A história do rádio em Alagoas

Palco da Difusora com o Elenco do Rádio Teatro em 1949. Florêncio Teixeira, Sinai Mesquita (filha de Jaques Mesquita), Ezequias Alves, Altair Costa, Jair Amaral, Silvia Lorene (ou Aydete Vianna, ao centro de blusa preta), Eunice Pontes, Reinaldo Costa (violão), Lima Filho (diretor do Rádio Teatro), Haroldo Miranda (controlista), C. Cavalcante, Jesualdo Ribeiro e Rosalvo Lima e Aldemar Paiva

Primeiras experiências

A iniciativa pioneira do rádio em Alagoas aconteceu em 1925, quando Mário Marroquim, que viria a ser o primeiro Diretor Geral da Rádio Difusora, e um grupo de idealistas alagoanos instalaram a primeira emissora em Maceió – Rádio Clube de Alagoas. Como ninguém queria investir num negócio duvidoso, o empreendimento durou pouco tempo.

Mário Marroquim discursa na inauguração da Rádio Difusora

Mário Marroquim discursa na inauguração da Rádio Difusora em 16 de setembro de 1948

Somente em 1933 foi que Alagoas voltou a ter uma rádio.

A ousadia foi dos eletrotécnicos Jacques Mesquita e Luiz Gonzaga, que fizeram funcionar uma pequena emissora, chamada Estação Experimental, na Rua Dois de Dezembro, Centro de Maceió, no primeiro andar da Farmácia Pasteur.

Haroldo Miranda, um dos fundadores da Rádio Difusora, se refere a esta emissora como sendo a Rádio Club de Maceió e relata que utilizava a frequência dos Correios e Telégrafos ilegalmente.

Com a descoberta pelos Correios da rádio clandestina, cessaram as transmissões. Quem fez a denúncia foi o pernambucano Oscar Moreira Pinto. Ela estava provocando interferência em Catende, Pernambuco.

Ainda em 1933, Jorge Sá trouxe para Maceió a novidade do carro de som, um automóvel “OpeI” pintado de azul, com duas cornetas de alto-falante, que divulgava anúncios, músicas e informações de utilidade pública.

Em novembro de 1935, os locutores José Renato e Josué Júnior, e os técnicos Jacques Mesquita, Miguel Correia de Oliveira e Luiz Gonzaga, lançam o CRAF – Centro Regional de Anúncios Falados. Na verdade era um serviço de alto-falantes, que não demorou muito a fechar as portas.

1961 na Rádio Gazeta de Alagoas, o programa Tele Noite apresentado por Arnoldo Chagas, Cláudio Alencar, Luiz Tojal e Roland Benamor

1961 na Rádio Gazeta de Alagoas, o programa Tele Noite apresentado por Arnoldo Chagas, Cláudio Alencar, Luiz Tojal e Roland Benamor

Cláudio Alencar, no seu livro Histórias do Rádio, afirma que “o CRAF foi a grande experiência piloto para aqueles que, em 1948, viriam colocar a Difusora no ar”. Alves Damasceno, em artigo publicado na Revista do Sesquicentenário, em 1967, confirma citando que o CRAF fez surgir para o rádio nomes como os de “Cláudius Jucá, Antônio Paurílio, Zezé de Almeida e outros tantos que mais tarde atuaram na ZY-04, fazendo presente e real o sonho dos precursores”.

Antena da primeira Rádio em Rio Largo

Arnaldo Paiva Filho registra que em Rio Largo, por iniciativa do Comendador Gustavo Paiva, houve uma tentativa de se instalar uma rádio. “A criação de uma estação de rádio em Rio Largo constava dos planos de Gustavo Paiva. A obra pioneira no Estado, localizada no prédio próximo onde remanesce a sua antena pretendia divulgar aos alagoanos a realidade vivida pelos operários das fábricas de tecidos Cachoeira e Progresso. Sua inauguração, em caráter precário, aconteceu no dia 15 de outubro de 1938, por ocasião das festividades comemorativas dos cinquenta anos de fundação da Companhia Alagoana de Fiação e Tecidos“.

Continuou: “De fato, apesar de ter transmitido o evento para todo o território alagoano, o Interventor Federal Osman Loureiro, indicado para governar Alagoas durante o período conhecido por Estado Novo, não permitiu a sua legalização. Acredita-se que o motivo tenha sido a circunstância de Alagoas não possuir na época rádio oficial”.

Em 1942, às 16 horas do dia 18 de agosto, no 1º andar do Quartel da Força Policial do Estado, foi inaugurada a Estação Radiofônica Rosa da Fonseca com a presença dos cantores Ciro Monteiro e Odete Amaral. Tinha o prefixo PYX-1 e transmitia em ondas curtas. Funcionou até setembro daquele ano.

Foi montada graças à iniciativa do tenente do Exército Clóvis Sabóia e destinava-se a promover a Campanha dos Metais, necessária ao esforço de guerra. Seu locutor principal, José de Souza Campos, acadêmico da Faculdade de Direito de Alagoas, contou com a ajuda de Josué Júnior.

Em 1943, com o equipamento do extinto CRAF, foi instalado o Serviço de Alto-Falante de Maceió, cuja central ficava na Rua do Comércio, nº 600, trecho próximo à Praça dos Martírios, onde também funcionava o jornal A Voz do Povo, ligado ao Partido Comunista Brasileiro.

Segundo Medeiros Netto, que foi um destacado deputado federal por Alagoas, essa iniciativa coube ao “arrojado e temerário Antônio de Barros Castro”, que ficou mais conhecido como Castro Filho. Ele percebeu que com a redemocratização haveria espaço para a propaganda política e procurou apoio das autoridades para montar o seu Serviço de Alto-Falante.

O interventor Ismar de Góis Monteiro ficou temeroso diante da possibilidade do Estado Novo sofrer ataques políticos, mas o Diretor de Educação do Estado, padre Medeiros Netto foi convencido pelo radialista dos seus bons propósitos e retirou os entraves para a sua consecução.

O sistema foi instalado com dezesseis bocas de som que eram escutadas na Rua do Comércio, Praça dos Martírios, Av. Moreira Lima e Praça do Mercado, transmitindo anúncios e música popular. O principal anunciante era o Café Afa, mas também divulgava a Casa Funerária Arestor Marques.

Segundo Medeiros Netto, esse empreendimento tornou-se a grande escola que formou os radialistas das décadas seguintes. Ele cita Aldemar Paiva, Setton Neto, Odete Pacheco, Jesualdo Ribeiro e Correia de Oliveira.

