Aeroclube e a história da aviação alagoana

Hidroavião pousado na Lagoa Mundaú. Foto de Monsieur Girard

Hidroavião em uma Lagoa. Foto de Monsieur Girard

Após novembro de 1906, quando ocorreu o primeiro voo do 14 Bis, um avião pilotado pelo brasileiro Alberto Santos Dumont, o entusiasmo com a nova invenção contagiou o Brasil fazendo surgir cinco anos depois, no Rio de Janeiro, o Aeroclube Brasileiro. Foi fundado no dia 14 de outubro de 1911 em reunião realizada nas instalações do jornal A Noite.

O objetivo era o de “fomentar no Brasil o desenvolvimento da novel e futurosa arte da aviação”. Foi escolhido como Presidente de Honra o sócio fundador Alberto Santos Dumont. O Almirante José Carlos de Carvalho – o herói mais condecorado da guerra do Paraguai – foi o primeiro Diretor Presidente.

A experiência do Rio de Janeiro, entretanto, só viria ser seguida por todo o país no início dos anos 1940, quando o Brasil vivia o Estado Novo de Getúlio Vargas e o empresário das comunicações Francisco de Assis Chateaubriand promoveu uma campanha para formar pilotos brasileiros, motivado pelas ameaças da guerra mundial.

Alagoas no ar

Hidroavião no Porto da Levada em 1940

Em Alagoas, as primeiras iniciativas voltadas à aviação foram registradas em 1925, quando o governador Pedro da Costa Rego, em sua mensagem ao Legislativo, notificou que o governo Federal estava empenhado na implementação de medidas que contribuíssem para o fortalecimento da “viação aérea” como meio de transporte.

O governador explicava que os “campos de aterragem” seriam de posse e domínio da União por questões de segurança. A área mínima requisitada era de 81 hectares em local próximo aos centros das cidades “com fácil acesso por vias de comunicação urbanas”.

Para Costa Rego, o sítio mais indicado era o Vergel do Lago, próximo à Lagoa do Norte, atual Mundaú, por permitir também o pouso de hidroaviões. O Departamento de Viação e Obras Públicas, ainda em 1925, realizou estudos no terreno e chegou a prepará-lo para as obras. A área trabalhada media 700 x 400 metros.

A publicação do Decreto Estadual nº 1.209, de 30 de junho de 1927, indicou que o projeto de campo de pouso no Vergel do Lago não prosperou. Com o decreto, Costa Rego concedeu, por 25 anos, uma área de 100 hectares de terras devolutas no Tabuleiro do Pinto à Societé Franco Sud Americaine de Travaux Publics para a construção de um campo para aeronaves, com a inauguração prevista para janeiro de 1929.

Na mensagem enviada ao Legislativo em 21 de abril de 1928, Costa Rego detalhou a localização do terreno. “A área concedida fica à direita do poste correspondente ao quilometro 14 da estrada de rodagem para automóveis de Maceió a Rio Largo, tem a forma de um quadrado perfeito, com mil metros de cada lado, com frente paralela à mencionada estrada […]”.

Aeroporto Costa Rego da Aéropostale em 30 de maio de 1928

Este primeiro aeroporto de Maceió ficava onde hoje está instalado o Departamento de Estradas de Rodagem de Alagoas, DER. No local ainda existe um hangar que funciona como oficina. Ficou conhecido como Aeroporto Costa Rego.

A utilização desse terreno para pousos da Latécoère aconteceu após reuniões com o piloto e representante da empresa Paul Vachet, que esteve em Maceió, pilotando seu avião, entre 15 e 17 de julho de 1927. Pousava na Praia da Avenida. Voltou a Maceió dias depois, em 26 de julho, quando ficou tudo acertado, com a inclusão da capital na rota da aviação postal daquela empresa. Pousava ainda em Natal e Recife.

Em setembro de 1927, o “aeródromo” já estava em funcionamento, mesmo com as obras da oficina e hangar ainda em andamento.

A Societé Franco Sud Americaine de Travaux Publics operava por meio da Compagnie Generale Aéropostale e, a partir de 1º de dezembro daquele ano, já oferecia o serviço aeropostal para o país e para o Uruguai e Argentina.

A Aéropostale era a mesma empresa francesa Latécoère, que alterou seu nome comercial após ser adquirida em 1927 por Marcel Buoilloux-Lafont. Esta empresa, que já operava o transporte aeropostal para a África, teve a ideia de utilizar, a partir de Dakar, no Senegal, pequenos e rápidos que chegavam em Natal, Rio Grande do Norte, em apenas quatro dias.

Vista aérea da Catedral de Maceió. Foto do acervo Fondation Latécoère, cedida por Monica Cristina Corrêa, especialista em História da Aéropostale e Antoine de Saint-Exupéry, tradutora de literatura francesa clássica para a Editora Companhia das Letras.

A Latécoère iniciou seus serviços postais em 22 de novembro de 1927, com viagens entre Buenos Aires e Natal, com escalas em Montevidéu, Porto Alegre, Florianópolis, Santos, Rio de Janeiro, Vitória, Salvador, Maceió e Recife.

O percurso tinha início em Buenos Aires às 4h das terças-feiras e terminava em Natal às 16h30 das quintas-feiras. No retorno, saía de Natal às quartas-feiras, chegando em Buenos Aires às 15h das sextas-feiras.

Uma revolução para a época. Normalmente demorava-se 30 dias para se distribuir a correspondência entre esses extremos.

Para a montagem desse percurso e apontar a necessidade de aeroportos, a empresa enviou para a América do Sul o piloto Joseph Roig, que percorreram de navio e por raras estradas a costa brasileira montando a Linha Roig. Nesta relação estava a construção de um aeroporto em Maceió. A implantação dessa linha foi executada pelos pilotos Paul Vachet e Joseph Roig, e pelo o mecânico Gauthier.

Os primeiros voos da empresa no Brasil foram de demonstração e o primeiro deles decolou no dia 14 de janeiro de 1925 do Campo dos Afonsos no Rio de janeiro. Para essa etapa, três aviões foram transportados de navio e depois pilotados por Victor Hamm, Paul Vachet e Etienne Lafay (que não era da Latécoère e já estava no Brasil. Era da Missão Militar Francesa de Aviação). Viajaram do Rio até Buenos Aires, na Argentina.

Vista aérea do Farol Maceió. Foto do acervo Fondation Latécoère, cedida por Monica Cristina Corrêa, especialista em História da Aéropostale e Antoine de Saint-Exupéry, tradutora de literatura francesa clássica para a Editora Companhia das Letras.

Oficialmente, a inauguração do Aeroporto Costa Rego só veio a ocorrer em 14 de outubro de 1928. Tinha a capacidade para seis aeronaves e dispunha de estação de rádio, oficina mecânica, além de outras dependências com o nome de Costa Rêgo, em homenagem ao governador alagoano.

Em 1933, a Aéropostale fundiu-se com a Air Orient, Société Générale de Transport Aérien, Air Union e Compagnie Internationale de Navigation, surgindo a Air France.

Mesmo contando com um aeroporto para aviões terrestres (pousam em superfície sólida), Maceió continuou a receber voos de hidroaviões da Panair e Condor na Lagoa Mundaú. A área de atracação e a ponte flutuante de embarque e desembarque ficava na Levada, próximo ao canal de mesmo nome.

