A oração do escravo fugido

Valdemar Cavalcanti, Graciliano Ramos, Aloísio Branco, Rachel de Queiroz e seu marido José Auto em Maceió, 1934. Fotografados por José Lins do Rego
Aloísio Machado Bezerra Branco, na vida literária, Aloísio Branco, nasceu em São Luiz do Quitunde, a 6 de janeiro de 1909 e morreu em Maceió, a 4 de fevereiro de 1937

Aloísio Machado Bezerra Branco, na vida literária, Aloísio Branco, nasceu em São Luiz do Quitunde, a 6 de janeiro de 1909 e morreu em Maceió, a 4 de fevereiro de 1937

Aloísio Branco

I

Eu quero saber, São Benedito,
pra que banda fica Loanda.
Me diga o caminho, São Benedito,
e eu juro que te rezo um bom bendito.
Olha que até a noite,
escura que nem a gente,
já foi boa pra mim que só mãe.
Me diga o caminho, São Benedito,
me diga o caminho,
senão eu volto agorinha pro engenho
e digo a Yoyô
que tu também sois negro fujão.

II

Eu quero saber São Benedito
Pra que banda fica Loanda.
Me diga o caminho São Benedito
Senão volto agorinha pro engenho
E digo ao Yoyô
Que tu também é negro fujão.

 

*Oração do escravo fugido foi escrito em 1928, quando Aloísio Branco tinha 19 anos.

**Publicado na revista Alagoas Mensário Ilustrado de setembro de 1938.

Deixe um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*