José Antônio de Mendonça, o Barão de Jaraguá

Companhia União Mercantil, em Fernão Velho, implantada pelo Barão de Jaraguá em 1863

Nomeado barão em 14 de março de 1860, José Antônio de Mendonça nasceu em Algarve, Portugal, no dia 21 de julho de 1800 e faleceu em 17 de fevereiro de 1870 na sua casa de Alcantarrilha, em Algarve. Recebeu seu Brasão de Armas em 22 de agosto de 1861.

Filho de José Antônio de Mendonça, chegou a Maceió em 1819, atendendo ao convite do seu avô, José de Mendonça de Matos Moreira, juiz Conservador das Matas da capitania de Pernambuco (faleceu no Engenho Maranhão em Camaragibe no dia 18 de julho de 1826. Era casado com Barbara Francisca Xavier de Mattos Moreira, filha do Major Jacintho Paes de Mattos Moreira).

Seu irmão Sebastião José de Mendonça, que ficou em Portugal, foi titulado como Barão de Alcantarrilha.

José Antônio de Mendonça, após oito anos em Maceió, foi designado capitão da cavalaria auxiliar. Em 1839 já era tenente da 3ª Companhia do Regimento de Cavalaria Ligeira nº 26, da 2ª linha do exército. Uma portaria datada de 14 de março de 1842 o colocou no posto de coronel e chefe de Legião da Guarda Nacional. Chegou ao comando superior da Guarda Nacional em Alagoas por decreto imperial de 6 de março de 1847. Permaneceu nesse cargo até a sua reforma em 4 de setembro de 1852.

De uma relação com uma mulher de nome Rita teve o filho José António de Mendonça, que nasceu em 10 de setembro de 1821 e faleceu em 16 de outubro de 1904 no Recife. Foi major da Guarda Nacional e barão de Mundaú em 11.07.1888. Era proprietário dos engenhos Flor de Paraíba, Oriente e Pilarzinho. Casou-se com Jacinta Carvalho.

Casou-se com Francisca Eugênia Benedicta de Bomfim Alves, que viria a falecer em seu Engenho do Oriente na madrugada do dia 20 de dezembro de 1877. Foram pais de pelo menos seis filhos, como revela a relação de embarque do vapor Imperador de 7 de junho de 1855 publicada no Diário de Pernambuco. Entre eles o advogado e promotor público José Antônio de Mendonça Júnior; Maria Amélia de Mendonça, casada com Cândido José d’Oliveira e Silva. Herdou o engenho Oriente; João António de Mendonça, herdou o engenho Pilarzinho; e Maria Jacinta Flora de Mendonça, casou com o cunhado Cândido José d’Oliveira quando este enviuvou.

Com outra mulher teve de outra mulher Jacinto Paes de Mendonça Jaraguá, o Engenheiro Jaraguá.

José Antônio de Mendonça, antes de ser titulado Barão de Jaraguá foi deputado provincial nas legislaturas 1844-45, 48-49 e 1850/51. Coronel e rico proprietário, instalou a primeira fábrica de tecidos de Alagoas que começou a produzir em setembro de 1863, em Fernão Velho.

Palácio do Barão de Jaraguá, hoje abriga a Biblioteca Pública de Alagoas

Palácio do Barão de Jaraguá, hoje abriga a Biblioteca Pública de Alagoas

Segundo Moacir Medeiros de Santana, substituiu, em 2o de outubro de 1841, o primeiro vice-cônsul de Portugal, que fora afastado do cargo em 21 de dezembro de 1840 por ter-se envolvido em questões de contrabando de pau-brasil.

Em outubro de 1844, foi acusado de estar envolvido na sedição ocorrida em Maceió, quando o cabano Vicente Ferreira de Paula invadiu a cidade forçando o presidente da província, Bernardo de Souza Franco, a refugiar-se em um navio. Foi preso no porão do brigue-escuna Caliope e demitido de suas funções consulares portuguesas.

Em 22 de maio de 1847 foi novamente nomeado comandante superior das guardas nacionais da comarca de Maceió. Tinha como ajudante de ordens Paulo Joaquim Telles Júnior e Manuel da Costa Pereira Cutrin.

Proprietário de uma frota de barcaças, que utilizava principalmente para transportar por via marítima até Maceió o algodão e o açúcar de suas propriedades.

Nos últimos dias de 1859 e nos primeiros de 1860, seu palacete hospedou D. Pedro II e a imperatriz Teresa Cristina, que estiveram em Alagoas para inaugurar a Catedral Metropolitana e conhecer parte da província.

Quando a primeira pedra da Igreja Matriz foi lançada, em 22 de novembro de 1840, José Antônio de Mendonça dividia com Antônio da Silva Lisboa e Lourenço Cavalcanti de Albuquerque Maranhão, depois Barão de Atalaia, a responsabilidade pela captação de recursos para a obra. Ele mesmo foi um dos que mais contribuiu.

José Antônio de Mendonça se envolveu numa contenda histórica com Lourenço Cavalcanti de Albuquerque Maranhão, que era o proprietário do antigo Sobrado do Camocho, no Centro de Maceió.

O futuro Barão de Jaraguá teria construído, entre 1844 e 1849, seu palacete (hoje Biblioteca Pública) impedindo a visão que o futuro Barão de Atalaia teria do mar.

Também era de propriedade de José Antônio de Mendonça o prédio na Ladeira do Algarve, ao lado da Praça dos Palmares, edifício que ficou conhecido como o Palácio Velho e foi derrubada na década de 1940.

O português José Antônio de Mendonça foi nomeado Barão de Jaraguá em 14 de março de 1860.

Foi dele também a principal contribuição para a construção de um monumento em homenagem ao Imperador no largo da Catedral, logo após a sua visita à cachoeira de Paulo Afonso em outubro de 1859. A obra, que permanece até os nossos dias na Praça D. Pedro II, ficou ao encargo do engenheiro Carlos de Mornay, que encomendou fino mármore na Europa.

Atendendo a conselho médico, o Barão de Jaraguá viajou para a Europa em 14 de maio de 1869 em busca de tratamento de saúde. Chegou em Alcantarilha em 15 de julho. No dia 31 de agosto, ao sair de um banho de mar, sofreu congestão cerebral. Viveu até 17 de fevereiro de 1870. Ao falecer, tinha 70 anos de idade.

1 Comentário on José Antônio de Mendonça, o Barão de Jaraguá

  1. joao luiz rabelo // 2 de setembro de 2019 em 11:27 //

    parabéns pelo esclarecimento histórico da vida do barao

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