Há registros de pousos nesta parte da Lagoa Mundaú já em 1925.

Aeroclube de Alagoas ainda na Jatiúca. Seu endereço era Av. Mangabeiras

Um episódio marcante da história aeronáutica alagoana ocorreu em novembro de 1935, quando o Aeroporto Costa Rego recebeu por alguns minutos uma visita importante. O famoso Zeppelin, impedido de pousar em Recife, trouxe até Maceió os malotes postais que desceram do aparelho por cordas enquanto soldados do 20º BC mantinham o dirigível estável no ar utilizando cabos.

Em 1941, em plena segunda guerra mundial, a empresa de transportes aéreos Panair do Brasil resolveu construir um novo aeroporto e foi autorizada a utilizar um terreno nas proximidades de Rio Largo.

Este aeroporto, inaugurado em 1943, foi também ocupado por tropas norte-americanas que instalaram na área uma base de balões dirigíveis para patrulhamento da costa alagoana. No local, vários galpões foram erguidos para acomodar os soldados e as oficinas.

Segundo o testemunho do general Mário de Carvalho Lima, estas instalações foram incorporadas ao atual aeroporto da capital.

Ainda no governo de Ismar de Góis Monteiro (1941-45) o antigo aeroporto Costa Rego foi cedido à Comissão  de Estradas de Rodagem (CER), atual Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER). O hangar permanece de pé até os nossos dias.

Em depoimento ao radialista Walter Luís (http://www.blogdowalterluis.com.br/1a-viagem-aerea-do-csa-foi-em-um-aviao-da-2a-guerra-mundial/), o dr. Ib Gatto Falcão revelou que ao terminar a Guerra (1945), “o governo americano vendeu todo material bélico como excedente de guerra“. Nesta época, detalha, “se comprava um C-47 [versão militar do DC-3], que foi o grande desbravador dos transportes no Brasil, por cento e tanto contos de réis, equivalente a quatro ou cinco automóveis apenas”.

Segundo o renomado médico alagoano, “foi assim que a Panair, Cruzeiro, Real se fortaleceram. Surgiram a Aerovias [foi fundada em 1942], as Linhas Aéreas Paulistas, a NAB [Navegação Aérea Brasileira, fundada em 1938] e a Lloyd Nacional [fundada em janeiro de 1917 como empresa de navegação]. Sete ou oito companhias de aviação surgiram no Brasil por força disso”. Lembrou que nesse período, quando se chegava no aeroporto de Maceió, tinha três ou quatro aviões chegando e subia apenas um passageiro em cada um deles.

Ib Gatto testemunha ainda que foi instalada em Maceió, nos anos 40, uma agência da “Aero Geral“, que tinha como pilotos dois sargentos da Aeronáutica, Rocha e Custódio, “que se cotizaram e compraram dois Catalinas [PBY]”, aviões anfíbios que se adaptaram bem aos pousos e decolagens na Lagoa Mundaú.

“Eles desciam em todas as esquinas desse norte do Brasil. Desciam em Penedo, Maceió, Recife… Eu lembro que teve um jogo do Flamengo em Recife e o Rocha e o Custódio fizeram duas ou três viagens levando gente de Maceió para assistir ao jogo”. Ib Gatto finaliza dizendo que foi essa empresa que foi contratada pelo CSA para, em 1947, transportar a equipe até Fortaleza, onde realizou partidas amistosas contra o Ceará, Fortaleza e Ferroviário. Foi o primeiro transporte aéreo de um time de futebol alagoano.

Foi logo após este crescimento explosivo da oferta de viagens aéreas em Maceió que o até então Aeroporto de Maceió passou a se chamar Campo dos Palmares (a partir de 19 de setembro de 1951, quando entrou em vigor a Lei nº 1.438). A denominação atual, Aeroporto Zumbi dos Palmares, foi definida pela Lei 9.911, de 15 de dezembro de 1999.

diversos campos de pouso espalhados pelos municípios alagoanos, entre eles alguns construídos em terrenos de usinas e destilarias.

Aeroclube de Alagoas

As primeiras reuniões para a criação do Aeroclube de Alagoas aconteceram no início de maio de 1940. No dia 16 daquele mesmo mês a entidade foi fundada e sua diretoria eleita por aclamação, como registrou o Jornal do Brasil de 18 de maio de 1940.

No primeiros dias de novembro do mesmo ano, a instituição recém fundada e presidida por Jorge Brotherhood recebeu do Aeroclube do Brasil a licença para funcionar e a informação que no início do ano seguinte chegariam aviões para treinamento. Não se tem o registro da chegada destes aviões cedidos pelo Governo Federal.

Em novembro de 1945, Euclydes Paletot Lima visita o Aeroclube de Alagoas após bater o recorde nacional voando 24h de Pirapora MG a São Luiz do Maranhão

Outra fonte anunciada para a aquisição de aviões treinamento, foi governo do Estado, que destinou ao Aeroclube 50 contos de réis no início de janeiro de 1941. No dia seguinte, a direção discutiu a construção do hangar e do campo de pouso próprio.

Provisoriamente, os aviões utilizavam o antigo Aeroporto Costa Rego no Tabuleiro do Pinto, com a área já cedida para a Comissão de Estradas de Rodagem (CER).

No início de outubro de 1942, foi eleito para presidir o Aeroclube o coronel Manoel Xavier Oliveira, então comandante da Força Policial de Alagoas.

Em reunião realizada no dia 3 de novembro de 1942, a diretoria do Aeroclube programou suas primeiras atividades, incluindo um curso de pilotagem “a cargo de Instrutor recentemente chegado de Fortaleza”, informou O Jornal do dia 5 de novembro daquele ano. No final deste mesmo mês, o clube anunciou que iniciaria uma campanha para a construção de um campo de pouso para seus aviões.

Segundo o jornal A Noite (RJ) de 22 de março de 1943, naquele mesmo dia “realizaram-se as experiências do novo campo do Aero Club de Alagoas, localizado no distrito de Pajussara. O avião Rosa da Fonseca, pilotado pelo instrutor Rosalvo Prata desceu e levantou voo várias vezes, sem nenhuma anormalidade”.

No dia 23 de julho de 1943, oriundo de Recife chega a Maceió o brigadeiro Eduardo Gomes, comandante da Segunda Zona Aérea. Veio inspecionar o novo campo de pouso do Aeroclube e as bases de blimps do Tabuleiro do Pinto e do Vergel.

Segundo João Lessa de Azevedo, do Aeroclube de Alagoas, que frequentou o local, o primeiro campo de pouso do Aeroclube ficava na Mangabeiras, em uma área que hoje corresponde às quadras existentes entre a Av. Jatiúca e a Av. Amélia Rosas, se estendendo em direção à praia. Essa área deu lugar a um conjunto habitacional que formou o Bairro da Jatiúca.

Inauguração da Sede do Aeroclube de Alagoas, em 21 de março de 1954

No dia 7 de setembro de 1943 tomou posse a primeira diretoria do Aeroclube de Palmeira dos Índios. A nota publicada na imprensa informa ainda que o prefeito do município assumiu o compromisso de doar um terreno para a construção de sua sede.

