CSA, o azulão do Mutange

Estádio do Mutange em 1949

O clube foi instituído no dia 7 de setembro de 1913, quando desportistas liderados por Jonas de Oliveira resolveram criar uma agremiação. Segundo Renato Sampaio em seu livro A Margem do Futebol, a Ata de Fundação recebeu a assinatura dos seguintes sócios:

Antenor Barbosa Reis, Avenor Dantas, Agerson Dantas, Pedro Soares Machado, Nestor Machado, Waldomiro Machado, Djalma Machado, Pedro Lobão, Alfeu Cavalcanti, João Rosas, João Alfredo do Rego Monteiro, Jeferson Araújo, Arlindo Costa, Antônio Valente, Eduardo Goulart, Francisco Rocha Filho, Arthur Tavares da Costa, José Farias, Luiz Farias, Davino Ataíde, José Fontan, Odilon Cabral, Pedro A. Rocha e Rubens Fídias.

Nesta relação de Renato Sampaio não estão Jonas de Oliveira, Osorio Gatto, Eutiquio Gomes Filho, Francisco Rocha Cavalcante Filho, Arestides Ataíde de Oliveira, Antonio Miguel de Oliveira e Vicente Grossi, também fundadores do clube.

Jonas de Oliveira, fundador do CSA

A assembleia de fundação aconteceu na sede da Sociedade Perseverança e Auxílio dos Empregados do Comércio de Maceió, quando ainda funcionava no palacete do Barão do Barão de Jaraguá, e a associação recebeu inicialmente a denominação de Centro Sportivo Sete de Setembro, em homenagem a sua data de sua criação. A sede era na própria Sociedade Perseverança.

Como esta sociedade já tinha adquirido o terreno na Rua do Sol para a construção de sua sede própria, mas ainda não tinha conseguido os recursos para esse fim, a área passou a ser utilizada pelo Centro Sportivo Sete de Setembro como praça de atletismo.

Seus primeiros atletas eram lutadores de boxe, de luta greco-romana, além de levantadores de peso, lançadores de dardo e de disco e esgrimistas. Os esportes náuticos só entraram na história do clube em 1917 e, durante muitos anos, seus associados usaram a Lagoa Mundaú para passeios e competições náuticas.

O clube ainda ocupou como sede uma das dependências do Palácio Velho, antigo Palácio do Governo, que ficava na Praça dos Palmares.

A primeira partida de futebol dos azulinos aconteceu no dia 7 de setembro de 1914, quando enfrentou estudantes alagoanos vindos de Recife no largo em frente ao Quartel da Polícia Militar, futura Praça da Independência. Venceu por 3 a 0.

Os estudantes jogaram de branco e ganharam o apelido de “noivinhos”. Entre eles estavam Aloísio Goulart, Alderico Goulart, Eduardo Goulart, João Azevedo e Milton Ramires.

CSA em 1953. Em pé: Cão, Oscarzinho, Edgar, Italo e Sued. Agachados: Arestides, Paulo Santos, Pirilo, Piolho, Zanélio e Napoleão.

CSA em 1953. Em pé: Cão, Oscarzinho, Edgar, Italo e Sued. Agachados: Arestides, Paulo Santos, Pirilo, Piolho, Zanélio e Napoleão. Acervo Museu do Esporte

O Diário de Pernambuco de 8 de abril de 1914 publicou uma nota informando que graças a mobilização de “moços do comércio” foi reorganizado o “antigo Centro Sportivo 7 de Setembro, dando-lhe por égide o nome de José Floriano Peixoto” e que reinava animação e “espírito de continuidade”.

Em junho de 1915, José Floriano Peixoto, atleta alagoano de destaque nacional, esteve em Maceió e recebeu do Centro” expressiva homenagem, incluindo uma visita ao governador Clodoaldo da Fonseca, e com ele se conseguiu a cessão do prédio na Praça da Independência para ser a sede do clube, local que havia sido utilizado como depósito de materiais bélicos, sede do Tiro de Guerra 28 e, posteriormente, pelo Tiro de Guerra 637. A próxima sede social do “Centro” foi na Rua da Alegria.

Agradecido pelas homenagens recebidas, José Floriano Peixoto ofereceu um valioso troféu para ser disputado por duas equipes do “Centro”, a “Brasil” e a “Alagoas“, que venceu por um tento a zero.