Miguel Correia de Oliveira, um dos criadores do Serviço de Alto-Falante e posteriormente diretor Artístico da Difusora. Foto de 1952 na Difusora.

O Serviço de Alto-Falante teve a participação de Miguel Correia de Oliveira também como diretor-gerente e comercial. Esse mesmo locutor depois foi diretor artístico da Rádio Difusora de Alagoas.

Haroldo Miranda deixou registrado que conseguiu transmitir por esta rádio uma partida de futebol diretamente do Mutange utilizando uma linha telefônica surrupiada da Fábrica Alexandria e contando com um amplificador alimentado com energia da Força e Luz, também de forma irregular.

Em 1944, Castro Filho conseguiu com Getúlio Vargas e com o DIP a permissão para funcionar uma rádio em onda curta. Essa pequena estação foi montada aproveitando equipamentos dos restos de um avião B-29, sobra de guerra.

Nos últimos meses de 1945, ainda sob o governo de Ismar de Góis Monteiro, funcionou em Maceió a Estação do Palácio dos Martírios, que explorava a frequência de 32,2 e foi ouvida no dia 27 de setembro de 1945 nos EUA por Alpheu Domingues, que ficou surpreso por lembrar do tempo que morou em Maceió. É provável que seja esta a mesma rádio montada por Castro Filho no ano anterior.

Em artigo publicado no Diário de Pernambuco do dia seguinte, Alpheu Domingues registrou que “na procura de uma emissora do Rio para ouvir-lhe os programas de rádio dou com essas palavras: “Estação do Palácio dos Martírios, na frequência de 32,2, irradiando para Alagoas.”

E continuou: “Apuro a sintonização, com o maior dos interesses, para identificar se a voz nortista daquele “speaker” vinha mesmo direta da praça dos Martírios, em Maceió, e em seguida escuto a voz de um padre que falava sobre o congresso eucarístico, exortando as famílias de Maceió a hospedarem os peregrinos, na falta de cômodos, já todos tomados nos hotéis alagoanos. Detenho-me nessa estação e ouço os ecos da propaganda política para as eleições de 2 de dezembro próximo, e, em seguida, um samba de Ciro Monteiro — “Obrigação”. Tudo isso saído do Palácio dos Martírios“.

E conclui: “Precisamente às 8 horas da noite, ou seja, uma hora a menos nos relógios da capital alagoana, o “speakerencerrava a sua irradiação, despedindo-se dos seus ouvintes com a promessa de voltar no dia seguinte aquela mesma hora”.

A Difusora

Em maio de 1948, atendendo a uma cobrança do seu irmão, o senador e general Pedro Aurélio de Góes Monteiro, o governador de Alagoas, Silvestre Péricles, resolveu montar uma rádio em Alagoas. Chico Marroquim e Góes Ribeiro receberam a incumbência de realizar o projeto.

Silvestre Péricles, de terno branco, na inauguração da Rádio Difusora de Alagoas em 16 de setembro de 1948

Silvestre Péricles, de terno branco, na inauguração da Rádio Difusora de Alagoas em 16 de setembro de 1948

Como estava encontrando muitos obstáculos legais para viabilizar a rádio, Silvestre Péricles resolveu atropelar os impedimentos usando outros recursos. Mobilizou a Polícia para que trouxesse os bicheiros de Alagoas até ele. O principal bicheiro de Alagoas nesta época era Hegessipo Caldas.

Lotou a sala de despachos do Palácio dos Martírios de contraventores e falou para eles: “Preciso instalar uma emissora de rádio em Alagoas, mas os filhos da puta dos deputados estão me negando os recursos. Por isso, preciso que vocês metam a mão no bolso e arranjem a bufunfa”.

Duas semanas depois o dinheiro estava disponível e o governador pôde comprar os mais modernos equipamentos da época. Segundo Alves Damasceno, em artigo de 1967, pouco tempo já estava no no ar uma Rádio “trailler” para experiência da emissora. Esta situação irregular somente foi resolvida cinco anos depois, no governo de Arnon de Mello, através da Lei nº 1.708, de 31 de julho de 1953, que oficializou a Rádio Difusora como autarquia estadual. Operava, então, com um transmissor Philips de 10 Kw e com prefixo ZYO-4.

A primeira música que foi ao ar em Alagoas, por uma rádio, foi ”Nossa canção de Amor”, de Raynou Carvalho. Quem a cantou, e também a executou no piano, foi Maria José de Almeida, a Zezé de Almeida (primeira voz irradiada em Alagoas). Era a Difusora em fase experimental.

O jovem Raynou Carvalho também era cantor. Morava na Rua Barão de Atalaia, nº 236, e foi um dos primeiros contratados após a instalação da emissora. Zezé de Almeida começou sua relação com a Difusora mais de um ano antes dela existir.

Cantora lírica e pianista Zezé de Almeida e o cantor e compositor Raynou Carvalho em 1949. Primeira música executada numa rádio alagoana

É novamente Alves Damasceno quem conta essa história. Começou em janeiro de 1947, quando o poeta e governador Silvestre Péricles de Góis Monteiro havia escrito um Hino ao Trabalhador, mas a composição “não estava em consonância com os engradamentos da partitura”. Alguns músicos já tinham sido convidados a promover a harmonia entre a letra e os instrumentos sem sucesso. Quando o governador não gostava do resultado, o musicista era dispensado.

Zezé de Almeida, jovem e bonita pianista, já com alguma experiência em concertos e festas familiares, foi chamada a encontrar o tom que agradasse a Silvestre Péricles. Foi fácil: baixou um ponto. O mal estava na “altura” das notas. O poeta ficou tão entusiasmado com a solução que levou Zezé de Almeida a ser a primeira artista contratada pelo governo de Alagoas. No mês seguinte, Silvestre já pagava duas páginas com a artista na “Revista Carioca”, que a anunciava como “o Rouxinol das Alagoas”. Foi o primeiro passo para formar o “cast” que inaugurou as emissões no rádio alagoano.

Meses depois, Zezé de Almeida também estreava nas radionovelas como Alda Maria.

Lima Filho, Sabino Romariz, Lima Neto, Elsa Montenegro, Jorge Amorim, Haroldo Miranda e Cláudio Alencar em 1958 na novela O Homem da Casa Vermelha

Lima Filho, Sabino Romariz, Lima Neto, Elsa Montenegro, Jorge Amorim, Haroldo Miranda e Cláudio Alencar em 1958 na novela O Homem da Casa Vermelha

Inaugurada no dia 16 de setembro de 1948, a Rádio Difusora funcionava em um prédio da Rua Pedro Monteiro, 108, antigo Jardim Infantil Ismar de Góes Monteiro, construção que atualmente abriga o Cenarte da Secretaria de Cultura. Ficou conhecida com a Caçula das Américas.