O hangar “Dona Rosa da Fonseca”, do campo de pouso do Aeroclube na Mangabeiras, começa a ser construído no dia 22 de janeiro de 1944 sob a direção de três engenheiros alagoanos e com a perspectiva de ficar pronto em 60 dias.

No dia 25 de abril de 1944, o presidente do Aeroclube, coronel Xavier de Oliveira, renuncia por problemas de saúde e os sócios elegem Alfredo Maia para dirigir a entidade.

Em novembro de 1945, o Aeroclube de Alagoas recebe a visita do aviador Euclydes Paletot Lima, que percorreu o país para divulgar o seu recorde sul-americano de 24 horas no ar, sem rádio e sem aparelho de voo cego. Ele viajou de Pirapora, em Minas Gerais, até São Luiz do Maranhão, em pequeno avião que foi adaptado e recebeu tanques suplementares para 435 litros de gasolina e 15 litros de óleo.

Em outubro de 1946 é realizado no Rio de Janeiro o I Congresso Brasileiro de Aeroclubes. Alagoas foi representada por Aloísio Freitas Melro. Na volta foi recebido com um banquete e uma tarde aerodesportiva, prestigiada por uma esquadrilha do Aeroclube de Pernambuco.

Estação de Passageiros do Aeroporto do Palmares entre 1951 e 1952. Acervo Alfredo Zagallo

No dia 4 de dezembro de 1946, um evento importante para a aviação local mobilizou o Aeroclube. Naquela data foi inaugurada a Estação de Passageiros do Aeroporto de Maceió. A estrutura era uma adaptação de um dos prédios construídos pelos americanos no período da guerra. A reforma foi coordenada pelo engenheiro Raul Malheiros, do Serviço de Obras da 2ª Zona Aérea.

Em setembro de 1947 o presidente do Aeroclube de Alagoas era Pedro Reis.

O registro de uma aterrissagem forçada de um avião, em maio de 1948, situa o campo de pouso do Aeroclube no Alto de Jacutinga. Nesta área que hoje abrange do bairro do Farol até a Gruta de Lourdes, a pesquisa conseguiu identificar a existência de um campo de pouso em uma área situada no bairro do Pinheiro.

Carta de Piloto de Benicio Monte, cedida por seu filho Guilherme Monte, também piloto do Aeroclube de Alagoas

A pista ocupava um terreno onde atualmente está construído o Condomínio Espanha e o Parque Gertrudes de A. Leão, entre a Av. Comendador Francisco de Amorim Leão e a Rua B.

Era propriedade particular de uma pequena empresa de táxis aéreos de Nilson Tenório, que prestava serviços para a Usina Ouricuri. Funcionou até o final dos anos 60. Há indicativos ainda da existência de um pista de pouso perto da Praça do Centenário, que poderia ser esta mesma do Pinheiro ou outra não identificada.

A construção da sede social do Aeroclube foi anunciada pelos jornais em fevereiro de 1953. Estava localizada na então “Avenida Mangabeiras”, ao lado dos hangares do campo de pouso da Jatiúca.

Em eleições ocorridas no dia 28 de março de 1951, foi eleito Aloísio Freitas Melro como presidente da entidade. Ele derrotou nas urnas o industrial Abelardo Lopes.

No domingo, 28 de março de 1954, o Aeroclube de Alagoas inaugurou a sua sede social com a presença de representantes da Diretoria da Aeronáutica e de diversos deputados federais de outros estados. A obra foi projetada e executada pelo engenheiro Aloísio Freitas Melro, então presidente do Aeroclube. A sede social foi denominada “Artur Acioli”, um dos grandes beneméritos da entidade. Foi ele quem doou o terreno em Mangabeiras para a construção do campo de pouso e sede social.

Após um período de crise dos aeroclubes brasileiros no final dos anos da década de 1950, que chegou a paralisar o funcionamento de algumas unidades, a situação parece ter melhorado já no início da década seguinte. É o que deixa transparecer, em junho de 1963, a presença da miss Aeroclube de Alagoas, Glorinha Paiva, em um desfile na capital pernambucana durante a escolha da miss local.

Em junho de 1969, o governador Lamenha Filho, ao anunciar a construção de mil e quarenta e seis casas, faz referência ao local do novo conjunto como localizado onde funcionou antigamente o Aeroclube de Alagoas.

A área do novo conjunto residencial foi adquirida pelo governo do Estado, em permuta com o Aeroclube, que recebeu 381 lotes do Loteamento Nuporanga no Tabuleiro dos Martins, e mais a importância de Cr$ 500.000,00. Com esse recurso foram construídas a pista de pouso do Tabuleiro, com suas instalações, e adquiridas duas salas no Edifício Breda no Centro de Maceió.

No final de outubro de 1970, o Aeroclube realizou a primeira procissão aérea da cidade, transportando a imagem de Nossa Senhora do Loreto do Núcleo de Base de Maceió, no aeroporto, até o Aeroclube, no Tabuleiro. A programação foi elaborada pelo capitão Francisco Reinaldo Rodas, comandante do Núcleo e presidente do Aeroclube.

O engenheiro Vinicius Maia Nobre, que foi o vice-presidente do Aeroclube entre 1975 e 1979, período em que também era o Secretário de Viação e Obras Públicas do Estado de Alagoas, lembra que aceitou o cargo por solicitação do amigo Carlos Fortes, que era “exímio piloto e filho de um dinâmico aficionado do Clube, Aloísio Freitas Melro“.

Maia Nobre recorda que utilizava os aviões para “fiscalizar as obras rodoviárias do DER como também as da Casal (barragem da Carangueja e outras), Ceal e Cohab , todos órgãos vinculados à SVOP. Aterrissávamos na maioria das vezes nas rodovias a serem fiscalizadas. Sobrevoávamos o trecho e o pessoal do DER interditava para a nossa chegada”.
A pavimentação das pistas de pouso dos Aeroclubes de Maceió, Penedo e Palmeira dos Índios foi uma iniciativa de Vinicius Maia Nobre, que também construiu e pavimentou o aeroporto de Arapiraca.

Aviões

Alzira Vargas, filha de Getúlio Vargas, batiza avião em novembro de 1941

No início dos anos 40, Assis Chateaubriand, com apoio declarado do governo, deflagra a Campanha Nacional da Aviação, com o lema “Dêem asas para o Brasil”, motivando a população e principalmente os empresários a doarem recursos para a aquisição dos aviões. A iniciativa propunha a criação de aeroclubes — entidades civis sem fins lucrativos e mantidas pela própria sociedade —, mas que receberiam ajuda do governo, desde que tivessem um campo de pouso para operar e pelo menos um hangar.

A primeira notícia sobre doação de recursos para aquisição de aviões em Alagoas surge no início de janeiro de 1941, quando o governo alagoano entrega ao presidente do Aeroclube de Alagoas a importância de 50 contos de réis para a aquisição de dois aviões de treinamento. No dia seguinte à doação, a direção da instituição se reúne e discute a construção do hangar e do campo de pouso próprio.