Os jornais da época também registravam Centro Sportivo José Floriano ou J. Floriano Peixoto.

Foi iniciativa da diretoria do Floriano Peixoto a construção do seu primeiro campo de futebol, que foi inaugurado na tarde do dia 7 de setembro de 1916, na Praça Jonas Montenegro, atual Praça do Centenário.

A partida comemorativa da inauguração e do aniversário do clube foi realizada contra o Club de Regatas Brasil. No mesmo dia tomou posse sua nova diretoria, que tinha como presidente o comerciante Salvador Niesi.

Segundo pesquisa de Saulo Guimarães, as equipes para essa primeira partida entre CSA x CRB, quando os azulino venceram por 1×0, gol de Aristides (o Grilo), foram as seguintes:

CSA: Hermes, Vianna, Grossi, Alípio, Farias, Closias, Apolinário, José Maria, Fontan, Aristides (o Grilo) e Grossi.

CRB: Gondin, Custodio, Ramalho, Quintella, Abelardo, Homero, Galvão, Moises, Oscar Moreira, Aroldo Zagallo e Peter Jurish.

As duas equipes voltaram a se encontrar no dia 15 de novembro de 1916, uma quarta-feira. O jornal Diário do Povo registrou que naquele dia haveria uma partida de futebol entre o Club de Regatas Brasil e o Centro Sportivo José Floriano Peixoto.

As equipes estavam escaladas com os seguintes atletas:

CRB com Heckel Tavares, Gondim, Homero, Vianna, Raymundo, Quintella, J. Leite, Peter, Aroldo, Calheiros e Oscar.

O Centro Sportivo com Hermes Loureiro, Vianna, Grossi, Davino, L. Faria, Alípio, J. Maria, Augusto, Fontan, Aristides (o Grillo) e Victor.

A partida aconteceu na mesma Praça Jonas Montenegro no Alto do Jacutinga, hoje bairro do Farol, e o Centro Sportivo José Floriano Peixoto venceu por 2 a 0.

No dia 13 de abril de 1918, o time alterou pela última vez a sua razão social e foi rebatizado, em assembleia geral, com o nome que permanece atualmente: Centro Sportivo Alagoano.

O Mutange

O primeiro descampado a servir de campo de futebol na capital alagoana ficava ao lado do atual Parque Gonçalves Ledo, no Alto do Jacutinga. Foi palco dos primeiros jogos em 1908, quando o futebol chegou a Maceió pelos pés de jovens alagoanos que estudavam em Recife, entre eles José Maria Correia das Neves, Euclides Malta Filho e Antônio Machado.

A partir de 1916, o campo mais procurado pelos clubes recém-formados situava-se onde atualmente está a Praça do Centenário, antiga Praça Jonas Montenegro.

Alguns treinos dos times também aconteciam na Praia da Avenida da Paz, no trecho então denominado Rua Conselheiro Saraiva, entre o Hotel Atlântico e o início da Rua Sá e Albuquerque.

No final daquela década, a sede do CSA ficava no Mutange, na Chácara Wucherer, de Alfred Willams Armstrong Wucherer, gerente da Fábrica Cachoeira em Rio Largo.

Alfredo Wucherer em sua chácara no Mutange, futuro estádio do CSA

Alfredo Wucherer nasceu a bordo de um navio inglês e foi naturalizado como inglês pelo comandante do navio, mesmo sendo filho de pais alemães.

A partir de 15 de novembro de 1922, o clube abandonou seu primeiro campo de futebol, que foi inaugurado na tarde do dia 7 de setembro de 1916 na Praça Jonas Montenegro, para realizar suas partidas no Mutange, na chácara que já passara a ser propriedade de Aristheu Teixeira Basto, que também foi presidente do clube.

A história da aquisição desta sede no Mutange foi contada por Paulo Pedrosa em depoimento a Lauthenay Perdigão do Carmo, gravado em novembro de 1993. Pedrosa era proprietário, em 1934, de uma fábrica de mosaicos na Av. da Paz, nº 878.

O CSA ocupava o campo desde 1922, sem pagar aluguel. Em 1934, seu proprietário, Aristheu Teixeira Basto, solicitou ao clube a devolução do espaço que tinha adquirido por 53 contos de réis anos antes.