No dia da inauguração, dois cantores famosos participaram da festa: Cauby Peixoto e Paulo Molin. O locutor que primeiro falou na Rádio Difusora foi Jorge Sá. No mesmo dia, as vozes de Odete Pacheco, Jesualdo Ribeiro e Aldemar Paiva também foram ao ar. A orquestra da Rádio era a mesma da Polícia Militar, com o maestro Nicácio à frente.

Cantora Marlene Santos em um show na cidade de Matriz de Camaragibe em 1966, com apresentação de Luiz de Barros e com o cantor Ernani Silva em segundo plano

No dia da estreia, em 16 de setembro de 1948, a ZYO-4 enviou à imprensa um folheto contendo os nomes de todos os seus funcionários:

Direção-geral: Mário Marroquim; Direção Comercial: Francisco Marroquim; Direção Artística: Josué Júnior; Assistente de Direção Artística: Aldemar Paiva; Direção Teatral: Lima Filho. Cantores: Raynou Carvalho, Yasinha Calmon, Zezé de Almeida, Renalva Carvalho, Otávio Braga, Setton Neto, Walter Souza, Terezinha Araújo, Sady Brandão, Homero Malta, Marlene Silva, Ivo Braga, Venir Andrade, Maria Oiticica, Albérico Gomes, Fernando Cavalcante, Castro Filho e Nilda Neves.

Locutores: Jorge Sá, Castro Filho, Odete Pacheco, Osvaldo Braga, Correia de Oliveira, Jesualdo Ribeiro, Alcides Teixeira e Ernande Cavalcante. Radioatores: Lima Filho, Ezequias Alves, Aldemar Paiva, Nilda Neves, Iracema Feijó, Jair Amaral, Florêncio Teixeira, Osvaldo Braga, Jorge Sá, Sinay Mesquita, Georgina Lira, Roberval Pereira e Adávio Camelo.

Conjuntos Musicais: Nicácio e sua Orquestra, Conjunto Serenata, Regional do Juraci e Reinaldo, Banda Feminina de Cachoeira e Banda do 20º Batalhão de Caçadores (Exército). Solistas: Cícero Guanabara, Hercílio Marques, Geraldo Moacir, Nelson Almeida, Eurico Nunes, Juraci Alves, Zezé de Almeida, Reinaldo Costa e José Morais.

Redatores: Lima Filho, Ezequias Alves, Aldemar Paiva, Josué Júnior, Paulo Silveira, Armando Wucherer, Jair Amaral, Eudes Jarbas e Osvaldo Braga. Redatores Comerciais: Castro Filho, Aldemar Paiva e Josué Júnior. Orquestradores: maestros Passinha e Nicácio. Responsável Técnico: Luis Gonzaga. Técnicos Auxiliares: Jacques Mesquita, Luis Vasconcelos, José Calheiros e Juarez Mesquita. Sonotécnicos: Humberto Calheiros e Artur Arcanjo. Contrarregra: Rosalvo Lima.

Pouco tempo depois da inauguração foi ao ar a primeira radionovela da emissora pioneira. Os atores de Pequetita foram selecionados entre os amadores do teatro alagoano.

Em 1952, o diretor artístico da Difusora era Miguel Correia de Oliveira, que também apresentava na rádio o programa “Alvorada Musical“. Substituiu a Aldemar Paiva.

Logo após a sua inauguração, o governador Silvestre Péricles percebeu que a rádio tinha sido montada com recursos “particulares“, portanto não poderia ser uma rádio pública. Era o início de uma tentativa de transferir a Rádio Difusora para pessoas ligadas ao governo. Quem impediu a manobra foi o deputado Mello Motta, que fez uma verdadeira campanha para manter a rádio como uma instituição pública. (Veja AQUI).

Ouça nessa gravação uma das audições, na Difusora, do programa “Tangos, Boleros e Serestas”, Haroldo Miranda entrevistando cantora Ângela Maria. O arquivo digital está hospedado no www.radioemalagoas.com.br:

Rádio Progresso

Cantora Neusa Moreno e radialista Luiz de Barros

Cantora Neusa Moreno e radialista Luiz de Barros

Dez anos após a inauguração da Rádio Difusora, surgiu a Rádio Progresso de Alagoas, ZYL 25, que foi inaugurada no dia 15 de novembro de 1958. Funcionava no 6º andar do Edifício Ary Pitombo, na Praça dos Palmares, Centro de Maceió.

A concessão da Rádio Progresso de Alagoas Ltda foi outorgada através do Portaria MVOP nº 312, de 2 de maio de 1958. Permitia explorar a radiodifusão sonora em onda média na cidade de Maceió, Estado de Alagoas, sem direito de exclusividade.

Esta concessão, durante muito tempo foi identificada como beneficiando o deputado Ary Pitombo.

Mas há registros de que a emissora surgiu também como propriedade do deputado Ortiz Monteiro, então do PTB paulista.

Maria José Cavalcanti de Castro escreveu um texto para o Jornal de Alagoas de 19 de janeiro de 1982 em memória do seu falecido marido, o radialista Castro Filho, que foi quem assumiu a direção-geral da emissora nos primeiros dias de funcionamento, revelando que ele, que estava no Rio de Janeiro, foi chamado para implantar a Rádio Progresso, de propriedade dos deputados Ortiz Monteiro e de Ary Pitombo.

O Jornal do Brasil de 29 de abril de 1959, confirma esta participação do deputado paulista ao noticiar o quase tiroteio entre o senador Silvestre Péricles e ele durante uma sessão conjunta realizada no plenário da Câmara.

“O senador das Alagoas chegou a coçar o seu bem polido 38 cano duplo quando viu o inimigo, que, embora deputado paulista, tem raízes políticas (e uma estação de rádio) em Maceió”, informou o jornal fluminense.

Jesualdo Ribeiro, Wagner Novais, Sabino Romariz e Eraldo Bulhões foram alguns dos seus locutores. O produtor Emanuel Rodrigues também teve passagem por esta emissora, que revelou para o rádio alagoano Arnaldo Chagas e Floracy Cavalcanti.

No início de janeiro de 1959, a Rádio tinha nova direção, formada por Dilermando Nabuco de Melo, diretor gerente; Edécio Lopes, diretor artístico; José Prezado, diretor comercial e Luiz Gonzaga, diretor técnico.

A Progresso não conseguiu se estabilizar e logo passou a viver um período de crise que a levou a ser transferida para os Diários Associados em 29 de maio de 1965.