Esse recurso havia sido aprovado pelo Governo do Estado em agosto do ano anterior, mas destinado à aquisição de um avião. No entanto, é provável que este aparelho nunca tenha sido comprado. Pelo menos é o que indica a nota publicada na Gazeta de Notícias de 12 de dezembro de 1941, informando que o primeiro avião do Aeroclube chegou a Maceió no dia anterior (11), doado à Navegação Aérea Nacional pelo industrial paulista Samuel Ribeiro. Foi batizado com o nome de “Francisco Paula Ribeiro”.

Não só Alagoas recebeu aviões doados pela campanha. Industriais alagoanos também doaram recursos para a aquisição de aparelhos que eram distribuídos pela Aeronáutica. No final de junho de 1941, o jornal Diário de Pernambuco anunciava em manchete que quatro aviões estavam à disposição da campanha por doação de alagoanos.

O “bloco de corretores” que conseguiu as doações era formado pelo general Góes Monteiro, Costa Rego, Orlando Araújo, Castro Azevedo, Clementino do Monte e Arnon de Mello. Um aparelho foi “oferecido” pelo industrial José da Silva Peixoto, de Penedo, e outro por José da Rocha Cavalcanti, ex-deputado federal e usineiro. Os outros dois foram conseguidos com recursos oriundos de Mário Leão, também usineiro da firma Leão & Irmãos; Gustavo Paiva, industrial proprietário da Companhia Alagoana de Fiação e Tecelagem; e Alfredo de Maya, diretor do Banco Agrícola e diretor da Comissão de Vendas dos Usineiros de Alagoas.

Concorrida solenidade de batismo de avião no Rio de Janeiro em 1943

Um desses aviões passou a se chamar “Vergueiro Stendel” e foi destinado a base aérea da cidade de Monte Alto, São Paulo, e outro foi denominado “Floriano Peixoto” e baseado em Olímpia, também em São Paulo.

Em 13 de dezembro de 1941, é publicada em O Jornal uma nota dando conta de uma doação de “50 contos” do comendador Gustavo Paiva ao Aeroclube para a “aquisição de mais um avião”.

O segundo avião para o Aeroclube, o “Conde de Parnaíba”, chega em Maceió no dia 16 de dezembro de 1941. Veio pilotado pelo tenente Francisco Lessa e foi doado pelas Empresas Elétricas Brasileiras. Foi batizado ainda no Rio de Janeiro pela filha do presidente Getúlio Vargas, Alzira Vargas.

O Diário de Pernambuco registra em sua edição de 27 de maio de 1942 que o aviador Hélio Seixas de Alencar foi ao Rio de Janeiro buscar três aviões doados ao Aeroclube de Alagoas.

Ainda em maio de 1942, o mesmo Diário de Pernambuco informa que a Sociedade Anônima Usina Serra Grande entregou ao Governo do Estado a quantia de “cinquenta contos de réis” destinada ao desenvolvimento da aviação em Alagoas. Não há detalhes sobre o destino dado aos recursos, mas o título informa que seria entregue ao Aeroclube de Alagoas.

O Jornal de 17 de junho de 1942 informa que no dia anterior ocorreu a solenidade de batismo do avião “Dr. Carlos Carneiro de Mendonça no aeroporto do Calabouço, Rio de Janeiro. Este aparelho foi doado ao Aeroclube de Maceió pela Organização Lage e teve como paraninfo o professor Rocha Lima. Era um HL de fabricação nacional.

Miss Aeroclube de Alagoas Glorinha Paiva, em 1963

Procedente de Recife, chegou a Maceió no dia 22 de janeiro de 1943 o avião de treinamento “Rosa da Fonseca”, uma doação da colônia israelita de Pernambuco. O aparelho veio pilotado por Gaspar Ferrari.

No dia 7 de maio de 1943 é batizado no Rio de Janeiro o avião “Conde de Avelar”, uma doação para o Aeroclube de Alagoas do Centro do Comércio do Café do Rio de Janeiro.

Foi batizado no Calabouço, Rio de Janeiro, o avião “Bráulio Cavalcante”. A solenidade aconteceu no dia 28 de julho de 1943 e contou a presença do seu paraninfo, brigadeiro Ajalmar Mascarenhas e do senador Salgado Filho. O avião foi doado ao Aeroclube de Alagoas.

No dia 12 de outubro de 1943 o Jornal de Alagoas inicia uma campanha para a aquisição de um avião de treinamento que seria homenageado com o nome de Itapagé. A campanha tinha o seguinte mote: Itapagé, símbolo da vingança. Era uma referência ao navio torpedeado por submarino alemão na costa alagoana.

Como informa O Jornal, do Rio de Janeiro, no dia 23 de fevereiro de 1947 foram entregues vários aviões leves de treinamento, entre eles o “Viveiros de Castro” em homenagem a um grande criminalista brasileiro. O aparelho foi doado ao Aeroclube de Alagoas e o padrinho de batismo foi Oscar Stevenson, um renomado professor de Direito que foi deputado federal pelo Partido Constitucionalista de São Paulo em 1934.

O Diário de Pernambuco de 26 de outubro de 1947 registra a presença em Recife de uma delegação do Aeroclube de Alagoas para convidar o congênere local para a cerimônia de batismo do avião “Tenente Pedro Aurélio de Góis Monteiro Filho”. Os alagoanos José Moreira, que pilotou o avião, e Osvaldo Costa, tesoureiro do clube alagoano, chegaram à capital pernambucana a bordo de um ”Paulistinha”.

Parte de um lote de 80 aviões “Piper” que foram doados aos Aeroclubes do país, o “São Francisco” foi destinado ao Aeroclube de Alagoas. A solenidade de entrega foi no dia 12 de agosto de 1951, em Manguinhos, Rio de Janeiro. O detalhe é que cada avião recebeu nome de um rio e foi batizado com a água do seu “padrinho”.

Em março de 1970, o Aeroclube de Alagoas compra da Piper Aircraft Corporation duas aeronaves de treinamento modelo Cherokee 140.

Instrutores e pilotos do Aeroclube

Construção do Aeroclube do Tabuleiro em 1969

A primeira turma formada em Maceió tinha nove aviadores que foram certificados pelo Aeroclube em 28 dezembro de 1942. A turma “Tenente Pedro Aureliano de Góes Monteiro” era composta pelos seguintes pilotos: Lourival de Mello Motta, Aloísio Freitas Melro, Jacques Mesquita, Itamar da Rocha Barros, Geraldo Brasileiro Galvão, Gaspar Fernando, Paulo Monteiro, Vital Augusto Filho e Joinvile Maux.

Não há informações sobre os custos destes cursos, mas o jornal A Manhã de 29 de janeiro de 1943 dá uma pista sobre o assunto ao informar que a colônia israelita de Maceió ofereceu um cheque de 1.200 cruzeiros destinados à formação de um “piloto pobre” escolhido pelo governo do Estado. O interventor Ismar de Góes Monteiro decidiu que o candidato fosse o aluno do Colégio Alagoano melhor classificado no ano anterior.

Em março de 1943 o jornal A Notícia divulga que o Aeroclube de Alagoas já tinha formado mais de 20 pilotos e que o último deles foi o cidadão inglês Charles Henry Whitmer.

