Capitão Samuel Lins, o militar alagoano morto na contrarrevolução paulista de 1932

A contrarrevolução de 1932 tentou derrubar o governo revolucionário de Vargas

Mais de mil soldados e voluntários morreram na chamada Revolução Constitucionalista de 1932

Samuel Cavalcanti Lins nasceu em Maceió no dia 20 de agosto de 1908 e morreu na madrugada do dia 26 de agosto de 1932, na Vila Queimada, em Queluz, São Paulo, em combate.

Era um dos oficiais envolvidos na defesa da fronteira do Rio de Janeiro com São Paulo, cujas tropas insurgentes tentavam tomar a cidade para utilizá-la como trampolim para a invasão da então capital federal, com o intuito de derrubar o presidente Getúlio Vargas e derrotar o processo revolucionário iniciado em 1930.

O então 1º tenente combatia a contrarrevolução paulista como oficial do 2º Batalhão do 1º Regimento de Infantaria da Vila Militar. Sua morte ocorreu na defesa do Morro da Pedreira, na Vila Queimada.

As tropas do Exército brasileiro foram atacadas pelos paulistas do Batalhão Voluntários de Piratininga e pelas Companhias de Assalto do Destacamento Agnelo, que tomaram o morro com a ajuda final do Batalhão Saldanha da Gama. Os combates ocorreram nos dias 24 e 25 de agosto de 1932.

O então tenente Mario Lima, também alagoano e que estava no combate, assim descreveu aquele momento: “Ao alvorecer de 26 de agosto, dolorosa notícia abalara-me profundamente. Tombara na luta, grande amigo e companheiro de turma, o conterrâneo 1º ten. Samuel Lins, com quem palestráramos com toda estima na tarde anterior. Quando seu corpo era conduzido numa padiola para a retaguarda, desci às pressas da trincheira e prestei-lhe minha última homenagem numa silenciosa e ardente prece”.

Horas após a sua morte, seu corpo foi levado para Resende, no Rio de Janeiro, onde foi embalsamado e transferido para o Hospital Central do Exército. Foi enterrado no dia 27 de agosto de 1932, às 18 horas, no cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro.

Carreira militar

Não foi possível colher informações sobre o início da vida deste alagoano em Maceió. Entretanto, os primeiros registros em jornais do Rio de Janeiro informam que iniciou sua carreira militar ao ser aprovado no dia 12 de março de 1926 nos exames para a Escola Militar do Rio de Janeiro.

Concluiu o curso no final de março de 1930 e foi classificado como aspirante a oficial da Infantaria. No mês seguinte estava no 1º BC, em Juiz de Fora.

Foi promovido a 2º Tenente em outubro de 1930, e dois meses depois já estava classificado para a Infantaria e deslocado para o 21º BC em Recife. No mês seguinte atuava no 2º BC, designado para a 4ª Comissão de Exames de Candidatos a Reservistas em três Tiros de Guerra da região.

Em abril de 1932 é promovido a 1º Tenente e em maio foi transferido para o 6º Regimento de Infantaria em Caçapava, São Paulo.

Com a sua morte, recebeu por ato de bravura a promoção para capitão, em ato ministerial do dia 30 de agosto de 1932.

Homenagens

Rua Capitão Samuel Lins no Farol

Em setembro de 1932, o então prefeito de Maceió, Balthazar de Mendonça, em sua homenagem, mudou o nome da Rua Manaus para Rua Capitão Samuel Lins. O mesmo decreto também alterou o nome da Avenida Mutange para Avenida Major Cícero Augusto de Góes Monteiro, outro militar alagoano que também morreu no conflito no dia 29 de agosto de 1932.

Ao que tudo indica, Manaus predominou como denominação da rua que liga a Ponta Grossa ao Prado e outra via recebeu o nome do militar. Hoje a antiga Rua da Frente, e depois Rua da Caixa no Farol, é a Rua Capitão Samuel Lins.

É um dos bons mirantes da cidade, além de hospedar a Igreja de Santa Terezinha e a Faculdade de Engenharia do Cesmac.

1 Comentário on Capitão Samuel Lins, o militar alagoano morto na contrarrevolução paulista de 1932

  1. Maria Francisca Trigueiros Lins Britzky // 2 de agosto de 2017 em 18:48 //

    O Capitão Samuel Cavalcanti Lins era irmão de meu avô, Manuel Cavalcanti Lins. Ele tinha mais 3 irmãos além de meu avô.

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