Odete Pacheco, ao fundo, e Nely Luna com Ascendino ao violão. Programa de calouro da Rádio Difusora

Foi Edécio Lopes, que já tinha uma passagem pela Rádio Difusora, quem recebeu a tarefa de reerguer a empresa em três meses. Ele conseguiu. Permaneceu na rádio por apenas sete meses, de onde saiu para a Rádio Gazeta.

A participação do deputado federal Ary Pitombo na formação da Progresso, deu início ao ciclo de emissoras de rádio de propriedade de políticos em Alagoas.

A partir de 2000 passou a ser a Rádio Milênio AM 1320, de propriedade do deputado federal Givaldo de Sá Gouveia Carimbão.

Foi a primeira emissora de Alagoas a levar a internet para o rádio ao apresentar o Informativo Online, um programa laboratório de estágio do então estudante de jornalismo da UFAL Yvan Fialho.

Esteve no ar no período de janeiro a novembro de 2000 como parte do programa Ministério do Povo, comandado pelo radialista França Moura.

Atualmente é a Rádio Imaculada, sediada em Maceió, operando no dial FM, na frequência 92.3 MHz. Pertence a Associação Milícia da Imaculada, que também mantêm a Rádio Imaculada em São Bernardo do Campo, cidade de São Paulo.

Rádio Gazeta de Alagoas

No dia 2 de outubro de 1960 foi inaugurada a Rádio Gazeta de Alagoas, AM, ZYL-21, um investimento do empresário, político e jornalista Arnon de Mello, que já era proprietário do jornal Gazeta de Alagoas.

O contrato de outorga para a instalação em Maceió de uma estação de radiodifusão de ondas médias e curtas foi assinado no início de setembro de 1958, entre o Ministério da Viação, representado pelo Comandante Lúcio Meira, e a Rádio Gazeta de Alagoas S/A, representada por Ulysses Marinho de Albuquerque. (Diário de Pernambuco de 11 de setembro de 1958).

A famosa Rural da Gazeta e um grupo de radialistas

Rural da Rádio Gazeta com Arnoldo Chagas, Juarez Correia, Ricardo Cerqueira, Arnon Chagas e Eutêmio Baracho

Em outubro de 1960, o Ministério da Viação autorizou a instalação a título precário de um equipamento destinado ao serviço de “linhas” entre o estúdio e transmissor, com potência máxima de 50 watts, operando na frequência 106.1 Mc/s, com antena dirigida.

Também foi permitido a operação de um transmissor de 1 kW, até 15 de janeiro de 1961. Após essa data submeteria ao Ministério a documentação técnica de seu transmissor de 5 kW.

Essa mesma portaria autorizou, também a título precário, a instalação em Maceió de um equipamento destinado a executar o serviço de reportagens externas, com a potência máxima de 60 watts, para transmissores fixos, e 30 watts para transmissores móveis, utilizando a frequência de 164.1 Mc.

Para essas reportagens externas, a empresa adquiriu um automóvel Rural equipado com rádio transmissor de VHF, o que possibilitou a cobertura total dos grandes eventos políticos, policiais e esportivos que ocorriam em Maceió e localidades próximas.

Era o fato sendo relatado no momento que estava ocorrendo, dando maior credibilidade a sua programação noticiosa. Assim, a Rádio Gazeta modificou, em Alagoas, o conceito de rádio AM puramente musical, tornando prioritária a informação e o esporte.

Em janeiro de 1964, a diretoria da Rádio Gazeta era formada por: diretor presidente, José Correia Cavalcanti; diretor secretário, Ulysses Marinho de Albuquerque; e diretor comercial, Theobaldo Vasconcelos Barbosa.

Um dos radialistas que ajudou a construir o perfil da Rádio Gazeta foi o pernambucano Edécio Lopes. Com larga experiência no rádio do seu Estado e com passagem pela Difusora e Progresso em Alagoas, Edécio impôs seu estilo, principalmente ao promover entrevistas históricas com políticos.

“A primeira entrevista que fiz com o senador Arnon de Mello foi uma delícia. Porque até então as entrevistas na emissora eram realizadas por outro locutor, o Luiz Tojal. Um dia o senador chegou com aquele jeito dele e disse, ‘mas Edécio eu tinha tanta vontade de ser entrevistado por você’. ‘Senador, o senhor pode vir quando quiser. Quer vir amanhã ao programa?’. ‘Ah, virei com todo prazer'”.

Continua Edécio: “Ele veio, sentou-se ao meu lado, botou a mão no bolso do paletó, tirou um papel e me entregou. ‘O que é isso aí?’. ‘As perguntas pra você me fazer’. ‘Não senhor! O senhor no Senado Federal o senhor recebe aqueles apartes dos seus adversários e o se sai muito bem. Como é que na sua emissora, um locutor seu funcionário vai ter que saber o que vai perguntar? O senhor me desculpe, mas não vou fazer isso não‘. Machuquei o papel, botei no lixo e mandei passar o som. Ele ficou vermelho. Fiz umas perguntas fortes. Ele saiu sem se despedir de mim. ‘Já sei que minha carreira aqui terminou‘, pensei. À tardinha recebi um telefonema dele. ‘Edécio, que repercussão! Eu nunca dei uma entrevista para ter uma repercussão tão grande quanto esta’. Foi diferente, perguntei o que queria. A partir de então, sempre estava entrevistando o senador”, revelou Edécio Lopes no documentário Estrelas Radiosas dirigido por Pedro Rocha.

A Rádio Gazeta AM deixou de existir no dia 8 de abril de 2019, passando a operar em FM, como a outra emissora da Organização Arnon de Melo, a 98,3 FM.

Rádio Palmares

Inauguração da Rádio Palmares em 18 de agosto de 1962. Foto do Acervo do Colégio Bom Conselho cedidas pelo historiador Elias Romeiro

No dia 8 de fevereiro de 1962, por iniciativa da igreja católica, que resolveu também ter o seu próprio meio de comunicação, surgiu a Rádio Educadora Palmares de Alagoas, instalada ao lado da Catedral Metropolitana de Maceió.

Foi inaugurada no sábado, 18 de agosto de 1962, com a presença do Núncio Apostólico no Brasil, Armando Lombardi, e de várias autoridades locais, entre elas o vice-governador Teotônio Vilela.

Inauguração da Rádio Palmares em 18 de agosto de 1962. Foto do Acervo do Colégio Bom Conselho cedidas pelo historiador Elias Romeiro

Nesta mesma época, também foi implanta pela igreja católica a Rádio Paroquial, localizada no bairro do Vergel do Lago, mais precisamente nas dependências da Casa do Pobre, pertencente ao Arcebispado.