No dia 17 de julho de 1943 houve a entrega dos brevets dos 20 novos pilotos do Aeroclube de Maceió. As inscrições para essa segunda turma ocorreram em março. Os paraninfos foram o interventor Ismar de Góes Monteiro e o brigadeiro do ar Guedes Muniz. Neste mesmo dia, o presidente do Aeroclube mostrou aos visitantes a construção do novo campo de pouso e lançou a pedra fundamental do hangar

Em setembro de 1943, o bispo de Penedo, dom Fernando Gomes, anunciou que pretendia ingressar na Escola de Pilotagem do Aeroclube. Era o bispo mais novo do Brasil e seria o primeiro padre a pilotar. O fato atraiu a tenção da imprensa e um repórter dos Diários Associados foi a Penedo entrevistar o futuro “padre voador”. D. Fernando confirmou sua pretensão e disse que “voar é uma predestinação histórica dos brasileiros”.

Ainda em setembro de 1943, o Aeroclube fez o batismo de óleo na primeira alagoana a se habilitar em cursos daquela instituição. A jovem Sinai Mesquita era filha do piloto Jaques Mesquita.

Hangar do Aeroporto Costa Rego da Air France no Tabuleiro

Na segunda quinzena de janeiro de 1944, foi brevetada a terceira turma de pilotos do Aeroclube com 21 alunos. Nessa data, 46 aviadores já tinham sido formados pelo Aeroclube.

Em abril de 1944, quinze novos pilotos receberam brevet no Aeroclube. Era a “Turma Brigadeiro Eduardo Gomes”, uma homenagem ao comandante da 2ª Zona Aérea. Na solenidade também foi inaugurado o hangar “Rocha Cavalcanti”, construído durante a gestão do presidente coronel Xavier Oliveira.

Em agosto de 1944, nova turma foi brevetada. Era formada pelos pilotos Aluísio Barbosa de Souza, Amaury de Medeiros Lages, José Pinto de Miranda, José Geraldo Prata e Olímpio de Pessoa Arruda. Em novembro deste mesmo ano, mais 18 aviadores receberam brevet.

No final de dezembro de 1946, o Aeroclube brevetou mais uma turma de pilotos. Foram examinados pelos segundos tenentes aviadores Ely Silveira e Geraldo de Queiroz e pelo aspirante a oficial aviador Augusto Eugenio Vilani Côrtes, enviados pelo comando da 2ª Zona Aérea. Dos 14 candidatos, somente um foi reprovado.

Pilotos do Aeroclube de Alagoas comemoram a Semana da ASA em 1953

De 1966 a 1980, o Aeroclube teve como instrutor o comandante Lessa. José Augusto Barcellos Lessa de Azevedo era filho de João Lessa de Azevedo, médico que foi aluno da primeira turma de pilotos, mas que não chegou a ser brevetado. João Lessa de Azevedo (neto) também segue a tradição da família e continua ativo como piloto do Aeroclube de Alagoas.

Em comentário sobre essa pesquisa, o piloto comercial Ubiratan Rocha, recebeu aulas no Aeroclube de Alagoas entre 1989 e 1991, solicita o reconhecimento do instrutor Comandante Márcio Rodrigues, responsável pela formação de gerações de pilotos e o identifica como o instrutor que mais tempo e merecedor de destaque, sobretudo, por sua didática e habilidade de voar.

“Sua perícia, inegável, salvou a vida de um aviador e impediu a perda de uma aeronave em uma emergência que seria catastrófica. Poucos instrutores seriam talvez, capazes de tamanha proeza para conseguir não só voar e ainda pousar com uma superfície de voo danificada”. Ubiratan Rocha lembra ainda que a vasta cultura e as habilidades do Comandante Márcio Rodrigues levaram a muitos comandantes da aviação comercial de Linhas Aéreas questionarem porque ele não alçou carreira na aviação comercial nas grandes empresas aéreas internacionais. “A resposta deve está, por certo, no seu altruísmo como educador”, explica.

Ubiratan cita Márcio Rodrigues, os mecânicos Ferreira e Bil, e os filhos do senhor “Galego” como “protagonistas de uma época que não poderiam estar ausentes desse registro histórico dado suas contribuições longevas, sem as quais o ACA não seria referência no Nordeste na formação de pilotos notadamente das décadas 80 em diante”.

Acidentes

No dia 22 de agosto de 1943, um avião do Aeroclube de Alagoas pilotado pelo bispo de Penedo, dom Fernando Lima, o famoso “padre voador”, fez pouso forçado em arrozal próximo ao Engenho Independência em Pernambuco. O religioso voava para Patos na Paraíba e seguiu até Recife sobrevoando a via férrea, mas errou o trajeto em uma bifurcação em Carpina. Reconhecendo que estava perdido e sem combustível, dom Fernando Lima preferiu fazer o pouso no arrozal do engenho.

Atual campo de pouso do Aeroclube de Alagoas

Em julho do mesmo ano, dois aviões do Aeroclube de Alagoas escoltaram até Palmeira dos Índios o avião do general Newton Cavalcanti, que retornava a Recife após vir a Maceió e ordenar a prisão dos revoltosos da “Intentona de 35”. Os aviões pilotados por Mello Motta e Jacques Mesquita, quando voltavam para Maceió, perderam o rumo e também seguiram em direção ao estado de Pernambuco. Por falta de combustível, fizeram aterrissagem forçada no município de Pedra do Buíque.

Mello Motta, que em Alagoas dirigia a Defesa Passiva, ao narrar a aventura disse que durante o pouso os camponeses locais, que viviam assustados com a possibilidade de invasão das tropas alemãs, se armaram e cercaram a fazenda pensando se tratar de aviões inimigos.

No dia 7 de setembro de 1945, o Diário de Notícias publicou nota informando a morte de “duas conhecidas figuras da sociedade local” em acidente aéreo. O “Teco-Teco” vinha de Santana do Ipanema para Maceió e tentou pouso forçado no “antigo campo da Air France nas proximidades de Maceió, o aparelho chocou-se com uma árvore, incendiando-se”. Morreram o instrutor do Aeroclube Rosalvo Prata e o passageiro Pedro Barreto Falcão, que era líder do PSD e diretor geral do Departamento das Municipalidades e Assistência ao Cooperativismo no Estado de Alagoas.

O campo da Air France mencionado na reportagem era o antigo aeroporto Costa Rego, que foi utilizado provisoriamente pelo Aeroclube no início dos anos de 1940.

Turma formada em 1978, em pé o Instrutor Comandante Galindo e o Checador Maj. Silva Pinto, agachados Comandantes Maron, Luiz Augusto, José Carlos, Lessa (Neto) e Hélder Gazzaneo

Em 16 de abril de 1946, o Diário de Pernambuco informou que o ministro da Aeronáutica autorizou a reabertura das escolas de pilotagem do Aeroclube de Alagoas. Elas tinham sido fechadas com o objetivo de apurar as causas dos constantes desastres ocorridos com aviões de treinamento em todo o Brasil.

O avião de treinamento HBL “Paulistinha” caiu no dia 10 de setembro de 1947 em um brejo na Fazenda Canastra, em São José da Laje. No desastre faleceu o piloto Leonardo Cerqueira Lins, acadêmico de Direito de 20 anos de idade e 700 horas de voo. O passageiro, engenheiro civil Flávio da Rocha, saiu com vida, embora muito ferido.

