contemporâneos não confirmaram essa hipótese.

O jornalista José Correia Lima foi o interventor no Sindicato dos Jornalistas no período inicial do Golpe Militar de 1964

Em março de 1968, Carivaldo Brandão voltou a dirigir o sindicato substituindo Correia Lima. Seu mandato se estendeu até 1969.

Nas eleições realizadas no dia 9 de junho de 1969, a categoria elegeu José Otávio da Rocha, que teve a sua diretoria assim composta: Valmir Calheiros, Secretário; Mário Marques Lira, tesoureiro; Suplentes: Pedro de Farias Costa e João Batista Pinheiro.

Conselho Fiscal: Titulares – Manuel Nunes Lima, Devis Portela de Melo e Carlos Moliterno. Suplentes – Carlos de Carvalho Lins, Edgar Alves de Lima e Otávio de Sousa Lima.

Conselho de Representantes junto à Fenaj: José Carivaldo Brandão, José Aldo Ivo e Hélio Nascimento. Suplentes: Josué da Silva Júnior, Aidete Vianna de Lima e José Alves Damasceno.

José Otávio da Rocha dirigiu o sindicato até 1972.

José Aldo Ivo assumiu em 1972 para exercer mandato até 1975. No dia 15 de agosto de 1973, foi eleita a diretoria do Clube de Imprensa de Alagoas. O presidente, por força estatutária, era também o presidente do sindicato. A diretoria tinha ainda Ailton Villanova como secretário e Valmir Calheiros como tesoureiro.

Foi durante este mandato de José Aldo Ivo que começou a mobilização para a implantação do curso de Comunicação Social na Ufal. No dia 30 de outubro de 1974, um documento do Sindjornal assinado por ele foi enviado ao Ministério da Educação e Cultura com a reivindicação.

José Aldo Ivo permaneceu na presidência do sindicato por mais um mandato, de 1975 a 1978.

Período de lutas e greves

Em 1978, numa eleição muito disputada com Alberto Jambo, Freitas Neto saiu-se vencedor com a chapa Renovação e teve início um novo ciclo no sindicato.

Freitas obteve 73 votos, enquanto Jambo recebeu 52 sufrágios. A vitória de Freitas Neto mobilizou uma geração de profissionais com formação progressista e disposta a um enfrentamento maior com as empresas jornalísticas.

Freitas Neto durante o XVII Congresso Nacional dos Jornalistas em Maceió em 1978

Uma das primeiras realizações da gestão de Freitas Neto foi trazer para Maceió o XVII Congresso Nacional dos Jornalistas, ainda em 1978.

Em 1979 aconteceu a histórica greve da categoria, a primeira em Alagoas após os duros anos de repressão militar.

Freitas encerrou a sua primeira passagem na presidência do Sindicato em 1981, com o Curso de Comunicação da Ufal já em funcionamento.

Reeleito em 1981, Freitas Neto foi empossado no dia 17 de julho em concorrida solenidade na Academia Alagoana de Letras, quando foram lançados vários livros de autores jornalistas.

Nos primeiros meses de 1982, Freitas iniciou campanha para vereador em Maceió e pediu afastamento da entidade, que se tornou definitivo após a ser eleito pelo PMDB para a Câmara Municipal. Quem assumiu o sindicato foi o vice-presidente Denis Agra.

Esta diretoria se destacou por sua coragem e firmeza no episódio do assassinato do jornalista Tobias Granja, crime cometido no dia 15 de junho de 1982 em pleno Centro da capital alagoana. Alguns diretores da entidade foram ameaçados de morte por denunciarem o Sindicato do Crime em Alagoas.

Nos dias 16 e 17 de dezembro de 1983, foi realizado o III Congresso Estadual de Jornalistas em Penedo. Nesse período o sindicato apoiou a luta pelo reconhecimento do Curso de Comunicação da Ufal.

Chapa Mobilização, liderada por Denis Agra, foi eleita em 1984 para dirigir o Sindicato dos Jornalistas

O vice-presidente Denis Agra ficou à frente do sindicato até 1984, quando foi eleito presidente pela Chapa Mobilização, derrotando Flávio Gomes de Barros, candidato oposicionista.

Entre os dias 31 de agosto e 1º de setembro de 1984 foi realizado em Maceió o IV Congresso Estadual dos Jornalistas.

Uma das conquistas desta diretoria foi a cessão por parte do governo da antiga residência do poeta e historiador Jaime de Altavila, na Praia do Sobral, para funcionar como sede da Casa da Comunicação. Até então o Sindjornal ocupava uma sala no primeiro andar de um pequeno prédio na esquina da Rua Augusta com a Rua Boa Vista.