Em 27 de dezembro de 1967, foi criada a Fundação Educadora Palmares de Alagoas, instituição vinculada à Diocese de Maceió e responsável pelo s serviços de rádio.

A Rádio Palmares de Alagoas foi, nos seus últimos dias no ar, a Rádio Jornal AM 710.

Segundo o radialista e jornalista Marcos Guimarães, a Rádio Educadora Palmares, também emitia em onda tropical e seu parque de transmissores ficava na área verde do Colégio Bom Conselho, em Bebedouro.

Até março de 1981, a Rádio era a última em audiência no estado. Dirigida pelo prof. João Azevedo e com chegada do radialista Edécio Lopes naquele mês (abriu mão de cuidar de sua empresa de publicidade e propaganda para administrar a Palmares), a emissora passou a ganhar ouvintes e em seis meses era a mais ouvida.

Com apenas 5 quilowatts, a Rádio foi beneficiada, também, pelas mudanças ocorridas na Rádio Gazeta de Alagoas, que optou pela “Progamação Enlatada” e demitiu a maior parte dos seus radilaistas.

Edvaldo Lopes, filho de Edécio, lembra que dias após assumir a Palmares, a Rádio Gazeta demitiu vários profissionais e foi seu pai quem contratou quase todos para a Rádio que estava assumindo. “O equipamento da Palmares era precário. Meu levou um gravador de rolo, centenas de discos e até o rádio relógio da cabeceira de seu quarto. Foi uma luta enorme, mas os valores humanos falaram mais alto. Eu estava presente quando, alguns meses depois, ele foi informado que a Palmares era primeiro lugar no Ibope. Ele me abraçou, e a todos os presentes, chorando de emoção“, recorda Edvaldo.

No início de setembro desse mesmo ano, a Igreja vendeu por Cr$ 20 milhões, à vista, a Palmares para o deputado José Tavares (Palmares Comunicação Ltda), que imediatamente levou os estúdios da emissora para a Rua Barão José Miguel, imóvel onde José Tavares residiu. Os transmissores saíram de Bebedouro e novos equipamentos foram instalados no bairro da Serraria, sob orientação de Maurício Schermann.

Inauguração da Rádio Palmares em 18 de agosto de 1962. Foto do Acervo do Colégio Bom Conselho cedidas pelo historiador Elias Romeiro

Em julho de 1985, foi adquirida pelo Grupo Edson Queiroz (Sistema Verdes Mares de Comunicação, do Estado do Ceará) e a rádio, que teve Valdemir Rodrigues como diretor-geral, passou a ser dirigida por Margot Montezuma.

Na década de 90, já era propriedade da Igreja Adventista do Sétimo Dia (por meio do Sistema Novo Tempo de Rádio – via satélite).

Na sequência, adotou o nome de Rádio Paraíso, e passou a ser gerida pelo vereador e reverendo João Luiz.

Por último, a concessão foi assumida pelo Sistema Jornal de Comunicação, do empresário e ex-deputado federal João Lyra.

Rádio Correio AM 1200

A rádio que recebeu a outorga do Ministério das Comunicações em  27 de setembro de 1988 era a Rádio Manguaba do Pilar e pertencia a uma irmã do deputado federal Albérico Cordeiro.

Em 1992, quando foram abertos os cursos de Radialismo e Publicidade e Propaganda no Colégio Universitário, mantidos pela Fundação Educacional Jayme de Altavila – FEJAL/CESMAC, surgiu a necessidade da criação de laboratórios de Rádio e Televisão e de uma agência de publicidade modelo e de uma rádio AM para oferecer estágio dos alunos.

A direção da Rádio Manguaba do Pilar foi procurada e parte da sociedade que a mantinha foi transferida para alguns dos diretores da Fejal, considerando que esta fundação não podia, por lei, ser proprietária de uma Rádio.

Como a sede da emissora era no Pilar, mas se desejava desenvolver programas a partir de Maceió, foi criado um estúdio auxiliar na capital. O transmissor foi instalado em Marechal Deodoro. Isso somente foi possível porque Maceió, Pilar e Marechal Deodoro fazem parte de uma mesma região metropolitana, criada quando existe conurbação.

Parte da programação era gerada no Pilar e o restante no estúdio auxiliar em Maceió, que se estabeleceu na Rua Cônego Machado, 917, Farol, onde atualmente está instalada a Reitoria do Centro Universitário Cesmac.

Os transmissores em Marechal Deodoro, ficavam na Rodovia Dr. Ib Gatto Marinho Falcão, atual Campus do Cesmac, próximo à Praia do Francês. Lá, um gerador alimentava os transmissores: um de 10Kw e outro de 1kW.

Quem coordenou a montagem da primeira equipe da rádio foi o então Diretor do Cesmac e do Colégio Universitário, prof. José Damasceno Lima. Era formada por ex-alunos dos cursos de radialismo e publicidade. O Diretor de Programação era o prof. Paulo Cajueiro e o Diretor Administrativo o prof. Carlos Galdino.

A emissora retransmitia ainda, via satélite, programas jornalísticos de cunho nacional da Rede Bandeirantes de Rádio.

Na programação eclética cabia esportes, cultura, jornalismo, musicais, programas religiosos e educacionais. A Santa Missa ia ao ar diariamente, gerada na cidade do Pilar. Era celebrada pelo padre Ernesto Aminthas.

A Rádio Manguaba iniciou suas transmissões, em fase experimental, a partir de julho de 1993. No mês seguinte entrou oficialmente no ar utilizando a frequência 1500 Khz.

Foi a primeira emissora em Maceió totalmente informatizada, com CD players magazine, computadores de última geração, jingles e vinhetas modernos e programação dinâmica. Nesse período chegou a contar com nomes de relevo da radiofonia, a exemplo do radialista Edécio Lopes.

Em 1995, a rádio estabeleceu parceria com os proprietários do O Jornal, impresso criado no ano anterior por iniciativa dos empresários Nazário Ramos Pimentel e Luiz Carlos Barreto Goes. Não demorou muito e estes proprietários receberam a Rádio em pagamento pelas publicidades veiculadas no jornal.

Nesta época, a rádio passou a ser Rádio Jornal e a frequência foi modificada para 1200 Khz. Posteriormente sua potência foi alterada para 20Kw.

O estúdio auxiliar de Maceió foi transferido para o 3º andar de um prédio na mesma Rua Cônego Machado, esquina com a Rua Audeir Lima Aguiar Peixoto.

Os transmissores continuaram em Marechal Deodoro, mas foram reinstalados na Ilha de Santa Rita, num local que permitia o link direto com os estúdios de Maceió.