No dia 13 de maio de 1948, o bimotor da FAB pilotado pelo tenente Geraldo Gomes, procedente de Recife, teve dificuldade em localizar o aeroporto por causa das chuvas fortes, mas conseguiu fazer um pouso forçado no Aeroclube de Alagoas, no alto de Jacutinga. Quebrou o trem de pouso e as duas hélices, mas os passageiros e tripulantes nada sofreram.

Velho Cmt. Lessa dando partida no PT 19 Fairchild em 1953 no Aeroclube de Alagoas

A Tribuna da Imprensa do dia 3 de julho de 1951 informa sobre um desastre de aviação em Recife, quando “o aparelho prefixo PP-GGJ, da frota do Aeroclube de Maceió, pilotado pelo instrutor Milton Pais, após fazer evoluções sobre a pista do campo de “Encanta-Moça”, entrou em panne, indo enterrar-se no mangue próximo. Além do instrutor, viajava o mecânico Célio Albuquerque, os quais foram retirados do aparelho sinistrado e conduzidos ao Hospital da Aeronáutica, constatando-se haverem sofrido contusões graves”.

O jornal carioca Imprensa Popular registrou no dia 24 de outubro de 1951 que “um avião do Aeroclube de Alagoas tocou com uma das asas no mar e caiu, em frente à Praia da Pajuçara. Os tripulantes, Meusse Ferreira Pinto e José Simone Neto foram salvos por pescadores. Apresentavam apenas ligeiros ferimentos”.

No dia 6 de dezembro de 1955, o “teco-teco” de prefixo PP-HGU do Aeroclube de Alagoas caiu na Serra D’Água, município de Camaragibe e provocou a morte do piloto Cleto de Miranda e do passageiro Humberto de Farias.

No dia 11 de abril de 1958, o avião North American T-6 da FAB, da Base Aérea de Pernambuco, pilotado pelo 1º tenente aviador Edilson Lopes Pinheiro e transportando o major de engenharia Fernando Retumba Carneiro Monteiro, do quadro de paraquedistas do Exército, caiu sobre uma casa na Rua Clementino do Monte, no Farol, alto de Maceió.

O acidente ocorreu às 13h30, quando a aeronave viajava de Maceió para Recife. Provocou a morte dos seus dois tripulantes.

O Major Retumba, que foi um dos pioneiros no paraquedismo militar no Brasil, estava em Maceió assessorando o interventor federal, general Armando de Morais Ancora. Alagoas vivia momentos conturbados após o tiroteio na Assembleia Legislativa em 13 de setembro de 1957, durante a tentativa de impeachment de Muniz Falcão.

O velho comandante Lessa no comando do PT 19 FAIRCHILD em 1953

Nos anos 60, um acidente no aeródromo da Mangabeiras chocou Alagoas. Um piloto resolveu voar utilizando gasolina automotiva e convidou um adolescente que perambulava pelo Aeroclube para acompanhá-lo. Ainda nos primeiros movimentos de decolagem, o avião perdeu forças e caiu. A hélice se partiu e um pedaço foi arremessado em direção à cabine do piloto atingindo o jovem passageiro, decepando sua cabeça. O piloto conseguiu sair vivo.

O acidente com maior número de vítimas ocorrido em Alagoas ocorreu na madrugada do dia 31 de julho de 1962, quando o avião Netuno C-15 nº 7001 da Força Aérea Brasileira, que fazia voo de treinamento, se chocou contra uma formação rochosa na Fazenda Ubaia, no município alagoano de Chã Preta.

Viajavam de Recife para Salvador e, segundo testemunhas, voavam muito baixo procurando um local para pouso de emergência.

A explosão do aparelho foi ouvida a longa distância. Faleceram no local o coronel aviador Clóvis Neiva de Nogueira (comandante da aeronave), os capitães Orlando Antônio de Melo e José Carvalho Pinto, e os sargentos Raimundo Lopes Freire, Jorge Devanir Zappe, Harley Gioseffi Guimarães, Valdir Hermínio Gomes, Euler Rodrigues Guimarães e Pedro Gonçalves Cruz.

Em março de 1972, o avião prefixo PP-HBT do Aeroclube de Maceió, que estava cedido ao Aeroclube da Paraíba, caiu em João Pessoa matando o engenheiro paraibano Sérgio Leal de Almeida. O avião tinha 20 anos de fabricação.

Em fevereiro de 1980, um Boeing 737 da VASP quase pousa por engano na pista do Aeroclube de Maceió. No último instante arremeteu a tempo graças aos sinais do gerente do Aeroclube, Itagibá Luiz Correia. No ano anterior, outro jato de passageiros da Transbrasil chegou a tocar o solo depois de confundir esta pequena pista com a do então Aeroporto Campo dos Palmares, que fica próximo.

Crise

Exibição de voo rasante em comemoração da Semana da ASA no inicio da década de 70

O Diário da Noite de 17 de março de 1959, em matéria de primeira página com o título “De Asas quebradas os Aeroclubes do Brasil”, revela a situação falimentar destas instituições em todo o país, registrando que o único instrutor do clube em Volta Redonda era Luiz Domingos Alves, que “veio de Alagoas, porque o aeroclube de Maceió já deu prego”. Ele trabalhou em Maceió, mas o Aeroclube fechou as portas.

O instrutor avaliou assim a crise dos aeroclubes: “Vi aeroclubes nascerem e crescerem, instrui muito menino, dei brevet a muita gente. Nunca pensei que tudo caminhasse para trás, conforme tem acontecido. Maceió dá pena. Quando a escola fechou foi como um dia de finados. No último voo, a rapaziada chorou. Depois houve a despedida em silêncio. No Recife, também dá tristeza ver as pistas quase desertas. Aqui em Volta Redonda, vamos sobrevivendo, mas não sei até quando…”.

Defesa da costa

Treinamento de pouso de precisão no início da década de 70

No dia 26 de setembro de 1943 foi torpedeado na costa alagoana o navio Itapagé por um submarino alemão. O Aeroclube possibilitou a chegada ao local de autoridade e médicos, incluindo o comandante da Força Policial, coronel Xavier de Oliveira, também aviador do clube.

Em janeiro de 1944, o instrutor do Aeroclube Rosalvo Prado propôs que o patrulhamento do litoral fosse feito por pilotos civis, precisando para isso somente da adaptação de aparelhos de rádios nos aviões. Ele avaliava que isso iria liberar os pilotos militares para outras missões mais importantes.

Essa mesma proposta também foi defendida nos jornais da época pelo engenheiro e aviador Aloísio Freitas Melro, um dos diretores do Aeroclube. Acrescentou, entretanto, que “uma grande crise de aviões dificulta essa patriótica tarefa”.

O capitão Mário Lima, diretor técnico do Aeroclube, também apoiou a ideia e disse que se houvesse aviões de treinamentos mais avançados e suficientes, não faltariam pilotos.

Turma de Pilotos do Aeroclube de Alagoas em 1951

A mobilização da sociedade civil era coordenada pela Defesa Passiva Antiaérea, ligada ao Ministério da Justiça e que em Alagoas tinha como assistente geral o dr. Lourival Melo Mota. Sua tarefa era preparar a população para possíveis ataques aéreos. Vários exercícios de blackout foram realizados em Maceió para esse fim.