O então presidente Murilo Silva, sabendo que Paulo Pedrosa era cunhado do proprietário, convidou-o para assumir a direção do CSA e assim facilitar qualquer negociação que impedisse a reintegração de posse.

Comendador Gustavo Paiva foi quem doou o terreno para o Estádio do Mutange

Ao assumir a presidência, Pedrosa constatou que a situação do clube não era das melhores. Tinha somente 28 sócios e parte das despesas eram pagas pelos próprios jogadores, ainda amadores e filhos de famílias “de alta classe”.

Procurou Gustavo Paiva, que também era cunhado de Aristheu Teixeira Basto, e recebeu deste a orientação de escrever ao proprietário descrevendo a situação e dizendo que estava tentando encontrar uma solução sem que tivesse que devolver o campo.

Imbuído do propósito de tirar o clube daquela situação, Pedrosa reuniu a diretoria e iniciou uma campanha de associação. Em pouco tempo consegui 150 sócios, cada um contribuindo com 10 mil réis por mês. Confiando nos recursos, propôs ao seu cunhado a compra da área onde estava o campo de futebol.

Estádio do Mutange logo após a sua inauguração

Aristheu aceitou o pagamento parcelado de 20 contos de réis por parte de suas terras, além de ser convencido por Pedrosa a contribuir com 2 contos de réis. As parcelas eram de 500 mil réis por mês.

Para economizar nos gastos, Pedrosa conseguiu com o filho do interventor Osman Loureiro, Rubens Loureiro, que fossem dispensadas todas as taxas e impostos incidentes sobre a transação.

Na gestão seguinte uma área remanescente da antiga chácara foi adquirida, também com parcelamento do pagamento.

O Estádio do Mutange, que havia sido inaugurado no dia 15 de novembro de 1922, recebeu sua atual denominação de Estádio Gustavo Paiva no dia 29 de agosto de 1951. Homenageava a um dos seus sócios mais efetivos e que havia falecido em 27 de outubro de 1943.

Durante muitos anos foi o estádio mais moderno de Alagoas e o único com condições de receber jogos noturnos pelo fato de ter refletores. Recebeu, em 1951, o primeiro jogo internacional em Alagoas, o histórico CSA 1 x 1 Velez Sársfield.

Rivalidade com o CRB

Em 1966, em um clássico CSA x CRB no Estádio da Pajuçara, Ademir (zagueiro do CRB) e Canhoteiro (ponta esquerda do CSA) travam um duelo que fez história em Alagoas

Em 1966, em um clássico CSA x CRB no Estádio da Pajuçara, Ademir (zagueiro do CRB) e Canhoteiro (ponta esquerda do CSA) travam um duelo que fez história em Alagoas. Acervo Museu do Esporte

A primeira partida entre CSA (ainda Centro Sportivo Floriano Peixoto) e CRB ocorreu no dia 7 de setembro de 1916. O campo que testemunhou esse embate ficava na Praça Jonas Montenegro, a atual Praça do Centenário no Farol.

Os azulino derrotaram seus adversário por 1×0, gol de Arestides.

O time entrou em campo com: Hermes, Vianna, Grossi, Alípio, Farias, Closias, Apolinário, José Maria, Fontan, Arestides e V. Grossi. O CRB jogou com: Gondin, Custódio, Ramalho, Quintela, Abelardo, Homero, Moisés, Oscar, Aroldo, Piter e Juriscch.

A primeira partida oficial somente ocorreu em 4 de setembro de 1927, no campeonato promovido pela Coligação Esportiva de Alagoas. O CRB venceu por 2×0 a partida realizada no Mutange.

Nos anos 30, o CSA convidou o CRB para uma partida amistosa. O desafio foi aceito, mas o clube da Pajuçara solicitou permissão para incluir em sua equipe alguns jogadores de outros times, considerando que o jogo era amistoso. O CSA não aceitou e assim surgiu o histórico desentendimento entre os dois clubes.

Os jornais não perderam a oportunidade e passaram a alimentar a divergência com declarações dos presidentes das duas agremiações. O jornal Correio da Tarde publicava tudo que dizia Osório Gatto do CSA. O Jornal de Alagoas, por sua vez, publicava os revides de Ismael Acioli do CRB.