O radialista Augusto César Andrade Cruz foi quem dirigiu a emissora nesta fase.

A partir de 2002 a Rádio Jornal foi negociada com a empresa JR Radiofusão e a sua concessão foi renovada por um Decreto de 20 de agosto de 2002.

Como o nome fantasia de Rádio Jornal pertencia ao Grupo João Lyra, que passou a usá-lo na antiga Rádio Palmares, a antiga Rádio Manguaba passou a ser a Rádio Correio ao ser transferida, em 2005, para a empresa Rádio Correio de Alagoas Ltda. É integrante do Sistema Correio de Rádio.

O estúdio da Rádio Correio AM em Maceió foi transferido para a Rua Prof. Jose Silveira Camerino, nº 784, no Pinheiro, onde funcionava experimentalmente a Rádio Jornal FM, futura CBN Maceió.

Rádios do interior

Emissora Rio São Francisco

A Emissora Rio São Francisco de Penedo é a mais antiga rádio do interior de Alagoas. Foi foi ao ar no dia 25 de abril de 1959, em fase experimental.

Segundo o penedense Nilo Sérgio Pinheiro, que foi radialista por muitos anos, a iniciativa de colocar em funcionamento uma rádio em Penedo partiu do então prefeito dr. Hélio Nogueira Lopes, que sabendo existir uma concessão AM para a Colônia Pindorama, procurou René Bertholet, diretor da Cooperativa e conseguiu dele a transferência da autorização para a Prefeitura de Penedo.

Em 9 de novembro de 1957, Dom José Terceiro de Sousa chegou à província eclesiástica de Alagoas para, em 19 de março de 1958, assumir a Diocese de Penedo. Interessado na concessão da rádio, pediu ao prefeito que deixasse para a Igreja Católica a administração da transmissora.

Com o acordo firmado, foi criada em 1959 a Emissora Rio São Francisco, que se instalou em um prédio do município, doado pelo Estado após utilizá-lo por muitos anos como sede da Escola Normal Rural de Penedo.

Rádio Educadora Sampaio

A emissora de rádio pioneira em Palmeira dos Índios, que viria ser a Rádio Educadora Sampaio, foi instalada no primeiro andar do antigo Cinema Ideal, na Praça da Independência, na sala onde funcionava os projetores. Tinha somente um pequeno transmissor, adquirido por Manoel Barboza, Bila e o técnico Daniel.

As dificuldades financeiras dos seus proprietários levaram a vendê-la a Luiz de Barros (pai de Ivan Barros), que transferiu os equipamentos para o Beco do Leite, num imóvel pertencente a Leopoldino Torres. Passou a ser a Rádio Continental.

Os radialistas desta emissora eram Arivaldo Maia, Valdemar Correia, Antônio João, Pedro Olímpio, Ivan Barros, Antônio Manoel, Efigênio Moura, Hélio Teixeira e Pajéu.

Sem motivação, Luiz de Barros passou a emissora para Amarílio Fernandes. Os equipamentos foram levados para a Rua dos Eucaliptos (hoje Vieira de Brito). A eletricidade era fornecida por um gerador.

Já era a Rádio Cacique e conquistou grande audiência. Mas Amarílio, que não tinha vocação para o rádio, tentou vender a emissora para Robson Mendes.

Para evitar que a rádio caísse nas mãos de um grupo político contrário, Hélio Teixeira procurou Juca Sampaio e pediu que ele comprasse a emissora.

Como seu filho Gileno Sampaio tinha um caminhão para transportar e vender leite em Maceió, o velho Juca Sampaio resolveu comprar a emissora para o filho, que dizia não querer estudar, como lembra Ivan Barros.

No negócio entrou uma parte em dinheiro e o caminhão. Amarílio Fernandes, com o caminhão, passou a vender leite e transportar cargas.

Poucos meses depois, para resolver o problema de fornecimento de energia elétrica no local, Gileno Sampaio transferiu a rádio para o Beco do Leite, vizinho ao armazém do pai, onde negociava algodão e peles.

Foi Gileno Sampaio quem regularizou a rádio junto ao Ministério das Comunicações, via DENTEL.

Adquiriu um novo e potente transmissor e mudou o nome para Rádio Educadora Sampaio. Esta nova estrutura foi inaugurada em 31 de dezembro de 1964, às 16 horas. Entrou em funcionamento às 6 horas de 1º de janeiro de 1965, operando na frequência 870 khz.

Rádio Novo Nordeste

Em Arapiraca, a Rádio Novo Nordeste foi a primeira rádio oficial da cidade. Foi fundada em 20 de agosto de 1976 tendo como proprietária a Empresa Divulgadora Novo Nordeste S.A. O Decreto nº 76.328, com a sua concessão, foi publicado no Diário Oficial da União em 24 de setembro de 1975. Experimentalmente, entrou no ar no dia 6 de agosto de 1976.

Sua primeira diretoria, empossada ainda em 30 de novembro de 1973, era formada por dr. Judá Fernandes de Lima, presidente; Edelzito Carvalho Castelo Branco, diretor comercial; e Francisco Pereira Lima, diretor tesoureiro. O Conselho Fiscal tinha a participação de João Antônio da Silva, Geraldo Silva, Cleones Mecenas, José Pereira Mendes, Antônio Vital Sobrinho e José Lima Mota. Tinha 30 sócios.

Seus estúdios foram instalados na Av. Wilson de Santa Cruz, nº 6, no Alto do Cruzeiro em Arapiraca. Os transmissores e antena ficaram na Estrada da Canafístula. O transmissor era um SNE – BTA – 1000, de 1/0,5/0,25 kHz. É a ZYH-244.

Em 12 de setembro de 1980, a Portaria nº 212 autorizou que essa emissora também utilizasse a Frequência Modulada, que foi ao ar em 6 de junho de 1981. A solicitação para esse funcionamento foi feita em 26 de junho de 1978. Era a primeira estação de Rádio em FM estéreo do interior de Alagoas. Na frequência 96,9, utilizava a potência de 3.000 watts e o prefixo ZYC-222.

Em 1977, a empresa perdeu o S.A. e transformou-se a numa Limitada, passando a ser controlada por Judá Fernandes Lima, Aurelino Ferreira Barbosa e José Alexandre dos Santos. Com o afastamento de Judá Fernandes Lima em 1990, a empresa foi dividida. A AM ficou para Aurelino Ferreira Barbosa e a FM para José Alexandre dos Santos.