O termo de cessão da Casa da Comunicação e Cultura Jaime de Altavila foi registrado em cartório pelo governador Teobaldo Barbosa no dia 4 de março de 1983.

Vários obstáculos impediram a realização das obras para adequação do prédio para seu novo uso. Até o vigia contratado pelos antigos proprietários se negava a deixar o imóvel.

Somente no dia 14 de dezembro de 1985 a Casa da Comunicação foi inaugurada e ocupada pelo Sindicato dos Jornalistas, Sindicato dos Radialistas e Associação Brasileira de Relações Públicas, seccional Alagoas. Atualmente, somente o Sindjornal permanece prédio.

Adelmo dos Santos, de pé, acompanha apuração das eleições sindicais dos jornalistas em junho 1990

Em 1987, quem assumiu o Sindjornal foi o também radialista José Adelmo dos Santos, que dirigiu o VIII Congresso Estadual de Jornalistas em 1988, realizado em Coruripe entre os dias 4 e 6 de novembro, e o IX Congresso Estadual de Jornalistas (Extraordinário), realizado no Auditório Lima Filho da Secult, na Rua Pedro Monteiro, nos dias 16 e 17 de fevereiro de 1990.

Para o mandato entre 1990 e 1993, a categoria escolheu Joaldo Cavalcante, presidente; Valmir Calheiros, vice-presidente; Hamilton Braxynski, secretário-geral; Paulo Omena, secretário-executivo; Valter Oliveira, tesoureiro e Mauro Jorge, vice-tesoureiro. Suplentes: Iremar Marinho, Gilberto Farias, Dácio Monteiro, Francisco Cardoso, Everaldo Seixas e Adailson Calheiros. A eleição ocorreu no dia 19 de junho e a posse no dia 2 de julho de 1990.

Durante a gestão de Joaldo Cavalcante, em janeiro de 1991, foi fundado o Bloco Filhos da Pauta. Seus dois primeiros desfiles aconteceram no dia 2 (sábado) e 8 (sexta) de fevereiro, com concentração em frente ao CRB, na Praia da Pajuçara.

Outra vitória importante desta diretoria aconteceu em maio de 1991, quando foi firmado o acordo salarial que restabeleceu a unificação do piso profissional.

Piquete durante a greve na Gazeta de Alagoas em 13 de junho de 1993

Na noite da quinta-feira, dia 13 de junho de 1991, teve início outra greve histórica, na Gazeta de Alagoas. Dos 42 funcionários da Redação, 40 aderiram à paralisação. O jornal circulou na sexta-feira com oito páginas a menos.

A revolta da categoria tinha fundamento: o Jornal de Alagoas e o Jornal de Hoje aceitaram pagar o piso de 102 mil cruzeiros, enquanto a Gazeta de Alagoas insistia em pagar 38 mil cruzeiros.

Foi ainda na gestão de Joaldo Cavalcante que foi realizado o X Congresso Estadual dos Jornalistas (setembro de 1991) na cidade de São Miguel dos Campos.

Em abril de 1992, a Tribuna de Alagoas fechou as portas e o Sindjornal cobrou da família Farias os direitos dos jornalistas. A mobilização foi intensa para que o jornal voltasse a funcionar.

Reeleito em 1993, Joaldo Cavalcante iniciou o mandato, mas se afastou no ano seguinte para assumir a chefia de gabinete do prefeito Ronaldo Lessa. O jornalista Marcelo Firmino foi quem o substituiu na presidência do Sindicato a partir de 1994.

Fátima Almeida à frente da Campanha Salarial de 1997, durante uma visita à redação da Gazeta. Foto de Olívia Cerqueira

Em 1996, a primeira mulher a presidir o Sindjornal foi a jornalista Fátima Almeida. Durante o seu mandato, entre os dias 29 e 31 de maio de 1998, foi realizado o XIII Congresso Estadual dos Jornalistas no Hotel Praia Dourada, em Japaratinga, com 50 jornalistas presentes.

Nas eleições ocorridas no dia 28 de maio de 1999, Fátima Almeida foi reconduzida à presidência da entidade. A posse ocorreu no dia 1º de junho daquele ano.

Durante o seu segundo mandato, no dia 13 de fevereiro de 2001, foi criado pelo Decreto n° 31 o Conselho Estadual de Comunicação Social. Seu Regimento Interno foi aprovado no dia 18 de setembro de 2001 pelo Decreto nº 313.