E o que era para ser um embate esportivo entre clubes transformou-se numa contenda pessoal entre os dois dirigentes.

Ao tomar conhecimento que em uma das crônicas houve uma ofensa direta do presidente azulino, Ismael Acioli se julgou também atingido e resolveu tomar satisfações pessoais. Avisado por amigos do Correio da Tarde das intenções de Ismael Acioli, Osório Gatto tratou de se prevenir, armando-se de um revólver.

O encontro dos dois presidentes verificou-se em plena Rua do Comércio, no Centro de Maceió. Antes mesmo de qualquer diálogo, o presidente do CSA sacou da arma e atirou no presidente do CRB. Um dos disparos atingiu a coxa de Ismael Acioli, que caiu, sendo imediatamente transportado para o Pronto Socorro.

CSA bicampeão em 1956. Em pé: Neu, Orizon, Pirilo, Clóvis, Tadeu e Paulo Santos. Agachados: Italo, Bewilson, Davino, Oscarzinho e Cláudio.

CSA bicampeão em 1956. Em pé: Neu, Orizon, Pirilo, Clóvis, Tadeu e Paulo Santos. Agachados: Italo, Bewilson, Davino, Oscarzinho e Cláudio. Acervo Museu do Esporte

E a guerra não acabou ali. A diretoria regatiana prometeu publicamente que se Ismael Acioli viesse a falecer, nenhum membro da diretoria azulina ficaria vivo para contar a história. Acioli se recuperou lentamente, mas ficou capengando numa das pernas, a que carregava a bala que o atingiu.

Somente anos mais tarde os dois desportistas, num encontro fortuito, afinal se abraçaram comovidamente, reatando a amizade. Entretanto, a rivalidade entre os clubes permanece até os nossos dias.

Uma trégua na rivalidade

Em 1931, o CSA convidou o América de Recife para um jogo amistoso em comemoração do aniversário azulino. Tininho, um habilidoso jogador do CSA, era também um verdadeiro líder dentro do clube e muitas vezes se transformava em treinador do time. Por todas essas qualidades era respeitado pelos dirigentes e querido pela torcida.

Com a intenção de reforçar a equipe, Tininho convidou Zequito Porto e Fonseca, jogadores do CRB, para integrar o time adversário em Alagoas. Eles aceitaram e se sentiram honrados em vestir a camisa azulina. No dia 7 de setembro, no Mutange, antes do jogo, os jogadores convidados compareceram aos vestiários do CSA.

Em 1966, CSA 2 x CRB 2 na Pajuçara. Eric cobra pênalti e o goleiro Dirceu vê mais um gol do mestre na cobrança de penalidades máximas

Em 1966, CSA 2 x CRB 2 na Pajuçara. Eric cobra pênalti e o goleiro Dirceu vê mais um gol do mestre na cobrança de penalidades máximas. Acervo Museu do Esporte

A diretoria azulina, ao saber da novidade, mandou chamar Tininho para informar que não concordava com a presença dos jogadores do CRB. Temiam a reação da torcida. Pressionado por todos os lados, Tininho mostrou porque era líder: decidiu – “Ou aceitam Zequito e Fonseca ou eu também não jogarei“.

A confusão aumentou, mas o capitão azulino assumiu toda responsabilidade e os dois atletas do CRB jogaram e ajudaram o CSA a vencer o América por 4×2. Dois dos gols foram assinalados por Fonseca. Zequito Porto nunca negou que se sentiu orgulhoso ao vestir a camisa do tradicional rival. Por 90 minutos, a rivalidade foi suspensa.

Títulos

O Centro Sportivo Alagoano é detentor de 38 títulos de campeão alagoano de futebol, tendo disputado 84 temporadas. Em 2005 e 2010, foi campeão da segunda divisão do campeonato alagoano. Foi vice-campeão do Campeonato Brasileiro de Futebol (Série B) nos anos de 1980, 1982 e 1983. A Copa Conmebol, disputada em 1999, deu ao CSA seu título internacional, o de vice-campeão do torneio. Em 2017 conquistou a sua primeira estrela ao sagrar-se campeão da Série C.