Rádios FMs

A Rádio Gazeta FM foi inaugurada no dia 1º de julho de 1978 com programação local. Depois vinculou-se à Rede Transamérica de Rádio e mais tarde à Rede Manchete de Rádio. A partir dos anos 80, voltou a ter a programação totalmente local.

A Rádio Jornal de Hoje surgiu por iniciativa do jornalista Jorge Assunção, que era proprietário do Jornal de Hoje. Foi inaugurada no dia 8 de setembro de 1979. A Rádio JH FM atualmente é a 96 FM.

A Rádio Educativa FM 107,7 entrou em funcionamento ainda em 1985, mas somente foi inaugurada oficialmente em 27 de fevereiro de 1986, com a presença do ministro das Comunicações Antônio Carlos Magalhães, do governador Divaldo Suruagy e do secretário de Educação Douglas Apratto Tenório. A emissora faz parte do Instituto Zumbi dos Palmares. Valorizar os talentos nacionais com programas de alto nível, além de valorizar a produção local.

A Rádio 99, 1 FM pertence à Fundação Quilombo e se encontra locada, desde 2009, pela Igreja Universal do Reino de Deus – IURD. É mais uma afiliada da Rede Aleluia de rádio. Transmite parte da programação via satélite e complementa com programas locais.

Rádio Pajuçara FM

A Rádio Pajuçara FM Maceió – 103,7 surgiu em dezembro de 1985 e foi instalada no bairro do Feitosa. Entre seus locutores desse período inicial destacavam-se Reinaldo Cavalcante, Antônio de Pádua, Augusto César, Ednaldo Costa, Floracy Cavalcante, Bartolomeu Dresch. Cícero Almeida era operador de mesa.

Foi campeã de audiência por 14 anos.

Transmitiu por algum tempo a programação, via satélite, da rede Antena 1 de rádio, com base em São Paulo.

Utilizou ainda como nome fantasia 103 FM. atualmente é a Pajuçara FM, parte integrante do Pajuçara Sistema de Comunicação e está instalada na Rua Ângelo Neto, Farol.

CBN Maceió

A Rádio CBN Maceió pertence ao Sistema Costa Dourada de Radiodifusão e é afiliada a CBN desde 13 de fevereiro de 2006. Sua programação é mesclada com programas locais e retransmissões da rede CBN, da Rede Gobo.

Tem sede em Coqueiro Seco, mas tem estúdio auxiliar em Maceió na Rua Prof. Jose Silveira Camerino, nº 784, CEP 57055-630, Pinheiro.

A Portaria que permitiu ao Sistema Costa Dourada de Radiodifusão Ltda explorar o serviço de radiodifusão sonora em frequência modulada na cidade de Coqueiro Seco, Estado de Alagoas, recebeu o nº 303, de 19 de março de 2002. O Decreto foi aprovado no mesmo ano.

Somente no início de 2005 a rádio concluiu sua montagem e iniciou a fase de teste, transmitindo somente música, ainda como Rádio Jornal FM.

Quando entrou oficialmente em funcionamento, no dia 13 de fevereiro de 2006, já era afiliada à Rede CBN, operando na frequência de 104.5 MHz (FM), com a fantasia de Rádio CBN Maceió.

A construção e montagem dos estúdios ficou sob encargo do administrador e professor José Queiroz de Oliveira, que também foi o primeiro diretor da rádio. O responsável técnico foi o engenheiro Sidrak Ferreira e o primeiro âncora o jornalista Manoel Miranda.

A Rádio CBN Maceió está integrada ao Sistema Correio de Rádio.

***

Em Alagoas, no final da primeira década deste século, existiam vinte rádios FMs e quatorze AMs respectivamente registradas, sendo cinco AMs e sete FMs instaladas na capital. Nove AMs e onze FMs no interior.

Fontes:
Livros Histórias do Rádio e Contando Histórias de Cláudio Alencar.
Site Difusora Memória http://www.difusoramemoria.com.br/p/historia.html.
Panorama do rádio em Maceió, de Lídia Maria Marinho da Pureza Ramires e Ricardo José Oliveira Ferro.
Rádio Difusora de Alagoas – a caçula das Américas a caçula das Américas, de Lídia Maria Marinho da Pureza Ramires e Ricardo José Oliveira Ferro.
Gazeta FM Maceió: da entrada tardia no cenário nacional de radiodifusão à adequação a novas tecnologias e programação musical popular, de Lídia Maria Marinho da Pureza Ramires e Ricardo José Oliveira Ferro.
Blog do Edimilson Marinho. https://edimilsonmarinho.wordpress.com/2011/07/04/rio-largo-e-a-primeira-emissora-de-radio-em-alagoas/.
Depoimentos do radialista Antônio Manoel Góes.

23 Comments on A história do rádio em Alagoas

  1. José Amilton da Silva // 8 de junho de 2015 em 15:55 //

    Excelente matéria pois como ex-funcionário das rádios Progresso e Gazeta de Alagoas, desconhecia a verdadeira história de fundação destas emissoras.

  2. Eglaube Rocha // 15 de setembro de 2015 em 23:17 //

    Descobri por acaso,ontem a noite, 14/09/15, o site sobre a História de Alagoas para, depois, encontrar a história das rádios de Alagoas. Não se fala mais de histórias. Fiquei tão embevecido que entrei madrugada à dentro e fui até às 03:30 de hoje. Lembrei-me que colaborei com o programa de Odete Pacheco, na Radío Difusora, 1956/7 na sequência “A Carta que Não Foi Enviada”, quando adolescente e sonhador. Tempo que não volta mais. “Eu era feliz e não sabia”

  3. Eglaube Rocha // 16 de setembro de 2015 em 00:04 //

    Ticianelli: acabou-se meu prezado, o interesse do Governo de ter um secretário de educação e/ou cultura realmente dedicado à causa. Os atuais são fantoches, verdadeiras vedetas que só querem aparecer na mídia. Um peso para a sociedade que os paga, e caro, e não promovem meios de levarem ao público trabalhos de histórias da cidade como o seu site. Estou embevecido com o que leio no seu site. e depois de 60 anos fora, só agora estou conhecendo o meu Estado de origem e suas particularidades. Parabéns, não a você isoladamente, mas principalmente àqueles que estão tendo a oportunidade e o privilégio de conhecerem o passado de sua terra (como eu) e aos que estão recordando uma época que não volta mais. Um abraço com a minha admiração!
    Eglaube Rocha

  4. Paulo Cajueiro // 19 de outubro de 2016 em 07:43 //

    A título de contribuição, gostaria de informar que a Rádio Pajuçara FM, 103,7 na verdade iniciou nos anos 80, salvo engano em 1986, localizada no Bairro do Feitosa, tendo em seu cast Augusto César, Ednaldo Costa, Floracy Cavalcante, Bartolomeu Dresch, dentre outros. Chegou a ser 14 vezes primeiro lugar no Ibope. Depois é que ela veio a ser transferida para o PSCOM e se mudou para a Ângelo Neto no Farol.