Antes, um Projeto de Lei apresentado pelo Sindicato em março de 1992, tramitou na Assembleia sob número 288/92. Foi aprovado no dia 3 de julho do mesmo ano e vetado dias depois, em 21 de julho, pelo governador Geraldo Bulhões, alegando que esta iniciativa seria privativa do executivo.

Fátima Almeida ainda dirigiu o XV Congresso dos Jornalistas, realizado entre os dias 17 e 19 de maio de 2002, em Ipioca, no D’anatureza Hotel Resort.

Foi substituída, com o fim do mandato, pelo jornalista Antônio Pereira, que tomou posse no dia 1º de julho de 2002. As eleições ocorreram no dia 24 de maio.

Flagrante de um processo eleitoral no Sindjornal. Foto de José Ronaldo

No dia 9 de dezembro de 2002, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da Ufal aprovou a Resolução nº 21 regulamentando o estágio curricular do Curso de Comunicação Social (habilitação em Jornalismo). Uma reivindicação do Sindicato dos Jornalistas.

O XVI Congresso Estadual dos Jornalistas aconteceu entre os dias 4 e 6 de março de 2003, em Piranhas. Uma nova greve da categoria foi deflagrada em maio de 2003.

Em 2005, quem assumiu a presidência foi o jornalista Carlos Roberto Pereira Leite. Tomou posse no dia 2 de julho de 2005 e encerrou o mandato no dia 3 de julho de 2008. A eleição foi no dia 24 de maio de 2005.

Nos dias 16 e 17 de junho de 2006 foi realizado o XVII Congresso Estadual dos Jornalistas, no Hotel Meliá em Maceió.

Valdice Gomes da Silva foi a segunda jornalista a assumir a presidência do Sindjornal. Seu mandato se estendeu entre 2008 e 2011.

Em 2008 ocorreu, entre os dias 18 e 19 de julho, o XVIII Congresso Estadual dos Jornalistas no Auditório do Sebrae em Arapiraca.

O mandato entre 2011 e 2014 coube novamente a Valdice Gomes. Assumiu no dia 30 de junho de 2011 e a eleição foi no dia 24 de maio.

No dia 23 de maio de 2014, os jornalistas de Alagoas votaram na chapa Avançar na Luta, elegendo Flávio Miguel de Oliveira Peixoto como presidente do sindicato da categoria. Dos 226 eleitores, 185 votaram na chapa eleita, 26 anularam os votos e 15 deixaram em branco. A posse dessa diretoria ocorreu no dia 30 de junho.

Entre 10 e 12 de junho de 2016 foi realizado em Penedo, o 22º Congresso dos Jornalistas. O tema central do Congresso Estadual foi Jornalismo Ético: a sociedade quer e precisa. O palestrante da abertura foi o jornalista Luiz Nassif, ex-membro do conselho editorial da Folha de S. Paulo e colunista da revista Carta Capital. Outra mesa de exposições e debates foi Jornalismo em tempo de crise e perspectiva de mercado.

Flávio Miguel foi substituído em 2017 pelo jornalista Izaias Barbosa, da chapa “Nenhum Direito a Menos“, e que foi um dos líderes da greve de 2019. Categoria e patrões entraram em rota de colisão a partir da proposta de redução do piso — com escalonamento por faixas salariais. As principais emissoras de TV enfrentaram o esvaziamento da maior parte das redações, já que a adesão na paralisação ultrapassou os 80%.

Izaias foi reeleito com 126 votos em outubro de 2020 repetindo a chapa única “Nenhum Direito a Menos”, com Pedro Roberto como vice-presidente. A eleição aconteceu após o mandato ser ampliado em seis meses devido ao isolamento social da pandemia da Covid-19. Em abril de 2021, por falta de recursos financeiros, o sindicato suspende o funcionamento na Casa da Comunicação e passa a funcionar em uma sala na sede estadual da CUT.

A partir de 26 de julho de 2023, o Sindjornal passou a ser dirigido por Alexandre Lino. Ele liderou o grupo Outras Palavras que venceu a eleição — ocorrida com disputa após 39 anos de composições de chapa única. Foram 184 votos contra 59 da Renovar e Reconquistar Direitos, presidida pelo jornalista Marcos Rolemberg e formada em sua maioria por profissionais demitidos da OAM após a greve.

A chapa vencedora renovou em mais de 80% a antiga diretoria e contou com o apoio na eleição de todos os ex-presidentes.

Posse de Alexandro Lino no Sindjornal no dia 26 de julho de 2023

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