Presente

CSA na Taça Brasil de 1966. Em pé: Bibiu, Jurandir, Flávio, Chita, Paulo Nylon e Jernan. Agachados: Ratinho, Tonho Lima, Bosco, Eric e Jaldemir

CSA na Taça Brasil de 1966. Em pé: Bibiu, Jurandir, Flávio, Chita, Paulo Nylon e Jernan. Agachados: Ratinho, Tonho Lima, Bosco, Eric e Jaldemir. Acervo Museu do Esporte

Em um período recente, o centenário clube do Mutange enfrentou momentos de instabilidade com reflexos no desempenho da equipe nos campeonatos disputados. Em 2012, na Série D do Campeonato Brasileiro, foi eliminado pelo Sampaio Corrêa após fazer uma boa campanha.

Em 2013 o time azulino foi vice-campeão do Campeonato Alagoano no ano de seu centenário. A final foi contra o CRB, que venceu nos pênaltis. Na Copa do Brasil de 2013 foi eliminado em casa na primeira fase pelo Cruzeiro.

Em 2014 disputou a Copa do Nordeste, o Campeonato Alagoano e a Copa do Brasil. O CSA não teve êxito em nenhuma dessas competições. Perdeu o estadual na primeira fase, caiu jogando as “quartas’ da Copa do Nordeste, e na primeira fase da Copa do Brasil.

Em 2015 foi finalista do primeiro turno do Campeonato Alagoano, mas perdeu a final para o ASA de Arapiraca nos pênaltis. No segundo turno o CSA foi semifinalista, mas foi eliminado pelo Coruripe, sendo derrotado nos dois jogos por 2×1, assim ficou sem a vaga no Campeonato Brasileiro – Série D, e sem a vaga na Copa do Brasil.

A arrancada histórica do clube do Mutange teve início em 2016, quando conseguiu ficar entre os primeiros da Série D, conquistando o acesso à Série C do Campeonato Brasileiro de 2017.

A ascensão do time continuou em 2017 com a proeza de obter o campeonato da Série C, o primeiro título nacional de um clube alagoano.

Mantendo o impulso de 2016, em 2018 a atual diretoria anunciou várias medidas para recuperar administrativamente o clube e montou um time competitivo para disputar a Série B. Os resultados positivos apareceram e o Centro Sportivo Alagoano conseguiu ser o vice-campeão da série B e assim conquistou o acesso histórico à série A, voltando a ocupar lugar de destaque na elite do futebol nacional.

Marivaldo Paranhos Prado, zagueiro do CSA e um dos maiores ídolos do clube

Hino do CSA

A letra é de Cipriano Jucá. Quem compôs a música em 1923 foi o maestro italiano Reunivestein Donizetti, o mesmo que em 1921 fez o arranjo do hino do Ypiranga Futebol Clube, uma composição de Jaime de Altavila.

Letra: Cipriano Jucá. Música: Reunivestein Donizetti

I

Pela pátria na vida esportiva,  
É que vamos a força buscar
Nossa glória da luta deriva
Pois, do “Centro” a divisa é lutar

Lidadores impávidos, fortes
Enfrentemos os nossos rivais!
Tragam eles imensas cohortes.
Não seremos vencidos jamais!

[Coro]

Alvi-celeste bandeira
Do “Centro” eterno fanal,
Se tremulas altaneira,
Nas cores não tem rival.

II

Nesse anseio infinito de glória.
Esse “Centro Sportivo” não tem
A vaidade que é sempre ilusória
E que nunca elevou a ninguém.

Eia, vamos á luta, ao combate,
Mocidade valente e Feliz!
Quem, na vida, sem força, se abate
Cutivá-la no “Centro” não quis.

Cohortes (cortes) seria, em espanhol, uma unidade tática de infantaria do antigo exército romano. Fanal é o mesmo que facho.

O Hino Oficial do clube está registrado no jornal O Azulino, edição única comemorativa dos 40 anos do clube. Lançado em 7 de setembro de 1953, quando o presidente era Carlos Ramiro Basto.

O Azulino jornal lançado no dia 7 de setembro de 1953

Pesquisa do radialista Walter Luís, publicada no seu blog (http://www.blogdowalterluis.com.br/ha-23-anos-falso-hino-engana-a-torcida-do-csa/), revela que em 1997 a letra do hino foi alterada. O presidente do CSA na época era Euclides Mello, que justificou a mudança com o argumento que o antigo hino tinha algumas palavras que não se usavam mais.