  5. Ednaldo Costa // 28 de janeiro de 2017 em 11:36 //

    Bem lembrado amigo Paulo Cajueiro, vivemos bons momentos, a Rádio Pajuçara FM foi inaugurada em dezembro de 1985, no nosso time tínhamos Reinaldo Cavalcante, Antônio de Pádua, Cícero Almeida era operador de mesa,entre outros companheiros, só saudades – 14 vezes primeiro lugar no IBOPE.

  6. Jânio de Oliveira // 23 de maio de 2017 em 10:39 //

    FALEM DAS ONDAS TROPICAIS OT RÁDIOS GAZETA AM E EMISSORA RIO SÃO FRANCISCO DE PENEDO

  7. Valter Cavalcanti // 12 de setembro de 2017 em 04:44 //

    Sou pernambucano mas comecei e estreei em Rádio na minha querida Alagoas em Maceió, no dia 20 de novembro de 1999 na saudosa Rádio Progresso AM 1320 KHz com o Programa Festival do Sábado das 8h às 10h. Depois em 2001 fui para Rádio O Jornal AM 1200 KHz com o Programa Show do Domingo das 11h as 13h. Hoje moro em Pernambuco, já passei por várias emissoras aqui, mas a minha história radiofônica começa na terra dos Marechais. Um abraço a todos alagoanos minha segunda casa amo esse lugar e um dia voltarei.
    Radialista Valter Cavalcanti

  8. Sérgio Maia de Cerqueira // 5 de outubro de 2017 em 23:47 //

    Fico muito grato por postar a foto da primeira equipe de esportes da Rádio Gazeta de Alagoas comandada pelo meu saudoso pai Ricardo Cerqueira nos anos 60.

  9. Estive no Ceará e paraiba é impressionante o alcance dessa emissora. É preciso investir mais na pioneira

  10. Falar da história do rádio em Alagoas e ñ falar de Umberto Guerrera, Ferreira Júnior , Bianon, Floraci Cavalcante. Isso não é história é um rascunho.

  11. Um reparo: A Rádio(Educadora) Sampaio, de Palmeira dos Índios foi inaugurada às 16 horas dia 31 de dezembro de 1964 e não em 1960 como publicado. Fui o produtor de toda a sua grade de programação, oficialmente no ar às 6 horas de 1º de janeiro de 1965. Por oportuno: a Emissora Rio São Francisco, de Penedo(atualmente desativada), cuja equipe inaugural integrei, foi ao ar no dia 25 de abril de 1959, em fase experimental.

  12. Atendendo ao Jânio Oliveira, acima: a primeira rádio com a chamada ‘onda tropical'(onda curta na frequência de 4500 6000 khz, ondas de 60 a 90 metros) foi a Emissora Rio São Francisco, de Penedo: frequência de 4915 khz, onda de 60 metros), a partir de 1960. Recebemos à época correspondências da Suécia(em espanhol) e de vários países da costa atlântica da África, em particular de Cabo Verde e Angola, então colônias ditas ‘ultramarinas’ de Portugal. A onda tropical da Rádio Gazeta era em 90 metros. Essas frequências não mais integram o espectro irradiante no Brasil faz mais de três décadas. Outras rádios com ‘onda tropical’, no Nordeste, entre os anos 1960 e 1970: Sociedade de Feira de Santa(BA), Educação Rural,de Natal(RN) e Timbiras, em São Luís(MA).

  13. André Pontes // 2 de agosto de 2018 em 16:33 //

    Excelente relato com profundeza ímpar.
    Só senti a falta do grande Fotógrafo Pedro Farias, da Gazeta de Alagoas e de minha tia EUNICE PONTES, que fez novelas nas radios ao vivo.

  14. André, vamos ficar devendo informações sobre a Eunice Pontes, mas sobre o Pedro você pode encontrar aqui: https://www.historiadealagoas.com.br/pedro-farias-o-pedro-fotografo.html

  15. A título de informação: a rádio educadora Palmares, da arquidiocese de Maceió também possuía a sua onda tropical e seu parque de transmissores ficava na área verde do Colégio Bom Conselho de Beleza Bebedouro. Outro detalhe: a fonte da pesquisa omite a presença da Rádio Clube vc de Rio Largo, que pertencia ao grupo Paiva proprietário da fábrica de tecidos de Rio Largo. Hoje esta emissora é a Rádio Maceió AM do grupo GB.

  16. Marcos, grato pelas informações. sobre a Rádio de Rio Largo, já estava no texto. Acrescentei os dados sobre a Rádio Palmares. Obrigado!

  17. Hoje Rio largo não tem nem uma emissora de radio funcionando dentro da cidade. Apesar de rio ter duas concessoes de radio mais todas funciona em outro municipio Maceio. Que pena

  18. Yvan Fialho // 9 de novembro de 2020 em 07:46 //

    A história do rádio em Alagoas deixou de fora a Rádio Milênio, que sucedeu a Rádio Progresso e foi a primeira emissora de Alagoas e trazer a internet para o rádio através do Informativo Online apresentado pelo então estudante de jornalismo Yvan Fialho, no período de janeiro a novembro de 2000, dentro do programa Ministério do Povo, comandado pelo radialista França Moura.
    O informativo Online era um programa laboratório do estágio não remunerado do estudante Yvan Fialho para o curso de jornalismo da UFAL.

  19. Yvan, acrescentei a sua informação. Obrigado pela contribuição.

  20. Eraldo da Silva // 26 de março de 2021 em 07:06 //

    Fatou contar a historia da radio clube de rio largo ,que foi fundada em julho de 1970

  21. Eraldo da Silva, você conhece a história dessa rádio? Se conhecer pode nos enviar que publicaremos. Ou, pelo menos, nos indique alguém que conheça. Somos gratos pela contribuição.

  22. Herbson Max Lessa // 19 de abril de 2023 em 00:26 //

    Parabéns!

    Adorei essa publicação!!Meu tipo sanguíneo é AM!

    Obrigado

  23. VALTER CAVALCANTI // 26 de dezembro de 2023 em 21:11 //

    Tive o privilégio de começar como radialista na Rádio Progresso AM e depois passei pela Rádio Jornal AM, aprendi muito nessas duas emissoras, vim embora para Pernambuco onde estou até hoje na minha terra, mas Maceió é minha segunda casa, só sudades.

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