Famílias na política alagoana do século XX (II): Fonseca

D. Rosa da Fonseca e seus sete filhos que lutaram na Guerra do Paraguai

A família Fonseca, além de ter contribuído com lideranças históricas para o país, cedeu nomes importantes para a política alagoana. A projeção dos descendentes do capitão Manoel Mendes da Fonseca Galvão e de D. Rosa da Fonseca se deu principalmente a partir de Deodoro da Fonseca, expoente das mobilizações que levaram o país a proclamar a República em 15 de novembro de 1889.

D. Rosa da Fonseca

Os filhos do casal Fonseca são os seguintes: marechal Hermes Ernesto da Fonseca, marechal João Severiano Martins da Fonseca, marechal Manoel Deodoro da Fonseca, coronel Pedro Paulino da Fonseca, capitão Hipólito Mendes da Fonseca, major Eduardo Emiliano da Fonseca, general João Severiano da Fonseca, tenente Afonso Aurélio da Fonseca, Emília Rosa da Fonseca e Amélia Rosa da Fonseca.

Os Fonsecas migraram para o Rio de Janeiro em 1840, com isso os filhos mais novos já nasceram na então capital federal.

Militar do Exército brasileiro, Manoel Mendes da Fonseca nasceu em 1785, filho de Manoel Mendes da Fonseca Galvão e de Maria Mendes. Faleceu em 1859. Foi reformado em 1842 como tenente-coronel. Tinha como origem do seu poder político os primos marechal Rufino Enéias da Fonseca Galvão, visconde de Maracaju e último ministro da Guerra da monarquia, e o marechal Antônio Enéias da Fonseca Galvão, barão do Rio Apa e ministro do Supremo Tribunal Militar.

Coronel Pedro Paulino da Fonseca, primeiro governador republicano de Alagoas

Mendes exerceu o mandato de deputado na Assembleia Provincial durante seis anos. Na primeira Legislatura (1835-1837) assumiu como suplente; na segunda Legislatura (1838 -1839) e terceira Legislatura (1840 -1841), tomou posse como titular.

Quando o presidente da Província, Agostinho da Silva Neves, em outubro de 1839, ordenou a transferência para Maceió do cofre da Tesouraria Geral, que ficava na velha capital Alagoas, hoje Marechal Deodoro, houve resistência a tal medida.

Manoel Mendes estava à frente dos descontentes, comandando sua tropa e prendendo o presidente Silva Neves no Palácio. A rebelião durou pouco tempo e graças a um artifício elaborado pelo Visconde de Sinimbu, Silva Neves voltou ao poder e Mendes da Fonseca foi exonerado do cargo de juiz municipal.

Para não ser preso, fugiu para Sergipe e apresentou-se em 3 de dezembro de 1839 ao comandante das Armas daquela Província. Foi preso e enviado para a Corte onde ficou detido na Fortaleza de Santa Cruz. Somente em maio do ano seguinte foi julgado pelo Conselho de Guerra, sendo absolvido e reconduzido ao Exército. Foi reformado como tenente-coronel.

Em Alagoas, o primeiro filho de Manoel Mendes da Fonseca a assumir o poder foi Pedro Paulino da Fonseca. Nomeado governador de Alagoas ainda em dezembro de 1889, permaneceu no cargo até 1891. Ficou afastado do governo apenas alguns meses, quando foi eleito senador.

General Clodoaldo da Fonseca, governador de Alagoas de 1912 a 1915

O outro Fonseca a chegar ao governo do Estado foi o filho de Pedro Paulino e de Francisca Catarina Francioni, o então coronel Clodoaldo da Fonseca. Ocupou o Palácio dos Martírios de 12 de junho de 1912 a 12 de junho de 1915.

A fonte do poder de Clodoaldo vinha também da relação de parentesco com o presidente da República marechal Hermes da Rodrigues da Fonseca, seu primo e genro — casou-se com a sua filha Orsina Rodrigues da Fonseca. Hermes tinha sido ministro da Guerra de 1906 a 1909, durante o governo Afonso Pena, e presidiu o país de 1910 a 1914.

O pai de Hermes Rodrigues da Fonseca foi o também marechal Hermes Hernesto da Fonseca.

Clodoaldo da Fonseca, antes de vir disputar as eleições em Alagoas, foi Chefe do Gabinete Militar do seu primo presidente.

Após sua passagem pela política chegou a comandar a Região Militar do Estado do Pará.

Quando ocorreu o levante tenentista dos 18 do Forte de Copacabana em 1922, já era general e comandava a 1ª Circunscrição Militar do Mato Grosso. Apoiou o movimento dos tenentes e foi detido por isso, passando seis meses na prisão.

Foi o último representante dos Fonsecas na política alagoana.

5 Comments on Famílias na política alagoana do século XX (II): Fonseca

  1. Alvacy Casado // 31 de julho de 2018 em 21:15 //

    Observação: Clodoaldo da Fonseca não era sobrinho do Marechal Hermes da Rodrigues da Fonseca, que foi presidente da República, este era filho do Marechal Hermes Hernesto da Fonseca e Clodoaldo da Fonseca era filho de Pedro Paulino da Fonseca, portanto, Clodoaldo da Fonseca era primo do Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca e sobrinho de Marechal Hermes Hernesto da Fonseca.

  2. Alvacy Casado, muito obrigado pela correção. Já fizemos a alteração no texto.

  3. Valber Souza Nunes // 14 de outubro de 2018 em 20:11 //

    Gostei muito dos comentários. Nasci e e me criei em Maceió, prestei as minhas obrigações militares pelo 20BC, confesso que foi no Exército onde aprendi a disciplina e amar a nossa Pátria em 1965/66.

  4. ALVARO ALVES // 11 de maio de 2019 em 20:44 //

    Boa noite. Pesquiso sobre Dona Rosa da Fonseca há algum tempo e uma dúvida que sempre aparece é a relacionada a seu nascimento, afinal ela nasceu em 18 de setembro ou 18 de outubro? Como a comunidade de História de Alagoas pode contribuir para sanar essa dúvida?

    Atenciosamente,

    ALVARO ALVES

  5. Alessa Fonseca // 30 de julho de 2022 em 19:07 //

    Procuro informações sobre o Coronel bevenuto da fonseca
    Sergipe

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