Hino modificado

Pela pátria, na vida esportiva
É que vamos sempre conquistar
Nossa glória da luta deriva
É o campeão dos campeões CSA

Azulinos impávidos e fortes
Enfrentemos os nossos rivais
Nosso time não tem adversários
Não seremos vencidos jamais

Centro Sportivo Alagoano
No Mutange eterno vencedor
Se tremulas a tua bandeira
Alvi-celeste é com amor

Nesse anseio infinito de glória
Esse Centro Sportivo não tem
A vaidade que é sempre ilusória
E que nunca elevou à ninguém

Vamos todos em busca das vitórias
Com o coração na ponta das chuteiras
União e Força CSA
Azul e Branco a vida inteira

Centro Sportivo Alagoano
No Mutange eterno vencedor
Se tremulas a tua bandeira
Alvi-celeste é com amor

(OUÇA AQUI O HINO MODIFICADO EM 1997)

Nos anos 60, Sabino Romariz fez uma homenagem ao CSA compondo uma das músicas mais cantadas pela torcida durante muitos anos. Alguns torcedores ainda hoje acreditam que essa composição é o hino do clube.

(OUÇA AQUI A HOMENAGEM DE SABINO ROMARIZ).

Fontes: Wikipédia (https://pt.wikipedia.org/wiki/Centro_Sportivo_Alagoano); Livro “Rio Largo cidade operária”, de Arnaldo Paiva Filho; Jornal “Diário do Povo”, edições de 1916 e 1917, e antigos jornais.

11 Comments on CSA, o azulão do Mutange

  1. Edson Bezerra // 4 de janeiro de 2016 em 20:37 //

    ..maravilha galego, mais um gol de placa..

  2. Marcos da Conceição lins // 31 de março de 2017 em 23:36 //

    CSA, SEMPRE SERÁ O MELHOR DAS ALAGOAS.

  3. Cláudio JS Abuquerque // 4 de fevereiro de 2018 em 17:11 //

    Ótimo histórico parabéns!

  4. Cláudio José Santos de Albuquerque // 13 de fevereiro de 2018 em 09:43 //

    valeu!!!

  5. Maravilhoso!

  6. Carlos Eugênio // 26 de novembro de 2018 em 22:04 //

    Nos idos de 1950/60, uma boa parte de torcedores assistiam aos jogos encarapitados na Barreira que se erguia logo após a linha férrea e separava o bairro do Pinheiro do Mutange.
    Chamavam o VERDE, Subiam nas Mangueiras e acomodavam-se como se estivessem nas arquibancadas do Campo de Futebol. Alí o alarido não era menor do que no estádio.
    O entusiasmo era grande e contagiante. Às vezes passava alguma composição férrea vindo de Fernão Velho e Bebedouro em direção à Estação Central, ou vice versa. A Maria Fumaça acionava seu apito agudo superando o barulho da torcida, enquanto soltava uma nuvem de vapor, que interrompia a visão e escondia o desenrolar do jogo por alguns minutos.

  7. Saulo Guimarães // 18 de janeiro de 2021 em 09:02 //

    Saudações!