Sobre o papel do Aeroclube no esforço de guerra, Mário Lima assim se refere: “Também foi de se destacar a cívica labuta do Aeroclube de Maceió, então sob a presidência do inesquecível Aloísio Freitas Melro. Seus ‘tecos-tecos’ prestaram assinalados serviços, ora em transportes de urgência, ora cooperando nos exercícios da tropa e até auxiliando a cobertura de comboios ao longo do litoral. Seu extraordinário piloto-chefe, o saudoso Rosalvo Prata, mostrava-se sempre solicito e até orgulhoso dessas missões extraordinárias”.

Mesmo depois da guerra, o clima de vigilância permanecia. Em 10 de agosto de 1961, o jornal carioca Luta Democrática publica em sua primeira página matéria informando que um submarino foi avistado na costa alagoana por um instrutor do Aeroclube de Maceió. “O piloto Geraldo Cerqueira comunicou que voava a 150 metros de altura, regressando de Penedo, com boa visibilidade sobre o horizonte e o mar. O submarino submergiu logo que notou a presença do avião”. Foi visto navegando ao largo do litoral entre um ponto a cerca de 2 milhas a NE de Coruripe e a praia de Lagoa Azeda.

Multas

Em setembro de 1955, o Aeroclube de Alagoas foi multado pela Direção Geral de Aeronáutica Civil em Cr$ 500,00 por ter autorizado voo com aeronave com vistoria vencida.

Em fevereiro de 1956, a Direção Geral de Aeronáutica Civil cobra a comprovação do pagamento de outra multa, esta no valor de Cr$ 5.000,00 por ter sido verificada a exploração de táxi aéreo pela entidade.

Escola de Pilotos

Aeroporto Costa Rego da Air France em 30 de maio de 1928

Em fevereiro de 2015, após passar quatro anos sem oferecer o curso teórico de pilotagem, o Aeroclube de Alagoas reativou o seu o curso preparatório de piloto civil. A paralisação das atividades da escola se deu para adequação das exigências da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC).

Mantendo a tradição iniciada em 28 dezembro de 1942, quando formou a primeira turma em Maceió, o Aeroclube de Alagoas tem atraído muitos jovens para os diversos cursos ligados a aviação, um mercado de trabalho que se amplia no Brasil.

Com homologação da ANAC e a duração de quatro meses, o curso teórico de pilotagem tem professores qualificados e qualidade compatível com as grandes escolas do país, explicou Rodrigo Calheiros, piloto e dirigente do Aeroclube.

A seleção para o curso prático de pilotagem é realizada por meio de prova teórica na ANAC e exames físicos e de saúde. O caminho para a formação passa pelo curso teórico, seguido das aulas práticas até o voo de check, para a obtenção da licença de piloto privado. Em outra etapa vem a licença para piloto comercial.

O Aeroclube de Alagoas oferece hoje cursos de Piloto Privado, Piloto Comercial, Instrutor de Voo e Regras de Voo por Instrumentos ou IFR (do inglês Instrument Flight Rules).

32 Comments on Aeroclube e a história da aviação alagoana

  1. José Aldo Buarque de Mendonça // 23 de janeiro de 2017 em 15:35 //

    Muito bom os relatos sobre a aviação em Alagoas; realmente uma história formada por notáveis acontecimentos. Quero, entretanto, nesta oportunidade saber na parte referente aos desastres com aviões em solo alagoano, que hão foi aqui citado, uma queda de um pequeno avião na rua lateral do atual Tribunal de Contas de Alagoas, parece-me que foi na Rua Clementino Leite, se não me engano e ocorreu nos anos 60. Poderia verificar este fato, pois o avião incendiou-se e morreram o piloto e outro ocupante. No mais informo que meu filho Aldo Junior é piloto civil formado pelo Aeroclube daqui e foi preparado pelo Comandante Marcio, final anos 90 e início/2000. PAZ e BEM.

  2. Caro José Aldo, vamos procurar informações sobre esse acidente que você relata e publicaremos em seguida. Agradecemos pela informação.

  3. Quais são as fontes dessas informações do aeroclube de Jatiúca? Preciso para um trabalho científico.
    Obrigado.

  4. Oswaldo Augusto Leitão // 24 de janeiro de 2017 em 22:23 //

    Excelente matéria . ..

  5. Golbery Lessa // 25 de janeiro de 2017 em 09:50 //

    Há uma versão romanceada do acidente com Rosalvo Prata, em 1945, no livro Estrada dos Passos Perdidos, de Cyro Rocha. No livro, se diz que Rosalvo Prata teria uma pequena empresa de táxi aéreo e uma pista particular. Talvez seja a mesma empresa de Nilson Tenório, citada no seu texto. No livo Um Anjo Americano, de Luiz Gutemberg, há uma descrição detalhada sobre a ação dos blimps, dirigíveis do exército norte-americano, em Alagoas, durante a Segunda Guerra.
    Abraço fraterno.
    Golbery Lessa

  6. O testemunho de pilotos do Aeroclube e jornais da época.

  7. Luiz Carlos Nobre Lages // 25 de janeiro de 2017 em 16:01 //

    Fiquei super contente com sua reportagem sobre o Aeroclube de Alagoas, meu pai (Amaury de Medeiros Lages) foi formado na turma de 1944 como piloto privado quando era no bairro da mangabeiras e eu em 1983 já no bairro do tabuleiro.

  8. Parabéns pelo relato, muito bom mesmo. quero informar que esse desastre com aviões em solo alagoano, que foi citado por José Aldo Buarque de Mendonça, uma queda de um pequeno avião na rua lateral do atual Tribunal de Contas de Alagoas, parece-me que foi na Rua Clementino Leite, se não me engano e ocorreu nos anos 60. O avião incendiou-se e morreram o piloto e outro ocupante. aconteceu sim eu era criança na época do ocorrido acidente, lembro que fui ver e vi um corpo carbonizado. gostaria que fosse investigado e publicado por vocês.

  9. Marcos Antonio Frolini // 26 de janeiro de 2017 em 18:53 //

    Caro amigo e ex companheiro do ar, das águas e meio ambiente Lessa… Excelente sua pesquisa e testemunho! Abraços meu nego!

  10. Valdecy, já estamos pesquisando sobre o acidente relatado. Obrigado pela indicação.

  11. Robenilda lessa wanderley // 31 de janeiro de 2017 em 22:08 //

    Fiquei super emocionada com sua reportagem sobre aviação em Alagoas…mas ainda por ter meu pai Roberto Wanderley e Gustavo Wanderley fazendo parte dessa história da aviação em Alagoas…mt obrigada.

  12. Luiz Carlos Nobre Lages // 1 de fevereiro de 2017 em 07:40 //

    Bom dia, só efetuando uma correção, o Amauri de Medeiros na turma de 1944 é Amaury de Medeiros Lages.
    Obrigado

  13. Já efetuamos a correção. Obrigado pela contribuição.

  14. Na parte que relata acidentes, teve um muito comentado que foi o avião que caiu e pegou fogo matantando os tripulantes na área do farol, hoje conhecida como a Clementino do monte.. podem rever esse detalhe.