    RESPOSTA QUE VC SOLICITOU PARA SER DADA AO ERIBERTO TICANELLI

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    Em 1° de outubro de 1919, o Clube de Regatas Brasil (CRB) convidou oficialmente, o Centro Sportivo Alagoano (CSA) para uma partida beneficente, em que a renda seria arrecadada para o Orfanato São Domingos. No entanto, essa partida não aconteceu devido a postura desonesta da direção do CSA. Quando a diretoria do CRB recebeu o ofício encaminhado pelo CSA, em 2 de outubro, a lista de seus jogadores apresentava o nome de seis deles que não pertencentes aos seus quadros, alguns dos quais estava ligado à Liga Pernambucana de Sports. A lista do CSA relacionava os seguintes jogadores de equipes da cidade de Recife: Ivan Guimarães e Gabriel Teixeira, pertencentes ao Clube Náutico Capibaribe; Jerônimo Rodrigues, engajado no Sport Club Flamengo; Nelsinho Lima, ligado ao Santa Cruz Futebol Clube; e da cidade de Penedo: Murilo da Silva e Antônio Bráulio, vinculados ao Sport Club Penedense. No dia 3 de outubro, a direção do CRB remeteu outro ofício a direção do CSA, explicando que melhor em relação ao Centro, o Regatas possui como sócios correspondentes jogadores de nomeada residentes no vizinho estado e deles poderia lançar mão se não julgasse isto contrário às boas normas da lealdade, que devem existir mesmo entre dois adversários. Além disso, o Regatas não considerou que seria regular que dois clubes alagoanos importassem elementos de outro estado, onde o esporte estava mais adiantado, a fim que o Centro representassem para uma partida aqui na nossa capital. Dessa forma, o CRB que prevalecendo tão mau precedente, em breve o futebol estaria completamente anarquizado em Maceió, pois com aquela fonte de abastecimento de jogadores residentes do estado de Pernambuco e de outras praças. Sendo assim, não seria difícil a qualquer clube trazer um time completo do mesmo e rotulá-lo com as suas camisas, jogar, ganhar e depois reembarcá-los com os bilhetes de volta para seus estados de origem. A direção do CRB colocava também que além de contrário aos princípios do amadorismo esportivo, isto seria uma atitude no mínimo ridícula e desonesta. Nesse mesmo ofício, o CRB envio ao CSA, a sua lista de jogadores, composta de elementos genuinamente seus e todos residentes em Maceió, esperando que o seu lealíssimo gesto fosse correspondido pelo CSA. O CRB diante da resposta do CSA, se viu coagido a utilizar seus sócios correspondentes que estavam residindo em outros estados, apesar de repugnar esse processo, pelos motivos explicados, ou seja, que não era permitido. Desse modo, o CRB colocava então, que a partida seria equitativa, entre duas equipes mistas, de jogadores locais e de outros estados, sob o nome dos dois clubes. Ainda assim, O CRB se sentiu na obrigação de acrescentar que, mesmo no caso do consentimento do CSA, devido a sua demora em enviar a lista dos seus jogadores, a partida não poderá realizar-se-á depois de amanhã, no caso, 5 de outubro, porém, só depois da festa aniversária do CRB, prevista para ser realizada em 12 de outubro, sendo mais provável a realização da partida para 19 de outubro. A direção do CRB, além de realizar um pronunciamento oficial junto ao CSA, fez publicar por meio de uma crônica de Ismael Clark Accioly (presidente do CRB), as suas razões nas páginas do Jornal de Alagoas, de 4 de outubro, referindo-se à característica do combinado, a ser imputada à listagem de jogadores apresentados pelo CSA, afirmando que o jogo nessas condições seria desigual, já que o CRB teria que enfrentar não o CSA, mas sim, um combinado interestadual rotulado com este nome. A lista de jogadores advindos do estado de Pernambuco, que o CSA pretendia utilizar, a época foi confirmada por Ivan Guimarães pertencente a Liga Pernambucana de Sports. Sendo assim, o CRB só queria jogo leal. Todos esses fatos até aqui narrados foram ganhando proporções de rivalidade extrema com acusações infundadas do CSA ao CRB, sob a presidência Ismael Clark Accioly, que foi alvejado covardemente por meio de tiros de revólver por Osório Gatto, torcedor do CSA, em 8 de outubro, após luta travado em solo, ao saltar ambos do bond, frente ao Grande Ponto (ALMEIDA e MORAES, 2013, p. 63 e 69).
    Fonte: ALMEIDA, Luiz Sávio de; MORAES, Jorge Souto de (Org.). História, sociedade e futebol em Alagoas: homenagem à pesquisa pioneira de Renato Sampaio. Maceió: EDUFAL, 2013. 147 p.

  8. Celso Rinaldi // 4 de maio de 2021 em 12:27 //

    Fiquei muito emocionado com a foto acima “CSA em 1953” onde pude rever fotos do meu tio o Italo e do irmão dele (e meu pai) o Sued. Muita emoção. Gostei muito… Grande abraço a todos.

  9. IRACEMA C. PEDROSA // 28 de setembro de 2021 em 15:33 //

    Muito bom, o histórico do nosso gloriodo CSA. Orgulho da familia PEDROSA.

  10. quem e csa deus lhe abençoe quem nao for csa deus lhe perdoe. no mundo so existe duas torcida quem e csa e quem nao e csa.

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