  15. Tive o prazer de trabalhar na Shell Aviation e conhecer vários pilotos do aeroclube de Alagoas, destaque para o comandante Mário, instrutor, Maron e Comandante Bandeira

  16. ROBERTO THEODOSIO BRANDÃO // 30 de setembro de 2017 em 19:30 //

    O AVIÃO QUE CAIU NA RUA CLEMENTINO DO MONTE NO BAIRRO DO FAROL MACEIÓ ERA UM NORTH AMERICAN – NA T 6 DA FORÇA AÉREA BRASILEIRA. FUI AO LOCAL VER A TRAGÉDIA. LEM-
    BRO NITÍDAMENTE E ISSO OCORREU NOS ANOS 50.

  17. RAFHAEL SAMPAIO // 20 de janeiro de 2018 em 17:55 //

    olá, excelente matéria, parabéns!
    Poderiam me informar se esse Rosalvo Prata era Cearense?

  18. Robson Medina // 19 de fevereiro de 2018 em 00:56 //

    Robson Medina
    Excelente reportagem Histórica para Aviação Brasileira (Aeroclub de Alagoas, cujo o meu sogro Gustavo Wanderley, fez parte desta História turma de 1951). Show de Reportagem!!!

  19. Heitor Pinho de Alencar // 17 de abril de 2018 em 21:00 //

    Na reportagem o O Diário de Pernambuco registra em sua edição de 27 de maio de 1942 que o aviador Hélio Seixas de Alencar foi ao Rio de Janeiro buscar três aviões doados ao Aeroclube de Alagoas.(Meu Pai)
    O primeiro avião levado para o Aeroclube de João Pessoa foi ele quem levou.
    Não encontro, mais nenhum relato sobre ele que também foi piloto dos Aviões Catalinas no Para, que o Breve Internacional era o de nº 13, e tantas outras histórias em que ele nos contava.

  20. SUED CASTRO LIMA // 16 de julho de 2018 em 20:58 //

    Somente uma pergunta. Houve aí no Aeroclube de Alagoas um presidente, ou talvez somente sócio, que era brigadeiro reformado? Salvo engano seu nome seria Barbosa.

  21. Luiz Carlos de Albuquerque // 9 de outubro de 2018 em 13:32 //

    Parabens por trazer a luz a historia da aviação em Alagoas e do Aeroclube . Tive a honra de sai PP em 1986 e PC em 1989 no ACA . Meu Instrutor foi Cmte Marcio Rodrigues, Grande Comando. Orgulho de fazer parte dessa História.

  22. Boa noite poderia me informar se o comandante Márcio chama se Márcio R. De Melo?

  23. Rodrigo Calheiros citado como dirigente do aeroclube, por ventura é o mesmo Rodrigo que conheci desde garotinho filho do Djalma e Tânia Calheiros? Será?

  24. Fiquei fascinado ….parabéns..
    Gostaria de saber se alguém dessa época lembra de um nome da aviação chamado Talvanes Augusto de Barros? Irmão do padre Teófanes ?

  25. Ouvia falar esse nome.Quem sabe mesmo eh meu sobrinho que eh instrutor de voo do Aeroclub : Marcio Ricardo Rodrigues de Melo.

  26. LUIZ CARLOS NOBRE LAGES // 18 de junho de 2019 em 10:07 //

    Bom dia, tenho umas 1 foto de pilotos da época no aeroclube da Mangabeiras, qual seu email?

  27. LUIZ CARLOS NOBRE LAGES // 18 de junho de 2019 em 10:14 //

    Fiquei na duvida se deixei meu email: luiz.lages@uol.com.br

  28. Edmilson Moreira // 20 de maio de 2020 em 21:59 //

    Fui aluno do ACA entre 93 e 94, fui aluno dos instrutores Márcio Rodrigues e Marcos Palazine, fui amigo do saudoso Jamiso Rosa, naquela época os comandantes que mais se destacavam e eram motivo de nossa inspiração, eram, Flávio Mutreta, Ricardo Bequilha, Luis Augusto (cunhado do Márcio), Maron, Luis Cláudio, Gevaldo filho do comandante Geraldo e irmão do Geovane. Da minha época que tenho notícias e que seguiu carreira e que está na executiva, tem o comandante Élcio filho do comandante Edmilson. Nos anos noventa o ACA, apesar de todas dificuldades que passavam os aeroclube, tinha uma vida muito ativa, o PAULISTINHA PP HPS e o saudoso PA 28 PT KLO, praticamente não paravam de voar, até porque, eram muito bem tratados pelos também saudosos Ferreira e Bil. Tenho muita saudades desta época. Parabéns pela otima matéria!

  29. Ubiratan Rocha // 9 de setembro de 2022 em 07:39 //

    Parabéns pelo registro histórico.

    Em 28 de Novembro de 1988 eu ingressava no Aeroclube de Alagoas.
    Segui minha formação em parte de 89 e 91.
    O grande e inesquecível Cmte. Márcio Rodrigues, instrutor do Aeroclube, e que formou gerações de pilotos, certamente merece lugar ímpar na história desta entidade.
    E se justifica não só por ser o instrutor que mais tempo se dedicou a atividade de formar aviadores mas sobretudo pela didática e habilidade de voar indiscutivelmente destacado de qualquer um outro instrutor que conheci nestes meus 33 anos de aviação comercial.
    Márcio Rodrigues sempre foi mais que um instrutor. É um educador , um Professor.
    Sua perícia, inegável ,- e tem honraria sobre isto, salvou a vida de um aviador e da perda de uma aeronave em uma emergência que seria catastrófica. Poucos instrutores seriam talvez, capazes de tamanha proeza para conseguir não só voar e ainda pousar com uma superfície de voo danificada.
    São inúmeras histórias do Cmte. Márcio Rodrigues que até hoje levam muitos comandantes da aviação comercial de Linhas Aéreas questionarem porque o Márcio com sua vasta cultura , formação e capacidade de comunicação não alçou carreira na aviação comercial nas grandes empresas aéreas internacionais.
    A resposta deve está, por certo, no seu altruísmo como educador.
    O belíssimo registro histórico não poderia ficar completo sem a citação e participação desse e de outros grandes profissionais que fizeram o ACA brilhar e continuar desde os idos da década de 80 até pouco tempo atrás.
    Cmte. Márcio Rodrigues, Mecânicos Ferreira e Bil. além dos filhos do Senhor “Galego” ,são protagonistas de uma época que não poderiam estar ausentes desse registro histórico dado suas contribuições longevas sem os quais o ACA não seria referência no Nordeste na formação de pilotos notadamente das décadas 80 em diante.
    Ao Cmte. Marcio Rodrigues cuja atuação brilhante nas últimas décadas se confunde com o objeto do ACA , minha sincera e humilde contribuição a este incansável Professor e, para mim, ícone na formação de muitos aviadores porque fazia o que amava e com amor ao que se dedicou, para alegria e realização de muitas jovens e sonhadores ícaro.

  30. Caro Ubiratan Rocha, acolhemos sua indicação e levamos para o texto suas falas e informações. Somos gratos por sua contribuição.

  31. Bebeto Melro // 15 de setembro de 2022 em 11:36 //

    Muito bom! Pude acompanhar um pouco das aventuras do meu avô (Carlos Fortes Melro) e bisavô (Aloísio Freitas Melro)

Deixe um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*